O Helder Ferreira escreveu um post no Insurgente acerca deste meu comentário:
"Quanto à Ayn Rand, das duas uma: ou ela iria ser contra o software livre, ou contra o software proprietário, e, em qualquer caso, arranjar uma racionalização qualquer para demonstrar que o sistema que ela embirrasse era "moralmente preverso" (duvido que ela achasse ambos moralmente aceitáveis)."
Em primeiro lugar, uma coisa é verdade: penso que nunca li nada da Ayn Rand (e nunca tive oportunidade de ver a "Vontade Indómita" na televisão), e li muita pouca coisa dos seus discipulos mais ortodoxos; quase todos o que sei dela e do seu movimento foi de fontes mais ou menos criticas (ou de esquerda, ou "rothbardianas") - se tal deriva de um acto deliberado da minha parte, sinceramente, não sei: talvez seja apenas consequência de nas minhas "fontes de leitura" habituais ser mais frequente aparecerem textos críticos de Rand do que a favor.
Portanto, realmente, talvez fosse mais correcto, em vez de "Quanto à Ayn Rand, das duas uma", eu ter escrito "Quanto à Ayn Rand, penso que das duas uma" - afinal, isto não passa de um palpite de alguêm que é tudo menos uma autoridade no assunto.
Quando me referia ao que poderia ser a posição de Rand face aos software livre vs. proprietário, não me estava a referir à sua posição legal (a única coisa que eu sei da posição de Rand nesse assunto é que ela achava que as patentes não deveriam ser perpétuas). Eu estava referindo-me à sua posição moral- creio que, no seu movimento, era frequente serem feitos juizos de valor sobre questões como fumar ou não fumar, ou sobre preferir Rachmaninoff ou Beethoven, etc. em que ter o gosto "errado" era prova de ter uma mentalidade "evasiva", "contrária à vida", "colectivista", etc. (nada, aliás, que não tenha sido também - ou ainda mais - usual do meu lado da barricada politica...). Ora, se nestas questões havia uma linha "correcta" e a "errada", de certeza que numa questão que até tem muito mais relevância social, também iria haver de certeza uma linha "correcta" e a "errada", e um dos dois tipos de software haveria de ser considerado "colectivista" e condenado moralmente. Quanto à minha referência ao "arranjar uma racionalização", há quem argumente que era isso que ela fazia quanto defendia que se devia fumar, ou que não se devia gostar de Beethoven (mas também é verdade que na questão do software talvez não fosse assim, já que é um assunto em que é efectivamente possivel ter uma posição racional sem recorrer a "racionalizações", ao contrário da arte).
Já agora, nem sei se a questão do software livre vs. proprietário terá muito a ver com a questão das patentes: por um lado, o software livre pode ser patenteado (penso que muito é patenteado de acordo com licenças próprias para o assunto); inversamente, não sei se um software não-patenteado mas que seja distribuido só com os ".exe", sem possibilidade de acesso ao código não será à mesma "software proprietário.
Em primeiro lugar, uma coisa é verdade: penso que nunca li nada da Ayn Rand (e nunca tive oportunidade de ver a "Vontade Indómita" na televisão), e li muita pouca coisa dos seus discipulos mais ortodoxos; quase todos o que sei dela e do seu movimento foi de fontes mais ou menos criticas (ou de esquerda, ou "rothbardianas") - se tal deriva de um acto deliberado da minha parte, sinceramente, não sei: talvez seja apenas consequência de nas minhas "fontes de leitura" habituais ser mais frequente aparecerem textos críticos de Rand do que a favor.
Portanto, realmente, talvez fosse mais correcto, em vez de "Quanto à Ayn Rand, das duas uma", eu ter escrito "Quanto à Ayn Rand, penso que das duas uma" - afinal, isto não passa de um palpite de alguêm que é tudo menos uma autoridade no assunto.
"Rand tem dois artigos publicados no livro Capitalism: the unknown ideal intitulados The property status of airwaves e Patents and Copyrights"
Quando me referia ao que poderia ser a posição de Rand face aos software livre vs. proprietário, não me estava a referir à sua posição legal (a única coisa que eu sei da posição de Rand nesse assunto é que ela achava que as patentes não deveriam ser perpétuas). Eu estava referindo-me à sua posição moral- creio que, no seu movimento, era frequente serem feitos juizos de valor sobre questões como fumar ou não fumar, ou sobre preferir Rachmaninoff ou Beethoven, etc. em que ter o gosto "errado" era prova de ter uma mentalidade "evasiva", "contrária à vida", "colectivista", etc. (nada, aliás, que não tenha sido também - ou ainda mais - usual do meu lado da barricada politica...). Ora, se nestas questões havia uma linha "correcta" e a "errada", de certeza que numa questão que até tem muito mais relevância social, também iria haver de certeza uma linha "correcta" e a "errada", e um dos dois tipos de software haveria de ser considerado "colectivista" e condenado moralmente. Quanto à minha referência ao "arranjar uma racionalização", há quem argumente que era isso que ela fazia quanto defendia que se devia fumar, ou que não se devia gostar de Beethoven (mas também é verdade que na questão do software talvez não fosse assim, já que é um assunto em que é efectivamente possivel ter uma posição racional sem recorrer a "racionalizações", ao contrário da arte).
Já agora, nem sei se a questão do software livre vs. proprietário terá muito a ver com a questão das patentes: por um lado, o software livre pode ser patenteado (penso que muito é patenteado de acordo com licenças próprias para o assunto); inversamente, não sei se um software não-patenteado mas que seja distribuido só com os ".exe", sem possibilidade de acesso ao código não será à mesma "software proprietário.
1 comment:
já viu o que sepassa no blog "arrastão", a polemica chinesa...alguns comentarios são de rir.
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