A Sábado fez uma investigação sobre os alegados perigos da Internet:
A revista afirma ter "apanhado" um alegado pedófilo em poucos minutos, quando uma jornalista da Sábado entrou numa "sala de conversação" num dos portais da Internet.
Sob a identidade de "Andreia Coelho", uma suposta jovem de 12 anos com a alcunha de Acoelha, a jornalista foi contactada seis minutos depois de ter entrado na "sala de conversação" por um homem, de 31 anos.
O homem seduziu a "jovem de 12 anos", combinou um encontro sexual à porta do hospital pediátrico D. Estefânia em Lisboa e compareceu.
Posteriormente contactado pela Sábado, o homem admitiu ter falado com uma rapariga "chamada Andreia" através do Messenger (programa de comunicações instantânea entre utilizadores da Internet) e afirmou que não "tinha acontecido nada" e "que não sabia a idade dela", o que é desmentido pelas conversas que manteve e nas quais se inteirou da alegada idade da interlocutora.
A mim, este caso até não me parece muito assustador - afinal, não é o caso padrão (existirão muitos na realidade?) do pedófilo que se faz passar por um menor num chat para conhecer crianças. Pelo artigo, parece-me que ele disse logo a sua idade e deu a entender os seus objectivos. E, se no mundo real, existirem mesmo raparigas de 12 anos dispostas a (sabendo ao que vão) terem "encontros" com homens de 31 anos, terão-os, quer conheçam esses homens em chats ou na rua (atenção: não estou a dizer que sexo consentido com raparigas de 12 anos deva ser legal! Estou apenas a relativizar a ideia da perigosidade dos chats).
Ainda a respeito desses chats, fala-se muito que os pais devem controlar os sites que os filhos consultam na Internet. Não será mais eficaz os pais dizerem aos filhos "Se marcares um encontro com alguém que conheças na Net, marca-o para um local público"?; é verdade que este poderá ter o efeito negativo de fazer os jovens acharem normal marcar encontros com desconhecidos e, assim, incentivar essa prática; mas quais são as alternativas? Controlar todo o que os filhos fazem na Net deve ser sufocante para as crianças (eu, pelo menos, se houvesse Internet no meu tempo, detestaria que os meus pais fossem ver o que fazia) e, de qualquer forma, não é praticável; e dizer "não marques encontros com pessoas que não conheças" dificilmente será obedecido (isto é, uma criança/jovem que, à partida, esteja numa de marcar encontros pela Net não irá obedecer a essa proibição, e os outros não precisam dela).
Nota: eu não telho filhos, não tenho perspectivas de tal (penso que nenhuma mulher no seu perfeito juizo irá querer ter filhos meus) e só estive uma vez na vida numa sala de chat; ou seja, o que eu digo vale o que vale...
2 comments:
Antes de mais parabéns pelo blog!
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Obrigado!
Miguel, o problema seria se quisessem prender o garotão de 31 neste encontro. Nem preciso dizer que, com base só na conversa da sala conversação, impossivel prende-lo
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