Tuesday, December 31, 2013

Testes psicotécnicos

3 Dangers Of Using Personality Tests To Screen Workers, na Business Insider:

In a report published in the University of Pennsylvania’s Journal of Labor and Employment Law, Susan J. Stabilet, a professor of law at St. John’s University, outlined a variety of issues—from flawed test results to possible discrimination—surrounding personality tests in the workplace.

Here are the three most relevant reasons you might want to steer clear of this hiring trend:

1. It can screen out great candidates. The idea is to figure out if someone’s personality “fits” a specific job position or not, but Stabilet says that although this may work for some professions, it won’t work for most of them. For example, if someone is applying for a firefighter position, the employer wants to know if that person has the potential of breaking down during an emergency. In other professions, however, it can be more difficult to determine the most efficient personality for the specific job. For example, what personality makes someone a good computer programmer? This is difficult to answer.

Additionally, the tests will likely give those with “mainstream” personality types a more positive reading, while creative, think-outside-the-box candidates “who may potentially become leaders and do extraordinary things for an employer may be weeded out,” Stabilet says.

2. Results may be flawed. In these types of tests, there’s always a chance that potential employees may simply respond how they think the employer wants. Therefore, the test results won’t be a true representation of their personalities.

In addition, “what is true of personality traits is also true of emotional states that may be revealed by test questions,” Stabilet explains. “It may be assumed that an unhappy home life will interfere with effectiveness at work, but this has not been generally demonstrated; indeed, some men may throw themselves into their work as a compensation for their frustration at home. Therefore, making assumptions about what emotional states should be sought is dangerous.”

Many of the most popular personality tests weren’t created to be used in the hiring process. For example, the Myers-Briggs test was developed for training and development, not hiring; therefore, its usage to screen candidates is questionable. The Myers-Briggs Type Indicator (MBTI) is a personality inventory commonly used in organizational settings in private industry, the federal government and the U.S. military.

3. There are privacy risks and the potential for discrimination. Since these questions are usually asked in a way where the significance of the answers are unclear, candidates may reveal ”private thoughts, beliefs and emotions, through his or her responses to questions,” Stabilet says. Companies that decide to administer these tests should keep in mind that employees should be given the choice to opt out.

Experts also fear that these tests may discriminate against certain groups, because candidates will answer questions depending on how comfortable they feel in the situation.

Although the law does not make it illegal for employers to administer personality tests during the hiring process, companies should seriously consider the number of issues, from validity and reliability of these tests to concerns about invasion of privacy and possible discrimination against minorities.
The Use of Personality Tests as a hiring Tool: is the Benefit Worth the Cost?[PDF), por Susan J. Stabilet:
The costs of making bad hiring decisions and the difficulties of getting meaningful information from reference checks of prospective employees have led many employers to use personality tests1 as part of their hiring process. Employers choose from a wide variety of tests in an effort to both weed out job candidates with undesirable traits, such as dishonesty, or tendencies toward violence or tardiness, and to judge the "fit" between the prospective employee and the job by seeking to identify prospective employees possessing personality traits likely to predict success in the job in question. Since the development of the first modem personality tests in the early part of this century, personality assessment has grown to a $400 million-a-year industry. While some employers are convinced that personality tests are akin to astrology and tell no more than an interviewer could learn during a standard interview, other employers swear by them and are convinced that they are hiring better workers as a result of their use.

The widespread use of personality tests as a means of determining which employees to hire raises a number of issues, ranging from the validity and reliability of the tests to concerns about invasion of privacy and discrimination against minorities. These issues raise the question whether the benefits of personality tests outweigh the costs of employing them. This article explores that question, considering whether personality tests are effective hiring tools, as well as the privacy and discrimination concerns implicated by their use. Neither of these concerns has been adequately addressed by the law, which does very little to regulate the use of personality tests.
Eu pessoalmente costumava chumbar tanto nos psicotécnicos (nomeadamente nos "psico-") como na entrevistas, logo imagino que qualquer possivel método de recrutamento de pessoal "discrimine" contra mim...

Uma ideia que me ocorre acerca do suposto "perigo" dos testes psicológicos serem enviesados a favor das pessoas mais "normais" - isso provavelmente é mais uma "feature" do que um "bug": vamos imaginar que as pessoas "normais" tendem a ter um desempenho profissional "normal" (salve a redundância), e que as pessoas "estranhas" são mais dadas a ter um desempenho profissional "estranho" (seja para cima ou para baixo, ou talvez eventualmente a mesma pessoa "estranha" tenha um desempenho excepcionalmente bom numas tarefas e excepcionalmente mau em outras); vamos também imaginar que o desempenho de uma equipa de trabalho tende a ser determinado pelo desempenho do trabalhador menos produtivo (o caso mais extremo será um trabalho "linha de montagem" em que cada trabalhador faz uma tarefa e depois passa ao seguinte que faz outra tarefa e assim por diante - nesse caso não haverá dúvida que a velocidade do processo total de trabalho é determinada pela velocidade do trabalhador mais lento; mas penso que, em maior ou menor grau, este principio aplica-se a qualquer grupo de trabalho em que os membros tenham funções diferenciadas e em que seja necessário todas as tarefas serem executadas para o trabalho estar concluído) - nesse cenário faz todo o sentido que as organizações perfiram pessoas "normais": os trabalhadores excepcionalmente maus prejudicam o trabalho e os supostamente excepcionalmente bons pouco ou nenhum benificio adicional trazem.

Monday, December 30, 2013

Re: As consequências sociais da austeridade

Pedro Magalhães descobriu algo surpreendente acerca dos efeitos sociais da austeridade em Portugal - pelos vistos foram muito menos graves do que noutros países (Grécia, Irlanda, Itália, Chipre e Espanha).

Ele (e eu) tem alguma dificuldade em perceber o porquê. No entanto, ocorrem-me algumas hipoteses:

Talvez o ajustamento português (em parte por culpa da Constituição) tenha sido mais à base do aumento da receita e menos à base da redução da despesa que nos outros paises, e isso tenha levada a menores custos sociais (os aumentos de impostos tendem a abrangir toda a gente, enquanto cortes na despesa tendem a concentrar-se um grupos especificios, o que pode causar mais trantorno social)?

Talvez, na medida em que houve cortes na despesa, esses tenha sido essencialmente os tão criticados "cortes cegos" (a redução remuneratória, os cortes no subsidios de férios e natal) em vez da tão desejada "reforma do Estado" (com extinções de serviços, despedimentos, etc.), o que de novo é menos traumático em termos sociais (cortar 5% do vencimento a toda a gente é menos dado a fazer pessoas cairem na pobreza do que despedir 5% do pessoal)?

O que me ocorreu a propósito dos atentados em Volgogrado

Confesso - para quem cresceu vendo documentários e filmes sobre a II Guerra Mundial (quando era novo, era rara a altura em que não houvesse uma série - documental ou de ficção - sobre essa guerra em exibição na RTP), "Volgogrado" soa um bocado estranho.

Tuesday, December 24, 2013

Jesus Is an Anarchist, by James Redford

dos arquivos fundos do anti-state.com

Jesus Is an Anarchist, by James Redford

Competição e autonomia

Na discussão entre o Hugo Mendes e o Alexandre Homem Cristo sobre a queda dos resultados educativos na Suécia, o segundo aventa a hipótese de que a causa mais provável esteja na autonomia ("não enquadrada") das escolas, e não tanto na competição.

Mas o ponto da competição entre escolas não é exactamente competição entre modelos educativos diferentes? Logo não me parece que faça grande sentido separar a "competição" da "autonomia"; ou melhor, não é muito difícil ter "autonomia" sem "competição" - a escola em que eu cresci (1979-1991) era mais ou menos isso - um sistema de ensino público, em que os alunos iam para a escola da sua área de residência ou do emprego dos pais (a partir do 10º ano, para a escola em que houvesse a área que queriam), e em que as escolas eram largamente auto-geridas (e em que, na sala de aula, cada professor ensinava à sua maneira e muitas vezes escolhia - face à extensão dos programas - qual a matéria a dar).

Mas o oposto, "competição" sem "autonomia" é dificil de perceber o que seria (bem, podemos imaginar um sistema em que uma autoridade central decidisse programas e métodos diferentes para escolas diferentes, e depois essas diferentes escolas fossem competir umas com as outras com base nessas diferenças centralmente determinadas; podemos realmente imaginar isso, mas parece-me um sistema absurdo).

É verdade que AHC não fala em acabar com a autonomia, mas em "enquadrá-la" (ou seja, limitá-la); mas defender a limitação da "autonomia" implica, na prática, defender a limitação da "competição" (mas é interessante como, pelos vistos, na moderna mentalidade liberal, "competição" parece ter uma maior carga positiva que "autonomia", para acharem que o maior problema no "cheque-educação" sueco estar na "autonomia" e não na "competição").

Mas isto chama uma questão mais profundo - é que os chamados defensores da "liberdade na educação" não são realmente nada entusiastas da "autonomia" (e daqui para a frente, neste post, jã não estou a falar especificamente do AHC, nem conheço o seu pensamento acerca de muitos assuntos que vou referir); pelo menos no que se refere à escola pública, muitas vezes essa área politica parece ser a maior defensora da centralização, via mega-agrupamentos, directores nomeados, fim da gestão democrática, guiões hiper-detalhados determinando metas de aprendizagem, (por vezes até vêm com conversas de "livro único"), etc., etc. Na verdade, por vezes até parece que o tal "centralismo burocrático estalinista do Ministério da Educação" tem como problemas fundamentais os concursos nacionais de professores e as regras determinando em que escolas os alunos se podem matricular, e em tudo o resto o centralismo já não faz mal.

O que me leva a pensar que o ponto  fundamental de muitos dos defensores da "liberdade da educação" não é tanto que que numa esquina uma escola tipo Summerhill e noutra uma para "Tiger Moms", mas sobretudo que as escolas possam facilmente expulsar (ou negar a matricula a) alunos e despedir professores.

[Post publicado no Vias de Facto; podem comentar lá]

Friday, December 20, 2013

Omissões

O Rodrigo Moita de Deus e o Afonso Azevedo Neves deixaram de lado vários pontos importantes (ou mesmo vitais) para a compreensão da matéria em apreço:

- o Comité de Apoio à Reconstrução do Partido Marxista-Leninista (CARP-ML) resulta de cisão do Comité Marxista-Leninista de Portugal (CML de P), que é, por sua vez, uma dissidência do CM-LP

- após a fundação da UDP, aderiram a esta (ou ao Partido Comunista Português (Reconstruído) - PCP(R) - que era a mesma coisa) o Partido de Unidade Popular (PUP) e a maior parte da Organização Comunista Marxista Leninista Portuguesa (OCMLP); o Partido de Unidade Popular (PUP) é o resultado de uma cisão no Partido Comunista de Portugal (Marxista-Leninista) (PCP-ML), que foi o novo nome que o CM-LP adoptou para aí a partir de 1970; a Organização Comunista Marxista Leninista Portuguesa (OCMLP) é o resultado da fusão entre os colectivos organizados em torno dos jornais clandestinos "O Grito do Povo" e "O Comunista"; "O Comunista" surgiu também de uma cisão do CM-LP

[fundamentalmente, as várias cisões e dissidências que o CM-LP e depois o PCP-ML foram tendo entre 1964 e 1974 acabaram por se juntar na UDP]

- A Frente de Esquerda Revolucionária (FER) surgiu da fusão entre a Liga Socialista dos Trabalhadores (LST), a Esquerda Revolucionária (ER) e a Organização Comunista Politica Operária (OCPO), embora esta ultima tenha abandonado a FER cerca de duas semanas após a sua criação; a Liga Socialista dos Trabalhadores (LST) surgiu de uma cisão do PSR (fundamentalmente a partir dos antigos militantes do ex-PRT); embora não pertença à árvore genealógica do BE (porque saiu da FER muito antes desta integrar o BE, ou mesmo de existir BE*), convém notar que a Organização Comunista Politica Operária (OCPO) resulta de uma cisão do Partido Comunista (Reconstruído) - PC(R), que era a mesma coisa que a UDP.

[o fundador e principal ideólogo da Organização Comunista Politica Operária (OCPO), Francisco Martins Rodrigues, foi também o fundador e/ou um dos principais ideólogos do CM-LP, do Comité de Apoio à Reconstrução do Partido Marxista-Leninista (CARP-ML) e da UDP]

*eu ia escrever "antes de alguém sonhar com o BE", mas seria incorrecto, já que a própria criação da FER foi o resultado de alguém ter tentado criar um "BE" 10 anos mais cedo (penso que o PSR também tinha sido convidado para a fusão, mas não se mostrou interessado).

Thursday, December 19, 2013

Portugal com a maior quebra da produtividade da OCDE?

Segundo o Público, "a produtividade do trabalho (medida como o produto por pessoa empregada) também caiu em Portugal de forma muito forte no terceiro trimestre do ano. De acordo com a OCDE, a descida deste indicador foi de 1%. Apenas mais três países registaram quebras: a Suécia, com 0,2%, e a Áustria e a França, com 0,1%."

Confesso que, quando comecei a ler a notícia ("Portugal foi o país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que registou durante o terceiro trimestre deste ano uma descida mais acentuada das remunerações por unidade produzida e da produtividade do trabalho."), pensei que houvesse algum engano; porquê? Porque as "remunerações por unidade produzida" são equivalentes a [total das remunerações]/[total de unidades produzidas]; e a "produtividade" (no contexto deste estudo) é equivalente a [total de unidades produzidas]/[total de trabalhadores].

Isso quer dizer que:

[remuneração por unidade produzida]=[total das remunerações]/[total de unidades produzidas] ↔

↔ [remuneração por unidade produzida]={[total das remunerações]/[total de trabalhadores]}*{(total de trabalhadores]/[total de unidades produzidas]} ↔

↔ [remuneração por unidade produzida]=[remuneração média]/[produtividade]

Ou seja, é muito dificil a "remuneração por unidade produzida" e a "produtividade" descerem ao mesmo tempo (e sobretudo terem ambos uma grande quebra)- tal implica que, não só que a produtividade desça, mas que as remunerações desçam ainda mais (se as remunerações por unidade desceram 1,4% e a produtividade desceu 1%, então os salários terão que ter descido 2,4%); por isso quando li o título até pensei que fosse alguma confusão do jornalista (que o que tivesse descido não tivesse sido "os salários e a produtividade", mas sim os "salários face à produtividade" ou coisa parecida), mas lendo a noticia toda, parece que foi mesmo isso: tanto os custos unitários do trabalho como a produtividade desceram (ver adenda).

Os salários descerem não tem nenhum mistério - é o que e suposto ocorrer durante uma recessão e sob uma politica de austeridade; já a quebra da produtividade é mais misteriosa (talvez a queda dos salários tenha tornado viáveis actividades económicas pouco produtivas - que antes nem se chegavam a realizar - fazendo assim baixar a produtividade média?)

Já agora, seria útil saber se essa queda é comparada com o segundo trimestre deste ano, ou se é com o terceiro trimestre do ano anterior.

Adenda - achei a informação no site da OCDE; aqui temos um PDF com os dados por país.

Pelo que vejo na página 4 do PDF, os custos unitários do trabalho desceram 0,4%, a produtividade desceu 1%, e os salários por unidade de trabalho desceram 1,4% (o que faz sentido: 1% + 0,4% = 1,4%). Eu dá-me a ideia que a noticia do público confude os "custos por unidade produzida" (que desceram 0,4%, quando a noticia refere 1,4%) com os "custos por unidade de trabalho" (que, esses sim, desceram 1,4%).

E trata-se de uma comparação trimestre a trimestre, pelo que percebo.

Monday, December 16, 2013

A crise irlandesa foi culpa das agências de rating?

Segundo três economistas suiços, sim [pdf].

[Como já escrevi várias vezes, eu linkar um artigo não implica necessariamente concordância]

Saturday, December 14, 2013

As classes sociais de acordo com a BBC

A BBC tem uma espécie de "modelo" das "classes sociais" no Reino Unido, com um "calculador" para se determinar a que "classe" cada um pertence (via The Heresiarch):

  • Elite: This is the most privileged class in Great Britain who have high levels of all three capitals. Their high amount of economic capital sets them apart from everyone else.


  • Established Middle Class: Members of this class have high levels of all three capitals although not as high as the Elite. They are a gregarious and culturally engaged class.


  • Technical Middle Class: This is a new, small class with high economic capital but seem less culturally engaged. They have relatively few social contacts and so are less socially engaged.


  • New Affluent Workers: This class has medium levels of economic capital and higher levels of cultural and social capital. They are a young and active group.


  • Emergent Service Workers: This new class has low economic capital but has high levels of 'emerging' cultural capital and high social capital. This group are young and often found in urban areas.


  • Traditional Working Class: This class scores low on all forms of the three capitals although they are not the poorest group. The average age of this class is older than the others.


  • Precariat: This is the most deprived class of all with low levels of economic, cultural and social capital. The everyday lives of members of this class are precarious.


  • Agora vou fazer um exercicio que não faz sentido - responder às questões do tal "calculador" (não faz sentido porque tem lá questões sobre ordenados, e os ordenados britânicos são maiores que os portugueses); pelos vistos eu seria "traditional working class" (multiplicando por 3 as respostas nas questões que têm a ver com dinheiro, seria "technical middle class", o que é capaz de ser mais correcto).

    Suspeito também que muitos dos autodesignados "precários" correspondem mais aos "emergente service workers" do que ao "precariat".

    Friday, December 13, 2013

    Macro e micro

    Tem havido, na internet anglófona, uma discussão sobre se, nos cursos de Economia, se se deve começar primeiro pela micro ou se se deveria começar pela macro.

    Provavelmente isto tem a ver com alguma grande diferença entre o sistema univesitário português e norte-americano, mas eu creio que comecei primeiro pela macroeconomia (no ano lectivo de 1991/92, no ISEG, o primeiro semestre da cadeira de Análise Económica I era macroeconomia e o segundo era microeconomia).

    Mas o ponto que quero levantar até é outro - porque não ensinar microeconomia e macroeconomia na mesma altura, em vez de uma ter que ser depois da outra (aliás, olhando para o atual plano de estudos do ISEG - pdf - vejo que, do 2º ano para a frante, macro e micro são ensinadas em paralelo)?

    Monday, December 09, 2013

    O site do Diário da República

    Adenda: afinal, embora esteja sob o título "Serviços por Assinatura", os não-assinantes continuam a poder clicar nos links como "I SÉRIE DO DR"  e fazer lá pesquisas simples.

    Post original:

    Neste momento, o site do Diário da República está reduzido a uma inutilidade.

    Poderá ser apenas um problema técnica, mas há algo que me parece "ter água no bico" - veja-se a secção dizendo "Serviços por assinatura", onde parece incluir montes de coisas que até agora não necessitavam de assinatura (até agora, qualquer pessoa podia fazer uma busca por diploma especifico, ou por um diário de qualquer dia das últimas décadas, e a assinatura só era necessária se quisesse procurar por diplomas sobre um assunto especifico, como decretos-leis contendo a expressão "Barlavento Algarvio")



    Os vários Mandelas

    Mandela the Revolutionary, por "Phil":

    As I write, the obituary portraits are being updated and given the requisite spin. For official politics it will be Saint Mandela, the liberal hero. For the hard right it will be Mandela the terrorist, the man who waged a brutal war against the authorities. And for the far left, it's Mandela the sell-out - the leader who oversaw neoliberalism in South Africa and the supplying of arms to anyone who could pay. The figure of Mandela is contested because he is, perhaps, all these things. And more.

    Friday, December 06, 2013

    8 anos de Vento Sueste

    Hoje, este blog faz 8 anos.

    A titulo comemorativo, relembro alguns posts que publiquei neste último ano:

    Um Estado ou o inverso de um Estado?, sobre a definição de "Estado" e a organização social das tribos do Atlas marroquino

    O bitcoin e concorrência entre várias moedas

    Direita e Esquerda (post N+1 sobre o assunto), mais um post sobre a diferença entre direita e esquerda

    Re: Impossibity of Anarcho-Capitalism, Re: Impossibity of Anarcho-Capitalism (II) e Re: Impossibity of Anarcho-Capitalism (III), uma análise ao artigo Impossibility of anarcho-capitalism [pdf], de Tony Hollick
     
    Re: dicionário elementar, Exemplos de conservadores defendendo a intervenção do Estado na moral social e Ainda a esquerda anarquista pró(?)-propriedade privada, em resposta ao post de Rui Albuquerque n'O Insurgente, esquerda e direita: dicionário elementar (2)
     
    Os economistas e a crise, sobre o papel que os economistas tiveram (ou não...) na crise financeira de 2008 

    Thursday, December 05, 2013

    Asimbonanga (Johny Clegg & Savuka, 1987)

    Senhas para refeições (ou "RSI em gêneros") e controle de capitais

    Food stamps are just capital controls for poor people (New Statesman):

    The Guardian's Patrick Butler reports that food stamps are to replace the cash payments currently received by vulnerable people in short-term financial crisis (...).

    In classic economics-blogging style, here's another news story. Cyprus is to impose capital controls (...)

    The link is that both measures won't have the absolute effect that their promotors might hope; rather, they impose a huge, uncontrollable and grey-market tariff on attempts to do what people are used to being able to do freely.

    The Cypriot capital controls are the more obvious example of this. For the next week, a euro in Cyprus is worth less than a euro elsewhere. How much less, we don't know, and there will probably never be a clear market rate – especially if the controls are lifted in early April, which the people of Cyprus will surely be hoping will happen.

    Nonetheless, if a Cypriot finds themselves urgently needing to get a large number of euros out of the country – say, to close a purchase on a house in the French Riviera – it's relatively obvious what they have to do. Offer someone in the "real" eurozone a quantity of euros in Cyprus to spend the money for them. The premium offered depends on the risk that the capital controls will not be lifted, as well as the value our outsider places on euros which can only be spent in Cyprus, but it's fairly doable from a technical point of view. (...)

    Those effects are basically the same as what we will see if food stamps become widespread. It's best to think of food stamps as a separate currency; one which can only be used buy a certain list of items. Just like the Cypriot euro, it has "capital controls" – you can't just walk up to a bureau d'exchange and hand food stamps in and get pound sterling in return. But just like the Cypriot euro, there are ways – easy ways – of getting around them.

    The legal way – analogous to the complicated deal to hand over money in two nations – is as simple here as offering someone a £20 food stamp for a £12 bottle of gin. Given most people buy food, that's a relatively good deal for the person who ends up with £8 profit; they essentially get a portion of their groceries paid for by someone in crippling financial need. (...)

    In the end, then, what is the outcome of food stamps? All things considered, they don't force people in financial difficulty to spend their money on "necessities" rather than "luxuries" (with the two categories odiously defined by government, rather than the individuals themselves). Instead, they impose a tariff on purchases of "luxuries" for those people.

    The same economic effect could be had more directly by requiring shops to display two prices for booze and fags: a regular price, and a higher price for "poor people".



    http://www.newstatesman.com/economics/2013/03/food-stamps-are-just-capital-controls-poor-people

    Tuesday, December 03, 2013

    Luta de classes vs. "causas fracturantes"?

    Class vs. “Identity Politics,” Intersectionality, Etc.: Some General Observations, por Kevin Carson (Center for a Stateless Society):

    Those of us involved in various justice movements of the Left sometimes argue among ourselves as though the struggles for class, racial and gender justice existed in a zero-sum relationship.

    Many people in the workers’ and economic justice movements complain — rightly so in my view — that “identity politics” in far too many cases became a substitute for class struggle, with racial and gender justice movements led by upper middle-class managerial-professional types focusing almost entirely on equal representation in the professions and boardrooms at the expense of economic justice. This approach is commonly derided as “black, female, etc., faces in high places.”

    We can see this in the recent high profile coverage of the version of feminism promoted by Yahoo CEO Marissa Mayer and Facebook COO Sheryl Sandberg. Mayer, notably, was hailed as a triumph of feminism at the very time when she’d been showing her contempt for working mothers by eliminating Yahoo’s work-at-home arrangements.

    On the CNN special “Black in America” several years ago, Soledad O’Brien cited, as evidence of the fulfilment of MLK’s dream, the fact that “Some are Secretary of State; some are CEO” — a source of some dismay for those of us whose fondest dream is to strangle the last Secretary of State with the entrails of the last CEO

    But some of the above-mentioned critics from the economic justice movement go even further, blaming gender and racial “identity politics” as a distraction from the class struggle. The struggle for labor rights and economic justice should take precedence over racial and gender justice, they say, because racism and sexism have been subsumed to a large extent within the class struggle. And to the extent that structural racism and sexism, homophobia and transphobia continue to be real problems, the victims of such oppression should throw in with the economic justice movement and treat winning the class struggle as their immediate priority — after which the working class will return the favor by shifting its fraternal efforts to the racial and gender justice fronts.

    This goes too far — way too far. First of all, it’s not just a question of priority. It’s a matter of people not being actively horrible to one another. The most radical members of one social justice movement are frequently the most bigoted and hateful voices against victims of other forms of oppression. A good example is the slew of radical feminist writers at The Guardian, the American RadFem (and, ahem, corporate trademark lawyer) Cathy “Bug” Brennan, and Rosanne Barr — all of whom have assaulted transgender people with the most vile, toxic abuse imaginable. RadFems also commonly take a dismissive and patronizing attitude toward sex workers, ignoring their own agency and preferences in the quest to criminalize sex work “for their own good.”

    Second, for those who mercifully do at least recognize in principle the validity of other struggles against oppression, it’s important to recognize that these struggles are not in a zero-sum relationship with one another. They are complementary and cumulative. (...)

    Differential levels of oppression and exploitation are a lever for maintaining the system of exploitation by the privileged classes. An economic justice movement that fights for the rights and empowerment of workers, without specifically addressing the special needs of the victims of racial and gender oppression in its ranks, is a gravely weakened and divided movement.

    Access to underpaid and exploited minority, female and unskilled labor undermines the bargaining power of white, male, skilled labor. Industrial managers in early 20th century labor struggles, who deliberately chose unemployed blacks as scabs to break strikes, understood this. So did big farmers in the South who exploited racial divisions to break the tenant farmers’ union. So, on the other side, did the Wobblies and CIO, who eschewed the racial segregation that so weakened the AFL’s craft unions.

    Intersectionality undermines the ruling class’s “divide and conquer” strategies of labor market segmentation as a strategy for weakening the bargaining power of labor. The workers’ movement, as such, by giving additional aid to the most disadvantaged and oppressed segment of the labor force, increases the power of labor as a whole.

    Meanwhile, there is a sense in which the struggle for economic and material justice, for everyone’s control over the means of livelihood, is of central importance to racial and gender justice movements. The reason is that even primarily non-economic forms of injustice, like racial and gender oppression, depends to a considerable extent on control over access to the means of material subsistence.

    Much of the leverage not only for class and economic oppression, for oppression on the basis of race, gender, sexual preference and gender identity as well, comes from the ability to obstruct access to the means of independent livelihood, and to withhold or take away the prerequisites of comfortable subsistence. the extent to which they are in what Friedrich Engels called the “realm of necessity,” as opposed to the “realm of freedom.” (...)

    Let’s consider a few examples. When the price of land falls precipitously as a result of vacant land no longer being held out of use by artificial land titles, and vernacular building technologies like cheap, snap-together, modular housing designs become widely available without obstruction from local building codes, discrimination in rental housing will likely be significantly less important than it is now. The larger the share of our necessities of life that can be met through self-provisioning in the informal and household sector rather than paying for them with money earned through wage employment, the less will be the proportional effect of job discrimination on our access to the means of subsistence. If freed slaves after the Civil War had received “forty acres and a mule” from broken up plantations, and had been in widespread possession of the means of armed self-defense, the material balance of power would have been far different from that which allowed the reimposition of white rule after 1877. (...)

    The less a person’s material dependence on others for survival, the more it becomes feasible for her to pick and choose her interactions with others, and interact only on terms of dignity and equality. When the majority of people in a society — including oppressed racial and gender groups — obtain the lion’s share of their material subsistence needs independently of the will or whim of others, and are in the habit of seeing themselves as free economic agents in independent control of their own means of livelihood, the spillover effects will color their relations with one another in other areas of life as well.

    Monday, December 02, 2013

    Leis e magia

    The Magic of the Law, um artigo no Overthinking It expondo a tese de que a magia na ficção acaba por ser muito semelhante ao Direito (nos comentários, a conversa depois evoluiu para uma discussão sobre o padrão-ouro e a economia no mundo do Harry Potter).

    Já agora diga-se que, na minha opinião, a personagem "Rumplestiltskin/Gold" na série Era uma vez... parece feita de propósito para ilustrar a tese do artigo...