Wednesday, April 30, 2008

Os jovens não se interessam por política




Esses valores são a média aritmética atribuindo os seguintes valores à importância dada à política: Nada=1, Pouco=2, Bastante=3, Muito=4.

Tuesday, April 29, 2008

Ainda o etanol e os "ambientalistas"

Leitura recomendada para o Henrique Raposo (que imagino leia o blog da National Review, a "Atlântico" lá do sitio ) - Just one more thing on ethanol:
I've been linked by some conservative bloggers on this topic, and I've gotten a lot of emails that blame liberals for ethanol. I have to say, that's not exactly right. The Left is partly to blame just because they labor under the illusion that state planning can bring about better economic results. If ethanol is bad, then they might say we're just not subsidizing the right thing.

But today, liberal environmentalists are not the ones pushing ethanol. It's Agribusiness, all the way. Most reputable liberals believe ethanol to be a big joke — an enormous corporate welfare subsidy with no real benefits and many downsides.

[recorde-se, claro, que "liberal" traduze-se para "social-democrata"]

Leituras

I fear the Nietzschean dichotomy between the last man and the “overman” misdescribes today’s world.Nietzsche thought that last men were an undifferentiated mass - “Everyone wants the same; everyone is the same” - whilst the overman strove to be different.

But this is the exact opposite of what we see today. It’s the men who seek power and great wealth who are all the same - with their utilitarian morality and managerialist ideology - but it’s the men who retreat from worldly acclaim who are all different in their tastes, moralities and interests.

And this is where Nietzsche is a lousy sociologist. He thought the overman could both create his own morality and achieve worldly power. But perhaps the two are incompatible. It‘s the men who seek power who are, in fact, slaves to contemporary mediocre morality. It’s the people who have renounced power and ambition who are free to pursue other, higher, moral goals.
Public intellectual - an oxymoron? de Chris Dillow

But being active in public life and being an intellectual are, if not mutually exclusive, then at least very different things.

To be very prominent in public affairs requires a dogmatism and capacity for soundbites that sits uneasily with the doubts and humble pursuit of “truth” that mark a true intellectual. And many proper intellectuals might reasonably shy away from the crude, ego-driven world of “public life.” As Macintyre said in concluding After Virtue, the task of intellectuals (and others) should be not to shore up the imperium, but to construct new forms of community in which civilized moral life can survive against the barbarism of our rulers.

Obama is the first insurgent candidate in memory who has not come up with a new issue to challenge the establishment favorite.

Income inequality in the U.S. has increased sharply in the past generation. Those who worry about this development do so partly on grounds of fairness and partly because inequality may have adverse effects on politics, health, and crime. Sometimes overlooked is a more immediate cost: slow income growth for a large chunk of the population.

Saturday, April 26, 2008

O que talvez tenha acontecido à Maddie

Raptada por um enxame de abelhas?

"Os Bairros da Liberdade"

Artigo do Diário de Noticias sobre os "bairros SAAL" e afins:

O Bairro 25 de Abril, de Linda-a-Velha, em Oeiras, nasceu em 1975, em pleno período pós-revolucionário, quando "a paz, o pão, habitação, saúde e educação", de Sérgio Godinho, eram palavras de ordem na boca de toda a gente. As moradias de rés-do-chão e primeiro andar, projectadas por um arquitecto, rodeadas por canteiros e passeios, vieram a acolher famílias que viviam até então em condições deploráveis.

(...)

Há 33 anos, quando foi preciso arregaçar as mangas, formar uma comissão de moradores e depois construir as casas onde hoje vivem, fizeram-no. (...)

"A maior parte das pessoas veio de nove bairros de barracas ou de casas degradadas desta zona (Biscouteiras, Bairro da D. Aninhas, Bairro da Junça, etc.)", recorda. Os técnicos contactaram-nos, fizeram um levantamento das famílias e das necessidades de cada uma. "Depois, juntámo-nos numa associação. O objectivo era construirmos um bairro com casas condignas, com o financiamento do Estado. Passo seguinte, encontrar terrenos disponíveis", explica João Vieira [vice-presidente da associação de moradores].

(...)

João Vieira garante que processo mais democrático não podia haver. "Votávamos todas as decisões e tudo era aprovado por maioria. Até para comprar os materiais de construção foi assim. Submetíamos tudo à votação, pois o que quer que decidíssemos, seria determinante para o preço da renda que iríamos pagar. Na atribuição dos fogos também procurámos seguir critérios de justiça. Dava-se primazia a quem vivia em piores condições, com filhos, etc.", recorda.

Com as obras já a decorrerem desde 1976, surgiu um revés importante. Em 1978, já com 36 fogos construídos, o empreiteiro J. Pimenta faliu. "Tivemos de avançar para a construção directa, com a supervisão dos técnicos. Alguns de nós trabalharam na construção do bairro." E as 192 casas projectadas para 5,7 hectares. No 25 de Abril de 1979 foram entregues as primeiras chaves.O bairro ficou totalmente concluído em 1981. O Estado, através do Fundo de Fomento da Habitação, "deu" 90 contos a fundo perdido, por cada fogo. O resto foi pago pelos sócios ao longo de 25 anos. "Em 2005, acabámos de pagar as casas, agora contribuímos com uma verba para podermos fazer a manutenção e conservação do bairro", explica João Vieira.
Para os lados de Portimão, também há uns bairros sociais que foram construidos nesta época, com o trabalhos dos habitantes: além da famosa Meia-Praia, temos também o Bairro do Progresso, em Portimão, e o Bairro da Boa Vontade, na Mexilhoeira da Carregação.

Friday, April 25, 2008

25 de Abril

Thursday, April 24, 2008

Sobre as Fundações pela Democracia...

... que no Leste tudo têm feito para dividir Estados eslavos divididos entre Russofilia e ocidentalismo  meio oportunista.  Ajuizado sem dúvida. Em nações divididas apressar a democracia por via exógena e apoiar um dos lados, de facto, vai fazer muito pela segurança do ocidente... parece que vai haver uma Europeia e suponho que irá incentivar a vontade democrática dos separatismos latentes por essa Europa fora.

"In the immediate aftermath of the 1999 war, the taxpayer-funded National Endowment for Democracy – through its Democratic and Republican institutes – waged a campaign to topple the government of Slobodan Milosevic. No expense was spared to tutor the willing opposition politicians, journalists, and activists in tactics and tricks. The end result was the October 2000 takeover of power, ostensibly a "popular democratic revolution" that was neither popular nor democratic. If tales of "suitcases of cash" or the self-righteous boasting of American officials that they brought about "regime change" in Serbia weren't evidence enough, "revolutions" following the same script down to a letter soon took place in Georgia and Ukraine. It was later revealed that some of theSerbian activists "trained" by the NED were "advising" their counterparts in Tbilisi and Kiev.

How is it that the so-called "popular movements" can appear out of thin air and disappear again, once their purpose – "regime change" has been served? "

Pérolas da história

A esquerda incluindo a revolucionária, sempre mostrou uma boa capacidade de análise da realidade internacional, e da relação entre o Estado e as Guerras.

Aqui Marx primeiro e depois mais tarde Engels falam sobre os desenvolvimentos que levaram a França aos braços da Rússia (depois do conflito de Napoleão III com Bismarck que levou à federalização da Alemanha proclamando a Prússia como líder [e arrumando de vez com a possibilidade de serem os Habsburgos da Áustria a fazê-lo]). A favor de Bismarck, notar que nunca defendeu uma Grande Alemanha que incluiria o Império Austro-Húngaro (o que só viria a concretizar-se com Hitler dado que estupidamente o meio demente Woodrow Wilson insistiu na queda dos Habsburgos o que removia por completo o sentido de um povo de lingua alemã não fazer parte da Alemanha). A favor também que Bismarck sempre procurou manter boas relações com a Rússia.

Bem, podem ler nestas duas pérolas a antecipação exacta e clara do que aconteceu na Primeira Guerra Mundial: a república iluminista Francesa aliada (?!) da monarquia mais medieval da Europa insistem em ir em socorro da Sérvia cujos serviços secretos induziram o atentado (terrorista) do herdeiro do Império Austro-Húngaro. O Kaiser pediu primeiro ao Czar (seu primo) que não se metesse e pediu depois à França que não mobilizasse. Nada feito, perante duas frentes o plano [e todos concordarão que era o único possível] alemão era conhecido há muito tempo: derrotar em tempo recorde os franceses e deslocar as tropas depois para Leste, e para isso só passando pela Bélgica (um Estado meio artificial). E claro, isso dá a desculpa para o germano-fóbico Churchill entrar em mais uma guerra gloriosa (apesar da monarquia inglesa ser já de origem alemã e o Kaiser neto da Rainha Vitória!). O resto é a história que conduz ao pior século da civilização com Woodrow Wilson a impedir a negociação de uma paz honrosa entre as monarquias, conduzindo à sua queda (Wilson - o anti-monárquico - fez questão na abdicação do Kaiser e dos Habsburgos), e depois Versailles. E como digo sempre que posso, dando assim lugar ao estalinismo, fascismo e nazismo e uma nova guerra mundial ganha por Estaline e perdida pelo Império Britânico.

E assim, ironicamente uma (bem, duas... ou três com a guerra fria) guerra mundial porque a teoria das alianças determinou que os "aliados" ficassem do lado "terrorista". Existe outra teoria falsa, sobre as democracias que não fazem guerra, mas a Alemanha tinha eleições para uma das câmaras com voto universal desde 1871, bem antes dos ingleses.

Versailles parece ser uma maldição para a Europa. Foi o local onde a monarquia francesa se perdeu, onde a Prússia declara a vitória e coroa o seu imperador e onde um tratado desastroso é imposto.

Quanto a Mark e Engels:

1870 Karl Marx:

"As in 1865, promises were exchanged between Gorchakov and Bismarck. As Louis Bonaparte flattered himself that the War of 1866, resulting in the common exhaustion of Austria and Prussia, would make him the supreme arbiter of Germany, so Alexander [II of Russia] flattered himself that the War of 1870, resulting in the common exhaustion of Germany and France, would make him the supreme arbiter of the Western continent. As the Second Empire thought the North German Confederation incompatible with its existence, so autocratic Russia must think herself endangered by a german empire under Prussian leadership. Such is the law of the old political system. Within its pale the gain of one state is the loss of the other. The tsar's paramount influence over Europe roots in his traditional hold on Germany. At a moment when in Russia herself volcanic social agencies threaten to shake the very base of autocracy, could the tsar afford to bear with such a loss of foreign prestige? Already the Moscovite journals repeat the language of the Bonapartist journals of the War of 1866. Do the Teuton patriots really believe that liberty and peace will be guaranteed to Germany by forcing France into the arms of Russia? If the fortune of her arms, the arrogance of success, and dynastic intrigue lead Germany to a spoilation of French territory, there will then only remain two courses open to her. She must at all risks become the avowed tool of Russian aggrandizement, or, after some short respite, make again ready for another "defensive" war, not one of those new-fangled "localized" wars, but a war of races — a war with the Slavonic and Roman races.[D] "

1891, Frederick Engels:

And has not the prophecy been proved to the letter that the annexation of Alsace-Lorraine would "force France into the arms of Russia", and that after this annexation Germany must either become the avowed tool of Russia, or must, after some short respite, arm for a new war, and, moreover, "a race war against the combined Slavonic and Roman races"? Has not the annexation of the French provinces driven France into the arms of Russia? Has not Bismarck for fully 20 years vainly wooed the favor of the tsar, wooed it with services even more lowly than those which little Prussia, before it became the "first power in Europe", was wont to lay at Holy Russia's feet? And is there not every day hanging over our heads the Damocles' sword of war, on the first day of which all the chartered covenants of princes will be scattered like chaff; a war of which nothing is certain but the absolute uncertainty of its outcome; a race war which will subject the whole of Europe to devastation by 15 or 20 million armed men, and is only not already raging because even the strongest of the great military states shrinks before the absolute incalculability of its final outcome?

Wednesday, April 23, 2008

Thomas Paine e a Revolução Americana

O "excepcionalismo" ( a existir) americano:

Tom Paine: "Some writers have so confounded society with government, as to leave little or no distinction between them; whereas they are not only different, but have different origins. Society is produced by our wants and governed by our wickedness…. The one encourages intercourse, the other creates distinctions. The first is a patron, the last a punisher.

Society in every state, is a blessing, but government, even in its best state, is but a necessary evil; in its worst state an intolerable one: for when we suffer … the same miseries by a government, which we might expect in a country without government, our calamity is heightened by reflecting that we furnish the means by which we suffer. Government, like dress, is the badge of lost innocence; the palaces of kings are built upon the ruins of the bowers of paradise."

Diz Murray N. Rothbard:

"All this culminated in Paine's tremendous blow for American independence. His fiery and brilliant pamphlet Common Sense,[ii] off the press in early January 1776, spread like wildfire throughout the colonies.

A phenomenal 120,000 copies were sold in the space of three months. Passages were reprinted in newspapers all over America. All this meant that nearly every literate home was familiar with the pamphlet. Tom Paine had, at a single blow, become the voice of the American Revolution and the greatest single force in propelling it to completion and independence.(...)

While he followed Locke in holding that the State should be confined to the protection of man's natural rights, he saw clearly that actual states had not originated in this way or for this purpose. Instead, they had been born in naked conquest and plunder."

A propósito das eleições dos EUA

1 - Ninguêm chama "elitista" a Hillary Clinton por pretender ganhar a nomeação com os votos dos super-delegados? Pelos vistos, ser "elitista" ou não depende de hábitos culturais (como ter ido uma vez à caça na infância) e não da atitude efectiva face ao poder das elites.

2 - Os meus parabéns ao Carlos Novais: está toda a gente entretida com as primárias Democratas mas também as houve nos Republicanos, e Ron Paul teve 16% dos votos (e acho que o facto de ele já não ter hipóteses até torna mais expressiva essa votação).

Post a partir de comentário

Nos comentários a este post de Paulo Pinto Mascarenhas (considerando os dinamizadores da "manifestação contra a violência policial" como "mário-machados da extrema-esquerda"), Fernando Vasconcelos escreve "Nem sei onde está a dúvida. TODAS as formas de violência de extrema-esquerda ou de extrema-direita são apenas violência nada mais. Para exprimirem uma qualquer teoria política têm de abdicar da violência."

E a do centro-esquerda ou do centro-direita? Antes que me venham dizer que o centro-esquerda ou o centro-direita não usam a violência, noto que ideologias/movimentos que aspirem a governar o Estado, por definição, estão dispostos a usar a violência (já que, em última instância, a autoridade do Estado assenta no poder de usar a força).

Como é que o centro-direita pretende defender a Propriedade Privada? Através da policia (i.e., da violência do Estado). E como é que o centro-esquerda pretende financiar o Estado Social? Através de impostos, cuja cobrança, em última instancia, é também assegurada pela ameaça de uso da força (além disso, o centro-esquerda também é a favor da policia proteger a propriedade privada, e o centro-direita também é a favor de impostos cobrados à força - nesse caso, para pagar a polícia).

Quase toda a gente defende a violência: os defensores do Estado (incluindo os defensores de "um estado que começa a desaparecer desde o seu primeiro dia de existência") defendem a violência pelas razões atrás citadas; e os anarquistas, na sua esmagadora maioria (possíveis excepções: Leon Tolstoy à esquerda e Robert LeFevre à direita), também aceitam a violência exercida por "milícias populares auto-organizadas" (ala esquerda) ou por "agências de protecção" (ala direita).

[Já agora, ver a resposta de PPM à versão original do meu comentário]

Tuesday, April 22, 2008

O Diabo vai aproveitar a ocasião

O Irão diz que se fôr atacado por Israel (ou pelos os EUA) que o atacará.


E Hillary Clinton na tradição democrata de usar WMD contra civis (bombas nucleares aqui, napalm acolá) diz que se o Irão atacar Israel ... Clinton says U.S. could 'totally obliterate' Iran. 

Diz de forma disfarçada (tipo letras pequenas) "se o Irão atacar Israel com armas nucleares", como se o Irão alguma vez sequer tivesse falado no assunto, as tivesse ou esteja perto de as ter, as queira ter, e mesmo que as venha a ter (seja lá quando isso fôr) seja capaz de as usar de forma efectiva, contra Israel que terá 200 bombas nucleares apontadas e com toda a certeza bem capaz de as usar a qualquer momento em short-notice.

Não se percebe se isto significa que se Israel atacar o Irão (ou os EUA) e este contra-atacar Israel, Clinton faz o "Irão desaparecer do mapa", mas tanto faz.

Suponho que os cristãos-sionistas-pelo-armagedão-que-matará-quase-a-totalidade-dos-judeus (o que define uma estranha forma de apoio aos judeus, mas a lógica em tudo isto é secundária) se sentirão mais perto da sua profecia.

Democracia

US, UK: Kosovo Serbs Shouldn't Vote in Local Serb Poll

Francisco Martins Rodrigues (1927-2008)


Num passado distante (principios dos anos 60) foi o delfim de Cunhal (e fugiu com ele de Peniche). Depois foram as rupturas sucessivas: em 1964 com o PCP e a URSS, tomando o partido da China maoísta (criando a Frente de Acção Popular, antepessada de grande parte dos grupos de extrema-esquerda dos anos 70, nomeadamente da UDP); em 1978 com a China; em 1983 com a Albânia e a UDP/PC(R).

Desde então dinamizava a Organização Comunista "Politica Operária", à volta da revista com esse nome.

Monday, April 21, 2008

O problema do monopólio da terra II: Rothbard à esquerda

"Murray Rothbard, por exemplo, mostrou a ilegitimidade da maioria da apropriação histórica de terras, mesmo para padrões Lockeanos:

Como um título individual a fatores dados pela natureza será determinado? Se Colombo desce em um novo continente, é legítimo ele proclamar todo o continente seu, ou apenas aquele setor “tão longínquo quanto seu olho pode enxergar”? Claramente, esse não seria o caso na sociedade livre que estamos postulando. Colombo ou Crusoé teriam que usar a terra, “cultiva-la” de alguma forma, antes de ter direito a possuí-la... Se há mais terra que pode ser usada por uma oferta limitada de trabalho, logo a terra desocupada deve simplesmente continuar vaga até um primeiro utilizador chega em cena. Qualquer tentativa de reclamar um novo recurso que ninguém usa teria que ser considerada invasiva do direito de propriedade daquele que se tornará o primeiro usuário."

A partir da tradução publicada por Guilherme Roesler no acao-humana.blogspot.com de um grande texto (Kevin Carson) a merecer a maior atenção (Os Quatro Grandes Monopólios de Tucker: O Monopólio da Terra capítulo 5 do livro Studies in Mutualist Political Economy").

Sugestões de leitura


It’s not just oil that has defied the complacency of a few years back. Food prices have also soared, as have the prices of basic metals. And the global surge in commodity prices is reviving a question we haven’t heard much since the 1970s: Will limited supplies of natural resources pose an obstacle to future world economic growth?
How you answer this question depends largely on what you believe is driving the rise in resource prices. Broadly speaking, there are three competing views.

Obama's Touch of Class, por Thomas Frank:

The media flurry kicked up by Mr. Obama's gaffe powerfully confirms an argument I actually did make: That as they return again to the culture war, what the soldiers on all sides are doing is talking about class without actually addressing the economic basis of the subject.
Consider, for example, the one fateful charge that the punditry and the other candidates have fastened upon Mr. Obama – "elitism." No one means by this term that Mr. Obama is a wealthy person (he wasn't until last year), or even that he is an ally of the wealthy (although he might be that). What they mean is that he has committed a crime of attitude, and revealed his disdain for the common folk

A direita e-não-existe-mais-uma-guerrinha-para-fazer?

Ou a direita-"it´s Muniche all over again".

via http://cachimbodemagritte.blogspot.com/: "Tibet is an even further-away country than Czechoslovakia. The Olympic Games took place in Berlin in 1936 and the war began three years later. Will the West be ready to do anything if China invades Taiwan in 2011?" Charles Moore, "The Spectator`s Notes", in The Spectator, 12/4/08

Estivadores sul-africanos boicotam armas para o Zimbabue

South African port workers refuse to move arms for Zimbabwe

JOHANNESBURG, South Africa (AP) — South African port and truck workers are refusing to move weapons from a ship that docked in the country on its way to Zimbabwe, union officials said Friday.

The move could add to pressure on South African President Thabo Mbeki to take a harder line on Zimbabwean President Robert Mugabe, who is accused of withholding the results of an election his opposition says it won. Mbeki has argued that Mugabe is unlikely to respond to a confrontational approach.

The Congress of South African Trade Unions applauded the stance by the South African Transport and Allied Workers Union, and reiterated its calls for Zimbabwean electoral officials to release the results of the March 29 presidential elections.
[Via The Art of Possible]

Saturday, April 19, 2008

"Estranha vitória"

Opinião de Fernando Madrinha no Expresso:

"Tal como estava escrito na estrelas e se escreveu aqui na semana passada, os sindicatos chegaram a um entendimento com o Ministério da Educação sobre a avaliação dos professores. A pressa com que correram a cantar vitória denuncia a urgência que tinham no acordo. É verdade que houve cedências nos dois lados. Mas, tanto quanto se percebe, a cedência da ministra resume-se a isto: a avaliação "simplificada", que vinha defendendo desde há muito, será igual para todas as escolas, em vez de cada escola definir o seu modelo. Só este ano, para os professores contratados, pois, a partir do próximo ano lectivo, mantêm-se na íntegra as regras que constam do decreto. Já a cedência dos sindicvatos consistiu na aceitação de um processo de avaliação que queriam ver suspenso. O líder da Fenprof explicou porquê ao DN:«Não poderíamos estar a gritar suspenda-se a avaliação, suspenda-se, e, à nossa volta, todas as escolas estariam a aplicar o modelo de avaliação porque não teriam alternativa». Porque fala então de «vitória»?"
No entanto, talvez não seja correcto dizer que os sindicatos não ganharam nada de significativo com o acordo: pelo menos, há dias estive a falar com um professor sobre o assunto, e pelos vistos o acordo também cria um novo escalão remuneratório para cujo o acesso o tempo passado como dirigente sindical parece que é contado de forma especial.

Friday, April 18, 2008

Jogos Olimpicos

Eu até simpatizo com um boicote aos Jogos Olimpicos na China, mas este argumento talvez não seja o melhor:


[Via Austro-Athenian Empire]

Guerra "civilizada"

A propósito do "conflito regulado" entre masai e kalnejin, no paper "The origin of war: the evolution of a male-coalitional reproductive strategy" há um capitulo, "The Pitched Battle" (pg. 29 a 33 - PDF) em que deica alguma atenção a essas "normas minimizadores de baixas" nas guerras entre povos tribais (um exemplo: "There are Californian Indian peoples, for instance, who are well aware that arrows with flights are more accurate and always fit feathers to its hunting arrows - but leaves them off its war arrows").

Entre as razões para tal por vezes acontecer, é feita referência ao facto de essas sociedades não serem suficientemente ricas para suportar uma guerra "total" e também à pouca autoridade dos chefes tribais ("this kind of society cannot sustainvery many men in the field, and hence the battles are neither large nor protracted. But more important in limiting the scale of war is the egalitarian nature of the society. Leadership is ephemeral, for one thing, and the leader has no strong organization or authority to conscript or otherwise force people to serve his bidding. And he cannot force people to be brave by threats of legal punishment for dereliction of duty. Warriors left on their own usually will not run grave risks to their lives, and hence pitched battles are rare. When a battle does take place it is more noisy than bloody").

No entanto, essa autoridade fraca (que não faço a minima ideia se se aplica no caso dos masai ou dos kalnejn) também terá um lado negativo (referido noutro capitulo) - tornará também mais dificil acordos de paz entre as tribos (já que, mesmo que os chefes façam um acordo, há sempre o perigo de alguns "jovens exaltados" continuarem a guerra).

Kosovo: competição entre agências legais

Aqui há uns tempos, julgo que ninguém reparou e eu não guardei o link, a Sérvia propôs que no Kosovo, os sérvios pudessem continuar ligado ao estado Sérvio, votando nas suas eleições e aplicando-se a eles o direito Sérvio.

E que eu me recorde, esta deve ser a primeira proposta formal de aplicar a possibilidade de coexistência entre ordens de direito diverso no mesmo território (embora de forma informal esta situação será até muito frequente em zonas de disputas territoriais-étnicas).

Bem, esta possibilidade está há muito tempo prevista na teoria anarquista (rothbardiana).

Eu imagino que os sérvios poderiam pagariam taxas ao estado sérvio pelos serviços legais e outros (segurança?) e os kosovares ao estado do kosovo. E melhor ainda, cada um deveria ter a liberdade de escolher a qual "contratar" tais serviços.

E quando existirem problemas e questões envolvendo ambas as partes? Bem, as seguradoras há muito tempo que resolvem esse tipo de questões. O direito internacional privado também.

Adenda: Kosovo: Defiant Serbia Will Hold Local Elections

Thursday, April 17, 2008

No comments

Report Reveals Iran Seized British Sailors in Disputed Waters
"Fifteen British sailors and Marines were seized by Iran in internationally disputed waters and not in Iraq’s maritime territory as Parliament was told, according to new official documents released to The Times."

Adenda (via LRCBlog): "...the documents were released only after the Times lodged a Freedom of Information suit. The documents included this gem from Tony Blair's Defence Secretary -- who knew the whole thing was bogus a year ago! From April 13, 2007:

"[Top Secret] The exact coordinates to the Op Line have not been published to Iran."

Coisas de islamo-fascistas (whatever that means)

Iran Offers Addicts Condoms, Syringes From Vending Machines

Wednesday, April 16, 2008

Este Papa e o outro

"After the Vatican listened to Novak's [Michael Novak, o Neo-Cons Católico] arguments for war, Pope John Paul II, sent a special envoy to the White House, although President Bush refused to see him. Those who claim that the current Pope's opposition to the war is nothing but mere "opinion," may be interested to know that Benedict has repeated many times over the years that "The concept of a 'preventive war' does not appear in the Catechism of the Catholic Church."

Pope John Paul II called this war "a defeat for Humanity" which could not be morally or legally justified, a point which Benedict XVI has constantly re-iterated. The Catechism of the Catholic Church is the compendium of official Church teaching, and clearly does not contain any approval of "pre-emptive war," the kind which "Catholic theologian" Michael Novak claimed to be "morally obligatory."" GOP Catholics

Sobre "Monopsony"

"To those who are still tempted to make the number of producers in any field the test of competitive merit, we might ask (setting aside the problem of proving homogeneity):

How can the market create sufficient numbers? If Crusoe exchanges fish for Friday’s lumber on their desert island, are they both benefiting, or are they “bilateral monopolists” exploiting each other and charging each other monopoly prices? But if the State is not justi fied in marching in to arrest Crusoe and/or Friday, how can it be justified in coercing a market where there are obviously many more competitors?" Murray N. Rothbard

Sugestões de leitura


Squeezed Vietnamese Workers Strike Back na Counterpunch

O problema do monopólio da terra: Mises à esquerda

A partir da tradução publicada por Guilherme Roesler no acao-humana.blogspot.com de um grande texto (Kevin Carson) a merecer a maior atenção (Os Quatro Grandes Monopólios de Tucker: O Monopólio da Terra capítulo 5 do livro Studies in Mutualist Political Economy").

Mises: " Em nenhum lugar e época a propriedade em larga-escala de terra veio através do trabalho das forças econômicas no mercado. É o resultado de esforço militar e político. Fundada pela violência, foi mantida pela violência e por ela apenas. Assim que os latifúndios são colocados na esfera das transações de mercado eles começam a se fragmentar, até que desapareçam completamente. Nem em sua formação ou em sua manutenção forças econômicas operaram. As grandes fortunas de terra não surgiram através da superioridade econômica da propriedade em larga escala, mas por anexação violenta fora do terreno das trocas... A origem não econômica das fortunas da terra é claramente revelada pelo fato de que, como uma regra, a expropriação pela qual foram criadas não altera de forma alguma o modo de produção. O antigo dono continua no solo sob um título legal distinto e continua coma produção."

Contra a ideologia -> Russel Kirk

Há muito, muito tempo, Russel Kirk (conservador americano convertido ao catolicismo já tardiamente na sua vida) escreveu em "THE POLITICS OF PRUDENCE"-"The Error of Ideology":

Ideology is inverted religion, denying the Christian doctrine of salvation through grace in death, and substituting collective salvation here on earth through violent revolution”

“I suggested that some Americans, Conservative-inclined ones among them, might embrace an ideology of Democratic Capitalism, or New World Order, or International Democratism” [aqui claramente a antecipar a doença neo-conservadora]

“I am not of the opinion that it would be well to pour the heady wine of a new ideology down the throats of the American young…what we need to impar tis political prudence, not political belligerance.

Ideology is the disease, not he cure. All ideologies, uncluding the ideology of vox populi vox dei, are hostile to enduring order and justice and freedom. For ideology is the politics of passionate unreason.”

Civilização

(Via Gato do Cheshire)

"No Quénia, massais e kalnejins combatem ao arco-e-flecha. Regras da guerra: os combates não podem decorrer todos os dias, não podem ter lugar à noite e o corpo-a-corpo é proibido. As flechas não podem ser lançadas para ferir, mas apenas para matar. Desde Janeiro, altura do início dos combates, já morreram 20 homens. Os massais reclamam pastagens ocupadas pelos kalnejins, sendo esse o casus belli. Nos dias em que não se combatem, convivem amenamente uns com os outros."

PS: Ora aí está um boa proposta, podemos colocar todos os warmongers de todos os lados a resolver os impasses das suas jogadas geo-estratégicas desta forma (tal como Bush poderia ter resolvido o seu problema pessoal com Saddam num duelo, uma instituição óptima proibida pela modernidade).

Um proto-neo-cons português no seu pior

E um exemplo de como o maior perigo do ocidente são os seus defensores que não aprenderam nada com a WWI (ganha por Lenine e pelo fascismo e nazismo - perdida pelas monarquias europeias, pessoalmente bem mais civilizadas ainda que falíveis), nem com a WWII (ganha por Estaline, perdida pelo maior Império da história - o de Churchill).

Henrique Burnay no 31 da Armada: "O Império russo

Dirigindo-se a uma plateia de mais de 500 intelectuais, políticos, responsáveis de ONGs e activistas pela democracia, a primeira-dama da Ucrânia, Kateryna Yushchenko, explicou a história do seu país e os desafios que enfrenta. A última vez que a Ucrânia foi independente (não com as dimensões de hoje) foi há mais de setecentos anos. Entretanto foram invadidos, ocupados, usados, abusados e assassinados. Mas apesar de um tão longo período de inexistência, alguma coisa permaneceu porque nos últimos cem anos a Ucrânia declarou ou tentou declarar a independência várias vezes. Sempre sem sucesso. É por isso que a necessidade de obter alguma protecção do ocidente é tão sentida – seja a NATO ou a União Europeia. E é isso que alguns políticos europeus, e intelectuais, não parecem aceitar. Para eles, como para a Rússia, a Ucrânia, e muito provavelmente todas as ex-repúblicas soviéticas (com excepção das do Báltico), são, irremediavelmente, parte integrante de uma extensa área de influência por direito próprio dos russos (sejam eles czaristas, comunistas ou pós-comunistas). Ao assegurar que o que era soviético permanece, no essencial, sob a o seu domínio, a Rússia garante-se enquanto poder imperial na região e, por essa via, como potência mundial. Se acharmos que uma potência não democrática e rica em energia que usa para manipular as relações com os seus vizinhos não é uma ameaça, tudo bem. Se, pelo contrário, percebermos nesta vocação imperial uma ameaça à nossa segurança, temos de agir. E, nesse caso, onde a NATO não poder ou não dever chegar, tem de a União Europeia de ir. Dar, agora, um sinal positivo à Ucrânia, é importante. Até porque a democratização ainda está numa fase muito primitiva.Como sempre, no Meia Hora de segunda-feira"

O custo dos impostos

Fala-se num estudo sobre o que custa às empresas e cidadãos declarar os seus impostos (i.e., os custos em termos de trabalho que dá fazer a declaração, pagar a um contabilista, etc., não os custos em termos de impostos pagos).

Bem, pelas minhas contas, deve-me custar para aí uns 30 euros. Como chego a este valor? Eu devo levar para aí umas 3 horas a preencher a declaração de IRS; eu aufiro um remuneração horária de 8,80 euros; com mais uma ou outra despesa adicional, temos cerca de 30 euros (sinceramente, não me parece um valor por aí além).

Acerca das despesas com "guardar todos os recibos relativos a rendas, gastos com a saúde e com a educação", na prática isso corresponde à despesa que representa tirar os recibos da carteira ou do bolso do blusão e atirá-los para dentro de um caixote, de onde vão sair talvez esta tarde; à partida, nem me parece que isso vá representar despesa alguma.

Tuesday, April 15, 2008

Paz

Rui Albuquerque fala sobre a Paz e eu cito Murray N. Rothbard que cita o primeiro anti-neo-cons (no séc. XIX):

Murray N. Rothbard: “It is time again to resurrect the wise and marvelous quote from Canon Sydney Smith, the great classical liberal and anti-interventionist in early nineteenth century England. When Lord Grey, the Prime Minister, was moving toward a foreign war, Sydney Smith wrote the following letter to Lady Grey, in 1832:

‘For God’s sake, do not drag me into another war! I am worn down, and worn out, with crusading and defending Europe, and protecting mankind; I must think a little of myself. I am sorry for the Spaniards - I am sorry for the Greeks - I deplore the fate of the Jews; the people of the Sandwich Islands are groaning under the most detestable tyranny; Baghdad is oppressed, I do not like the present state of the Delta; Tibet is not comfortable. Am I to fight for all these people? The world is bursting with sin and sorrow. Am I to be champion of the Decalogue, and to be eternally raising fleets and armies to make all men good and happy? We have just done saving Europe, and I am afraid the consequence will be, that we shall cut each other’s throats. No war, dear Lady Grey! - No eloquence; but apathy, selfishness, common sense, arithmetic! I beseech you, secure Lord Grey’s swords and pistols, as the housekeeper did Don Quixote’s armour. If there is another war, life will not be worth having.

“‘May the vengeance of Heaven’ overtake the Legitimates of Verona! but, in the present state of rent and taxes, they must be left to the vengeance of Heaven. I allow fighting in such a cause to be a luxury, but the business of a prudent, sensible man is to guard against luxury.

“‘There is no such thing as a just war, or at least, as a wise war.’” (via David Gordon do Mises Institute).

Condomínios, maiorias e unanimidade

A adesão a um dado processo de decisão colectivo tem de ser voluntário o que é equivalente a dizer que tem existir unanimidade.

A possibilidade de existência de condomínios em sistema de "um homem um voto" de todos os residentes (em vez de serem apenas os proprietário e no valor atribuído à sua quota - por permilagem ou outro método) deve ser permitida embora deva ser mais ou menos intuitivo que, a existir esta liberdade de estipular estatutos com regras (de votação em Assembleia Geral) diferentes dos previstos na lei actual (sempre esta mania de pretender formatar e condicionar os contratos livres entre as partes com a velha desculpa de pretender tipificar, etc), muitos poucos condomínios surgiriam com a regra democrática que todos dizem ser um princípio sagrado da modernidade, pela simples razão que um proprietário não investe a poupança duma vida em algo para o qual não-proprietários poderão passar a determinar por formarem uma maioria (claro que mesmo assim, podemos prever que os laços familiares se sobrepõem a indivíduo e portanto cada um votaria ao lado do proprietário onde vive - o seu pai, mãe, etc - razão pela qual as democracias localistas conseguem evitar os problemas das "democracias em massa").

Mas não ponho de lado que certas comunidades conseguissem estabelecer um dado equilíbrio com tal sistema (precisamente pela intimidade e comunhão dos mesmos valores).


Assim, os estatutos, a que por unanimidade os condóminos aderem, devem estabelecer os princípios gerais (não quero saber o que a lei actual diz ou não diz, mas sim saber o que devia ser, ou até como diz o Miguel Madeira "o que será moral") e também os detalhes sobre todos os aspectos práticos da gestão do património incluindo onde existirá responsabilidade comum (e existindo os critérios que se aplicam) e responsabilidade individual (o que definirá as consequências financeiras em detalhe).
Outro aspecto importante e até determinante, será explicitar com que processo se torna possível uma mudança de estatutos (possibilidade que abre a mudança do processo de decisão). Assim, a adesão voluntária tem implícita a concordância com a possibilidade dos estatutos poderem mudar, mas ficando definido pelo menos previamente, em que caso tal seria possível.

Monday, April 14, 2008

The Bitterness Thing

Artigo de Dave Lindorf na Counterpunch:

I haven't lived in rural Pennsylvania or in rural Indiana, but I have lived in rural upstate New York, in towns where there are so few Democrats that on some local election ballots, not a single position, from town council to justice of the peace, has a contest. As in China, your option is to vote for the Republican candidate, or to leave that line blank.

(...)

Barack Obama is exactly right. In Hancock, NY and Spencer, NY, there are no factory jobs. There used to be in Hancock, but the companies where hundreds of people used to work have long since folded or moved south of the border, courtesy of the North American Free Trade Act (NAFTA) aggressively promoted and pushed through Congress by Bill and Hillary Clinton during the 1990s. In Spencer, there are no jobs because in the free-for-all bidding by companies for tax giveaways between communities, Spencer had nothing much to offer.

(...)

In 1992, neighbors in Spencer told me they were voting for George H. W. Bush-a patrician blue blood if ever there was one-because Bill Clinton, if elected "would take away our guns."

Of course, he didn't, and had no intention of doing so, but that didn't matter.

Don't get me wrong-the people in Hancock and Spencer are good folks. I'm pretty sure many of them probably give a higher proportion of their meager incomes to charity than do millionaires John McCain and Hillary Clinton. But Obama is right that in their angst and frustration at seeing the good economic times pass them by, at seeing themselves abandoned by the federal government in hard times, and at seeing candidates promise them everything during campaigns, only to ignore them after winning, they are bitter and frustrated.

And they have a right to be, and they should be.

Sobre o mesmo assunto, mas numa perspectiva completamente diferente, "Bittergate" (e também os comentários), no Eleições Americanas de 2008.

E, já agora, um texto que acho que já recomendei aqui, Red-State America Against Itself de Thomas Frank, sobre o crescente distanciamento entre o Partido Democrata e a classe trabalhadora das pequenas cidades.

A visão de um professor sobre o acordo ME-sindicatos

Sunday, April 13, 2008

Michael Leeden sobre os soldados norte-americanos no Iraque

A raça é uma construção social

A prova: o apoio dos "negros" norte-americanos (ou "afro-americanos", ou o que lhes queiramos chamar) a Barack Obama.

Geneticamente, pouco terão a ver uns com o outro - uns descendem de escravos capturados essencialmente na costa ocidental de África e de brancos (até devido aos fringe benefits normalmente associados ao estatuto de proprietários de escravas), enquanto Barack Obama é filho de um queniano (África Oriental) e de uma norte-americana; atendendo que os antepassados comuns a africanos ocidentais e africanos orientais devem ter vivido há já muito tempo, quase de certeza que um negro norte-americano típico deve partilhar mais genes com um branco norte-americano típico do que com um queniano. Por outras palavras, se existe uma ligação genética entre os "afro-americanos" e Obama, provavelmente até será mais forte pela parte da mãe "branca" do que do pai "negro" (ainda por cima, recorde-se que o pai de Obama era da tribo luo, que fala uma língua nilótica, enquanto os escravos que foram para a América eram de tribos falantes de línguas nigero-congolesas - é verdade que semelhanças/diferenças linguísticas não significam necessariamente semelhanças/diferenças genéticas, mas são um indício nesse sentido)

No entanto, os "afro-americanos" (após uma resistência inicial) parecem ter adoptado Obama como um dos seus e estar a votar com base nisso.

Ou seja, o que faz de um conjunto de individuos uma "raça" não é terem uma origem genética comum - é considerarem-se e/ou serem considerados como uma "raça".

Saturday, April 12, 2008

Sugestão de leitura


Condominios - Tema para reflexão

[Este tema deve interessar o Carlos Novais]

Imagine-se este cenário:

Um prédio em que alguns condóminos têm lugares na garagem e outros não (os primeiros, por regra, têm uma maior permilagem, já que, por terem lugar de garagem, os seus apartamentos são mais valiosos). Na reunião de condomínio, após se ter decidido fazer reparações na garagem, discute-se se todos os condóminos devem pagar as reparações, ou apenas os que têm lugar na garagem. O assunto vai a votação e os "donos" da garagem (até porque os seus apartamentos valem mais votos) conseguem aprovar que sejam todos a pagar (em função, claro, da sua permilagem sobre o conjunto do prédio).

Tema para reflexão (eventualmente para discutir nos comentários) - a legitimidade (ou não) de tal decisão.

Thursday, April 10, 2008

Mal agradecidos

O Kosovo aprovou uma Constituição onde diz ser um Estado unitário e indivisível.

Ron Paul versus General Petraeus (ontem)

"Why should the American People, continue to support a war that was justified by false information? Since Saddam Hussein never aggressed against the United States, Iraq had nothing to do with 9/11, and Iraq had no weapons of mass destruction. It has been said one must continue the war because we have already sacrificed so much, but what is moral about demanding more sacrifice of American lives merely to save face with a mistake of invading and occupying Iraq? Doesn’t it seem awefully strange that the Iraqi government, we support, is an ally of the Iranians, who are our declared enemies? Are we not now supporting the Iranians by propping up their allies in Iraq? If Maliki is our ally, and he has diplomatic relations with Ahmadinejahd, why can’t we? Why must we continue to provoke Iran, just looking for an excuse to bomb that country? Does our policy in Iraq, not guarantee chaos in this region for years to come? It is estimated that up to 2,000 Iraqi soldiers refused to fight against Al Sadyr’s militia. Why should we not expect many of the 80,000 Sunnis, we have recently armed, to someday turn their weapons against us, so they, as well as the Mahdi Army, detest any and all foreign occupation? Is it not true that our ally Maliki, broke the ceasefire declared by Al Sadyr by INITIATING the recen violence? Is it not true that the current cease-fire was brokered by the Iranians, who also condemned the attacks on the green zone? How can we blame all the violence on the Iranians? Is it not true that with the recent surge in violence in Iraq, that the March attacks are now back at the same level as they were in 2005? Does Iran not have a greater justification to be involved in neighboring Iraq, than we do, since it’s 6000 miles from our shores? If China, or Russia were occupying Mexico, how would we react? Since no one can define winning the war, just who do we expect to surrender? Does this not mean that this war will be endless, since our political leaders will not end it? That is, until we go broke, and maybe that’s not far off.

Paul: I do have one question, even though, there’s not enough time to get all of those questions answered. I do have one question I do believe there is enough time to answer, probably rather briefly. In your estimation, does the administration, have the authority to bomb Iran without further congressional approval?

Petreus: Uh, congressman, I’m the commander for Iraq, I do not know the answer to that question, and it’s not within my purview.

Crocker: Uh, Uh, eww, congressman n nor is it in mine, I uh uh umm I I, uh, my my job is Iraq, I, I’m just not competent to pronounce on an issue like that.

Paul: Well, it just seems to me, that we couldn’t get an answer like, NO. It seems pretty obvious, that under our constitution, that’s the way it works. We’re supposed to, confer with the congress, and it would be spreading the war. We know how the war spread into Vietnam, without congressional approval, and what that lead to. So, it seems to me, that to not say, Uh, NO, the administration does not have the authority to bomb another country, without getting authority from the congress. So, it disturbs me to no end, that we can’t get a flat out, NO on this question. I yield back the balance of my time."

Bem vindos à Crimeia

http://blogs.publico.pt/darussia/

"O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, deixou a entender, na reunião fechada da NATO e Rússia, na semana passada em Bucareste, que a Ucrânia pode deixar de existir como Estado único caso adira à NATO, escreve hoje o diário russo Kommersant.

Segundo este jornal, a Abkházia e a Ossétia do Sul serão reconhecidos como Estados independentes pela Rússia para criar uma “zona-tampão” com a Geórgia, caso este país adira também à Aliança Atlântica. O Kommersant escreve que Putin, nesse encontro com os dirigentes dos países-membros da NATO, teria confirmado que a aproximação da aliança das fronteiras da Rússia é uma ameaça à segurança do seu país e prometeu responder com medidas adequadas, tendo deixado no ar, nomeadamente, a ameaça do reconhecimento da independência da Abkházia e Ossétia do Sul, regiões separatistas da Geórgia, apoiando-se no precedente do Kosovo.

“O Presidente Putin – afirmou um membro da delegação de um dos países da NATO citado pelo Kommersant – falou calmamente sobre a Geórgia, e como que de passagem. Mas, quando se começou a falar da Ucrânia, Putin explodiu”.
“Dirigindo-se a Bush, - continua a fonte -,

Purtin disse : “George, tu não compreendes que a Ucrânia nem sequer é um Estado! O que é a Ucrânia? Parte do seu território é a Europa de Leste, mas parte, e parte significativa, foi oferecida por nós!”

E aqui deu a entender muito claramente que se ousarem aceitar a Ucrânia na NATO, esse Estado simplesmente deixará de existir. Ou seja, de facto, ameaçou que a Rússia pode dar início à separação da Crimeia e do Leste da Ucrânia”.

Wednesday, April 09, 2008

Liberdade politica e económica (I)

Antecedentes:

Raul Proença, liberalismo politico e liberalismo económico, de Ricardo Alves
Liberdade sem dicotomias, de Miguel Botelho Moniz
Liberdade só para o mais forte, de Ricardo Alves
Liberdade sem dicotomias II, de Miguel Botelho Moniz
Re: "Liberdade" económica, de Ricardo Alves

Os textos de Ricardo Alves e Miguel Botelho Moniz são sobre a relação entre a liberdade politica e económica.

Neste post, vou argumentar que, em certas circunstâncias, a "liberdade económica" (entendida no sentido que os liberais dão à expressão) pode pôr em perigo a liberdade politica. Num post posterior, irei argumentar que restrições à liberdade económica não põem necessariamente em perigo a liberdade politica (depende do tipo de restrições).

Porque é que a liberdade económica pode limitar a liberdade politica? Para já, vamos admitir que maior liberdade económica leva a maior desigualdade de rendimentos e riqueza (mais para a frente vou voltar a isto).

Em primeiro lugar, maior desigualdade económica leva a maior criminalidade; ora, mais criminalidade tende a levar a politicas securitárias de reforço dos poderes policiais, com possível redução das liberdades civis e politicas (nomeadamente, porque os governos podem ser tentados a usar esses poderes policiais reforçados contra os opositores).

Em segundo lugar, maior desigualdade económica aumenta as pressões politicas para redistribuir a riqueza (olhe-se para as zonas rurais de Península Ibérica - há uma ligação quase perfeita entre a concentração da propriedade da terra e o voto nos partidos de esquerda: compare-se o Alentejo ou a Andaluzia com o Minho); assim, para preservar a liberdade económica numa sociedade em que a maioria do povo defende politicas redistributivas, será necessário limitar ou suprimir a liberdade politica.

Pode-se argumentar, a respeito do meu parágrafo anterior, que a contradição não é entre liberdade económica e liberdade política, mas sim entre liberdade económica e democracia política: em teoria podemos ter - e tivemos no século XIX - regimes "liberais" (com pluralismo politico, liberdade de expressão, de associação, de manifestação, de imprensa, etc.) sem sufrágio universal (logo, sem a maioria a votar por politicas redistributivas); mas esses sistemas dificilmente se mantêm: com liberdades políticas, normalmente a população sem direito a voto em breve começa a exigi-lo (até porque dificilmente tem a reverência e/ou o medo perante os governantes que há nos regimes autoritários) e o regime, ou cede, tornando-se democrático, ou suprime a agitação, deixando de ser liberal.

E, se manter em funcionamento uma oligarquia liberal sem se transformar em democracia é difícil, ainda mais difícil será transformar uma democracia numa oligarquia liberal - a partir do momento em que a democracia está implementada e os cidadãos se habituaram a ela, é duvidoso que seja possível implantar um regime não-democrático (i.e., sem sufrágio universal) sem ser por métodos ditatoriais.

Agora há a tal questão - será que maior liberdade económica leva necessariamente a maior desigualdade económica? Realmente, durante a maior parte da História da Humanidade o papel económico do Estado foi cobrar tributos aos camponeses para sustentar reis, imperadores e os seus séquitos de sacerdotes e aristocratas, e há quem sustente que, mesmo actualmente, grande parte das desigualdades económicas são resultado de intervenções estatais (presentes ou passadas) - e, nos casos referidos do Alentejo, da Andaluzia ou da Guatemala, as politicas estatais seguidas nos ultimos séculos tiverem seguramente grande responsabilidade. No entanto, à primeira vista, parece-me que grande parte das intervenções nos estados modernos são no sentido oposto - financiar serviços públicos universais com impostos relativamente progressivos, o que significa um redistribuição "de cima para baixo".

McCrazy, again

Once again, McCain confuses Sunnis with Shiites

LA Times blogger: 'Maybe flash cards would help'

John McCain isn't quite sure of himself on Iraq.

Last month, the Arizona senator got a whisper in his ear from Sen. Joe Lieberman, after he said that Iran was providing aid to Al Qaeda in Iraq, a Sunni group. Iran, however, is actually a Shiite nation. On Fox News Sunday, McCain also got wrong the details of an Iraqi ceasefire.

"His friend, Joe Lieberman, who was also on the trip, had to famously whisper in his ear to correct him,"


PS: Não só Lieberman o corrigiu como da outra vez um ministro de Israel o teve de fazer também (dessa vez para corrigir que quem o Irão ajuda é o Hezbollah não a AlQaeda, a diferença não é pequena também em termos de motivação, porque um envolve-se num conflito territorial e o outro num ideológico - embora a Alqaeda e os neo-conservadores, ambos tudo fazem para parecer a mesma coisa),

Tuesday, April 08, 2008

Anthrax

Percebe-se perfeitamente que uns quantos Sauditas (que nunca tiveram no Afeganistão) tenham tido treino numa escola de avionetas (parece que alguém foi avisado mas não ligou), o suficiente para desviar um avião contra o Pentágono (sorte a nossa que a URSS não tivesse percebido que era assim tão fácil).

O que não se percebe é quem (e parece que não interessa sequer a ninguém) terá enviado aquelas cartas, porque isso provaria (prova?) que existia uma célula ultra bem organizada da AlQaeda.

Mas de repente... espaço em branco ... o assunto assim como que morre. Células nos EUA? Que importância? Interessa é enviar 200 000 soldados para o outro lado do mundo.

Fox News reports:

“The FBI has narrowed its focus to ‘about four’ suspects in the 6 1/2-year investigation of the deadly anthrax attacks of 2001, and at least three of those suspects are linked to the Army’s bioweapons research facility at Fort Detrick in Maryland, FOX News has learned. Among the pool of suspects are three scientists — a former deputy commander, a leading anthrax scientist and a microbiologist — linked to the research facility, known as USAMRIID.

“The FBI has collected writing samples from the three scientists in an effort to match them to the writer of anthrax-laced letters that were mailed to two U.S. senators and at least two news outlets in the fall of 2001, a law enforcement source confirmed.”

Os anti-conspiracionistas com as suas certezas e fé religiosa no Estado podem tentar-me explicar porque eu não percebo.

É preciso combatê-los lá se não invadem a Califórnia

"If the U.S. does not act against Iran, "they'll take that as a sign of weakness on our part and we will pay for it in Iraq and throughout the region and ultimately right here at home," Lieberman said.

E depois do Irão ... será preciso fazer alguma coisa quanto à Síria para não o perceberem como um sinal de fraqueza e... por aí adiante.

Entretanto sobre um Imperador popular entre as tropas (via LRCBlog):

"Today Wikipedia marks the anniversary of the assassination of the Roman emperor Caracalla (...):

* the Constitutio Antoniniana, granting Roman citizenship to freemen throughout the Roman Empire in order to increase taxation;

* debasing the silver content in Roman coinage by 25% in order to pay the legions; (...)"

Associação de ideias

A referência do Filipe Abrantes ao filme "Lord of War" e a morte de Charlton Heston deram-me uma ideia: algum realizador português podia fazer uma remake de "The War Lord" (não tem nada a ver com o anterior, tirando o nome) passado há uns milénios atrás em Sesimbra, que até tinha a vantagem da protagonista ter mais consciência de classe do que no fime original.

Conta-me histórias daquilo que eu não sei

Bush a convert to nation building [e a NATO está lá e em outros sitios para isso]

"(...)They don't typically use the term, but the Bush administration has clearly embraced the idea of nation building with the fervor of a convert," said James Dobbins, special envoy in the Clinton administration to a string of failed states, from Somalia to Haiti, and Mr. Bush's first special envoy to Afghanistan after the 2001-02 military campaign.(...)

A sign that nation building has gone from pejorative to priority in recent times came at a House Appropriations subcommittee hearing last month, when Secretary of State Condoleezza Rice defended a $249 million administration budget proposal to fund 351 government positions devoted to classic nation-building tasks.(...)"

Tibete

"Tibet, a region coveted by western nations since the Opium War in the 1840s, has long been an inalienable part of Chinese territory and the Tibetans have been part of the big multi-national Chinese family. The so-called issue of "Tibet Independence," is originally an outcome of aggression by imperialist nations, said a Chinese expert.

Britain launched two invasions into Tibet, in 1888 and during 1903 and 1904, in an attempt to build up an exclusive colonial influence in the region. It also tried to separate Tibet from China and ultimately turn it into a "buffer zone" against British-controlled northern India.

"These two wars shall never be forgotten," said Hu Yan, a professor from the Party School of the Central Committee of the Communist Party of China.

"You may tell those Tibet separatists that Chinese people will never forget history and it was imperialist nations that had invaded Tibet and had been trying to separate Tibet from China," he said. (...)" Interview: British invasions probed as root cause of Tibetan separatism

Adenda (wikipedia): British Invasion - "At the beginning of the twentieth century both the British Empire and Russian Empire competed for supremacy in Central Asia. Tibet was the biggest prize of this rivalry. (...) the British expedition did take the lives of a few thousand unprepared Tibetan soldiers and civilians. The biggest massacre took place on March 31, 1904 at a mountain pass halfway to Gyantse near a village called Guru. Colonel Younghusband tricked the 2,000 Tibetan soldiers guarding the pass into extinguishing the burning ropes of their basic rifles before firing at them with the Maxim machine guns and rifles."

Causas da crise do sub-prime nos EUA


Será?


Conservatives blame the housing crisis on a 1977 law that helps-low income people get mortgages. It's a useful story for them, but it isn't true.

(...)

The idea started on the outer precincts of the right. Thomas DiLorenzo (...) wrote in September that the housing crisis is "the direct result of thirty years of government policy that has forced banks to make bad loans to un-creditworthy borrowers." The policy DiLorenzo decries is the 1977 Community Reinvestment Act, which requires banks to lend throughout the communities they serve.

The Blame-CRA theme bounced around the right-wing Freerepublic.com. In January it figured in a Washington Times column. In February, a Cato Institute affiliate named Stan Liebowitz picked up the critique in a New York Post op-ed headlined "The Real Scandal: How the Feds Invented the Mortgage Mess." On The National Review's blog, The Corner, John Derbyshire channeled Liebowitz: "The folk losing their homes? are victims not of 'predatory lenders,' but of government-sponsored -- in fact government-mandated -- political correctness."

Last week, a more careful expression of the idea hit The Washington Post, in an article on former Sen. Phil Gramm's influence over John McCain. While two progressive economists were quoted criticizing Gramm's insistent opposition to government regulation, the Brookings Institution's Robert Litan offered an opposing perspective. Litan suggested that the 1990s enhancement of CRA, which was achieved over Gramm's fierce opposition, may have contributed to the current crisis. "If the CRA had not been so aggressively pushed," Litan said, "it is conceivable things would not be quite as bad. People have to be honest about that."

This is classic rhetoric of conservative reaction. (For fans of welfare policy, it is Charles Murray meets the mortgage mess.) Most analysts see the sub-prime crisis as a market failure. Believing the bubble would never pop, lenders approved risky adjustable-rate mortgages, often without considering whether borrowers could afford them; families took on those loans; investors bought them in securitized form; and, all the while, regulators sat on their hands.

The revisionists say the problem wasn't too little regulation; but too much, via CRA. The law was enacted in response to both intentional redlining and structural barriers to credit for low-income communities. CRA applies only to banks and thrifts that are federally insured; it's conceived as a quid pro quo for that privilege, among others. This means the law doesn't apply to independent mortgage companies (or payday lenders, check-cashers, etc.)

The law imposes on the covered depositories an affirmative duty to lend throughout the areas from which they take deposits, including poor neighborhoods. The law has teeth because regulators' ratings of banks' CRA performance become public and inform important decisions, notably merger approvals. Studies by the Federal Reserve and Harvard's Joint Center for Housing Studies, among others, have shown that CRA increased lending and homeownership in poor communities without undermining banks' profitability.

But CRA has always had critics, and they now suggest that the law went too far in encouraging banks to lend in struggling communities. Rhetoric aside, the argument turns on a simple question: In the current mortgage meltdown, did lenders approve bad loans to comply with CRA, or to make money?

The evidence strongly suggests the latter. First, consider timing. CRA was enacted in 1977. The sub-prime lending at the heart of the current crisis exploded a full quarter century later. In the mid-1990s, new CRA regulations and a wave of mergers led to a flurry of CRA activity, but, as noted by the New America Foundation's Ellen Seidman (and by Harvard's Joint Center), that activity "largely came to an end by 2001." In late 2004, the Bush administration announced plans to sharply weaken CRA regulations, pulling small and mid-sized banks out from under the law's toughest standards. Yet sub-prime lending continued, and even intensified -- at the very time when activity under CRA had slowed and the law had weakened.

Second, it is hard to blame CRA for the mortgage meltdown when CRA doesn't even apply to most of the loans that are behind it. As the University of Michigan's Michael Barr points out, half of sub-prime loans came from those mortgage companies beyond the reach of CRA. A further 25 to 30 percent came from bank subsidiaries and affiliates, which come under CRA to varying degrees but not as fully as banks themselves. (With affiliates, banks can choose whether to count the loans.) Perhaps one in four sub-prime loans were made by the institutions fully governed by CRA.

(...)

Most important, the lenders subject to CRA have engaged in less, not more, of the most dangerous lending. Janet Yellen, president of the San Francisco Federal Reserve, offers the killer statistic: Independent mortgage companies, which are not covered by CRA, made high-priced loans at more than twice the rate of the banks and thrifts. With this in mind, Yellen specifically rejects the "tendency to conflate the current problems in the sub-prime market with CRA-motivated lending.? CRA, Yellen says, "has increased the volume of responsible lending to low- and moderate-income households."

It's telling that, amid all the recent recriminations, even lenders have not fingered CRA. That's because CRA didn't bring about the reckless lending at the heart of the crisis. Just as sub-prime lending was exploding, CRA was losing force and relevance. And the worst offenders, the independent mortgage companies, were never subject to CRA -- or any federal regulator. Law didn't make them lend. The profit motive did.

And that is not political correctness. It is correctness.

Monday, April 07, 2008

Os ambientalistas e o etanol

Henrique Raposo:

"As pessoas não aceitam que qualquer coisa com o selo “verde” – como o biocombustível – possa ser prejudicial. Mas os factos são os factos. A paranóia com o etanol – alimentada pelo ambientalismo beato de europeus e americanos.."

"Os ambientalistas ficaram encantados com o etanol. Era a salvação do planeta. Gasolina limpa que ia salvar os ursos polares. Mas, como sempre, os ambientalistas esqueceram as pessoas, esses seres chatos que complicam a fórmula para a salvação do Planeta."

Pois eu nunca reparei que houvesse grande entusiasmo dos ambientalistas pelo etanol. Fazendo uma pesquisa por "Greenpeace+etanol", a maior parte dos artigos que me aparecem à frente é tudo na linha "o etanol pode ajudar, mas não é a solução e pode ter muitos problemas" (ver, p.ex., este artigo - em PDF - de há um ano atrás). O mesmo para "Greenpeace+ethanol": o primeiro artigo que me aparece é logo um a dizer "Ethanol is not the Answer"; e, logo abaixo, outro dizendo "A dark side to the ethanol boom?" (a única referencia positiva da Greenpeace que encontro refere-se ao etanol de celulose, obtido pela fermentação de madeira, palha, etc.).

Fazendo uma pesquisa no Earth First Journal, também não vejo grande entusiasmo; e, neste artigo de 2002 da Reason (ao que sei, revista sem grandes simpatias pelos ambientalistas) é referido (como um dos poucos pontos positivos) a crescente desconfiança entre estes faces aos bio-combustíveis.

Em compensação, há um ano atrás, era o Henrique Raposo que parecia entusiasmado com o etanol (ainda que por razões não-ambientais).

A subida do preço dos cereais

Grains gone Wild, de Paul Krugman:

These days you hear a lot about the world financial crisis. But there’s another world crisis under way — and it’s hurting a lot more people.

I’m talking about the food crisis. Over the past few years the prices of wheat, corn, rice and other basic foodstuffs have doubled or tripled, with much of the increase taking place just in the last few months. High food prices dismay even relatively well-off Americans — but they’re truly devastating in poor countries, where food often accounts for more than half a family’s spending.

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How did this happen? The answer is a combination of long-term trends, bad luck — and bad policy.

Let’s start with the things that aren’t anyone’s fault.

First, there’s the march of the meat-eating Chinese — that is, the growing number of people in emerging economies who are, for the first time, rich enough to start eating like Westerners. Since it takes about 700 calories’ worth of animal feed to produce a 100-calorie piece of beef, this change in diet increases the overall demand for grains.

Second, there’s the price of oil. Modern farming is highly energy-intensive: a lot of B.T.U.’s go into producing fertilizer, running tractors and, not least, transporting farm products to consumers. With oil persistently above $100 per barrel, energy costs have become a major factor driving up agricultural costs.

High oil prices, by the way, also have a lot to do with the growth of China and other emerging economies. Directly and indirectly, these rising economic powers are competing with the rest of us for scarce resources, including oil and farmland, driving up prices for raw materials of all sorts.

Third, there has been a run of bad weather in key growing areas. In particular, Australia, normally the world’s second-largest wheat exporter, has been suffering from an epic drought.

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Where the effects of bad policy are clearest, however, is in the rise of demon ethanol and other biofuels.

The subsidized conversion of crops into fuel was supposed to promote energy independence and help limit global warming. But this promise was, as Time magazine bluntly put it, a “scam.”

This is especially true of corn ethanol: even on optimistic estimates, producing a gallon of ethanol from corn uses most of the energy the gallon contains (...).

And meanwhile, land used to grow biofuel feedstock is land not available to grow food, so subsidies to biofuels are a major factor in the food crisis. You might put it this way: people are starving in Africa so that American politicians can court votes in farm states.

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A respeito dos biocombustiveis (ou, mais exactamente, dos subsídios aos biocombustiveis) a minha opinião é que, se o consumo do produto X tem externalidades negativas, a solução não é subsidiar produtos alternativos ao produto X - é mesmo cobrar impostos sobre o produto X (p.ex., se se conclui que temos que consumir menos gasolina, a solução é aumentar os impostos sobre a gasolina, não subsidiar o etanol; é verdade que atribuir subsídios é mais simpático que cobrar impostos, mas cada euro ou dólar de subsidio atribuido é um euro ou dólar de imposto que vai ter que ser cobrado algures). É verdade que isso iria à mesma fazer subir o procura por biocombustiveis, mas menos.

Ainda acerca do Irão e da al-Qaeda

Bem, não é sobre a al-Qaeda, mas sobre os talibans (mas como consta que a al-Qaeda é mais uma aliança de organizações do que uma organização una, talvez os taliban possam ser considerados "al-Qaeda"). De qualquer forma, estas noticias de há dez anos (curiosa coincidência - são de Setembro, por pouco não eram de dia 11) devem ser relembradas quando se fala em "alianças" entre o Irão e a al-Qaeda (muita coisa pode mudar em 10 anos, é verdade...).

McCrazy

O candidato republicano à Casa Branca John McCain repetiu por duas vezes que "o Irão está a treinar a Al-Qaeda e a enviá-la para o Iraque" até ser corrigido e alterar a frase. Um mau presságio.

Responsabilidade, culpa ou o que lhe queiram chamar




É verdade que não é lá muito rigoroso fazer comparações entre posts escritos por pessoas diferentes (e em blogs diferentes). No entanto, parece-me haver uma tendência entre a direita blogosférica (ou a direita em geral) para, a respeito das cumplicidades entre o Estado e algumas empresas dizer "a culpa não é das empresas, que se limitam a jogar as regras do jogo"; quando se fala na suposta "subsidio-dependência" dos moradores dos bairros pobres, raramente acrescentam "a culpa não é dessas pessoas, que se limitam a jogar as regras do jogo".

Outra coisa: quando se diz que a criminalidade é causada pela pobreza ou pela "sociedade", cai logo o Carmo e a Trindade, que se está a esquecer a "responsabilidade individual" ou até o "livre-arbitrio"! Raramente ouço/leio reacções dessas quando alguém diz que "as empresas se limitam a jogar as regras do jogo".

NATO

Eu acho que a Rússia e a China deviam tornar-se membros, fazer exercício conjuntos, etc. Depois podiam perguntar-se nas reuniões contra quem é que se estão a defender.