Saturday, August 30, 2008

Thursday, August 28, 2008

Realmente, é uma forma de ver a coisa

Shift, no Spectrum, no fim do texto sobre a sua viagem pelo Libano e Síria: "Perdi a minha máquina fotográfica já nos territórios palestinianos ocupados em 48".

Wednesday, August 27, 2008

Regionalização e Impostos

André Abrantes Amaral escreve, no atlântico, que "A descentralização (...) [i]mplica que se crie uma nova relação directa entre os cidadãos e os governantes. Ora, tal só se faz responsabilizando eleitores e eleitos, o que só se consegue quando há dinheiro envolvido. Por outras palavras, quando há impostos."

Imagine-se um jovem (de Portimão, p.ex.) que vai estudar para Lisboa. Pode-se sustentar de três maneiras:

a) pode arranjar um emprego, e viver do seu ordenado

b) os pais podem lhe dar um cartão multibanco da conta deles

c) os pais podem pagar-lhe uma mesada mensal

[haverá com certeza muitas mais maneiras possíveis, mas estas serão as mais típicas]

No caso a), o jovem em questão terá todo o interesse em gerir bem o seu dinheiro; afinal, como se diz, "sai-lhe do pêlo".

No caso b), se não tiver escrúpulos morais, terá todo o interesse em gastar o mais dinheiro possível da conta dos pais (tendo como único limite ter cuidado para estes não chegarem à conclusão que o melhor é tirar-lhe o cartão)

Agora, vamos ao caso c). A mim, parece-me que, aí, o jovem em questão tem exactamente os mesmos incentivos que no caso a) em gerir o dinheiro de forma criteriosa - afinal, tendo uma mesada fixa, qualquer dinheiro que ele gaste mal gasto significa menos dinheiro para gastar noutras coisas.

Regressando à regionalização: A.A.Amaral parece pensar como se apenas existissem as opções "cartão multibanco" (as regiões receberem verbas discricionárias do Orçamento de Estado) e "arranjar um emprego" (as regiões serem financiadas por impostos regionais), ignorando a opção "mesada fixa" (as regiões serem financiadas pelo Orçamento de Estado de acordo com um regra objectiva definida em lei, em função da população, área, etc.).

A mim, parece-me que, se as regiões forem financiadas pelo OE, de acordo com uma regra objectiva, não há incentivo ao despesismo: se o governo regional gasta dinheiro mal gasto nalguma actividade, significa que haverá menos dinheiro para outras actividades, o que em principio irá ser penalizado pelos eleitores.

Na verdade, se não existirem transferências legais de dinheiro para as regiões adminstrativas, a tendência ao despesismo poderá ser ainda mais, pelo menos nas regiões mais pobres. Porque digo isto?

O financiamento das regiões tem três possiveis fontes:

a) impostos regionais e afins

b) transferencias discricionários do Orçamento do Estado

c) transferencias do Orçamento de Estado fixas por lei

Tal como no caso do estudante, parece-me que é no caso b) que há maior incentivo ao despesismo; ora, se não existirem transferencias estabelecidas por lei, as transferencias discricionárias representarão um grande peso no orçamento das regiões mais pobres (já que, em principio, recembem pouco de impostos) e aí é que haverá um grande incentivo para elegar politicos que tenham como principal mérito saberem "sacar" dinheiro a Lisboa.

AAAmaral pode argumentar que é tanto contra as transferencias discricionárias como contra as transferencias legais, mas a questão é que, mesmo que ele se pinte de azul, não consegue acabar com as transferencias discricionárias, já que estas resultam de decisões caso a caso que são praticamente impossiveis de impedir, mesmo com um regra "o governo central não pode transferir verbas para as regiões" (p.ex., se o governo não pode dar dinheiro a uma região para esta fazer uma dada obra, faz o próprio governo a obra, argumentando que é de interesse nacional; ou então paga "compensações" a uma região por esta ter aceite um aterro sanitário; o limite é a imaginação).

Aliás, AAAmaral acaba o seu artigo escrevendo que "O problema é que quem (...) defende [a regionalização] não parece interessado em criar algo mais que uma delegação do estado central. De criar muitas Lisboas e espalhar Terreiros do Paço por esse país fora." Ora, o essencial das despesas de Lisboa/Terreiro do Paço são cobertas por impostos cobrados por iniciativa de Lisboa, não por transferencias da UE ou da ONU, logo o problema não estará aí.

Já agora, mudando um bocadinho (mas não muito) de assunto - há algum estudo que indique os municipios são mais despesistas que a Administração central (reconheço que isso talvez seja dificil de medir)?

Tuesday, August 26, 2008

Monday, August 25, 2008

Thursday, August 21, 2008

Relatos da Checoslováquia

O mais velho dos que ali estávamos, que conhecera muitas coisas, ocupara cargos de grande responsabilidade, quebrou o silêncio para contar a história dum rapz soviético que parou o seu tanque num arrabalde industrial de Praga, a 28 de Agosto de 1968 pela manhã, quando se lhe deparou a barreira humana que em russo lhe gritava que regressasse a casa. «Da retaguarda da coluna assim bloqueada saiu um oficial que interpelou o rapaz instalado no alto da sua torre; e, como este, para explicar o seu gesto, lhe apontasse a multidão, abateu-o a frio. A coluna avançou. A multidão afastou-se, mas recolheu o corpo do rapaz. As gentes do subúrbio enterraram-no como se fosse um dos seus. É isto o internacionalismo proletário...»

(...)

Uma mulher sem idade explica que a sua filha se correspondia, segundo o costume vigente - costume e regra também - com uma estudante soviética da sua idade. Após a invasão, a soviética não disse mais nada. A jovem checa insiste, afim de saber o que pensava aquela que ela continuava a considerar ainda como sua amiga. Finalmente chega uma carta, mas com uma linguagem que parecia escrita por uma estranha: vós mataste o meu irmão aquartelado em tal sítio. Vós sois contra-revolucionários, verdadeiros fascistas, etc. Ora, justamente, ninguém na Checoslováquia matara soldados soviéticos (...).

A jovem checa e os seus pais quiseram ficar com a consciência tranquila. O endereço do aquartelamento era exacto. E , com grande espanto seu, lá encontraram o irmão de excelente saúde. Começaram a gozar a alegria do happy end e a rapriguinha pensa na alegria da sua amiga soviética quando souber que encontraram o irmão. Mas o rapaz parece não perceber nada. Lê e relê a carta da sua irmã e depois, subitamente, empalidece e vai-se abaixo. «Mas isto significa que nunca mais regressarei a minha casa. Nunca. É por isso que enviaram já à minha familia o aviso da minha morte...»

(...)

A mulher sem idade voltou a tomar a palavra. «Tenho um amigo ginecólogo. Um dia, os Soviéticos vieram requisitá-la ao seu hospital. Julgou que se tratava de um engano, pois o Exército Vermelho é, evidentemente [sic], formado por homens.Mas não era um engano. Teve de ir inspecionar o bordel militar. O meu amigo também é um velho comunista. Então exclama: «Um bordel? Mas que bordel? E para quem?» O oficial responde pausadamente que não se pode deixar a tropa meter-se com as mulheres da terra, pois isso seria politicamente inconveniente. E aí vai o nosso ginecólogo no exercício da sua função, um pouco curioso, apesar de tudo, por saber que espécie de mulheres se prostituem assim oficialmente na União Soviética. Encontra profissionais que foram mudadas da sua zona de trabalho, depois, de repente, encontra-se com estudantes de Leninegrado que foram presas por ocasião das manifestações de 1967 [Nesse ano houve grandes manifestações universitárias tanto na U.R.S.S. como em Varsóvia e em Praga]. Como eram presas de direito comum, foram deportadas para aqui com os outros...»

Perante isto, que se pode dizer que nãos eja nem i8mbecil nem cúmplice? Toda a gente sabe, desde Hegel e Marx, que a relação de escravo e senhor infecta toda a vida. Ora o Partido tornou-se o Partido dos senhores (...). Todos nós conhecemos, entre os nossos, pessoas capazes de matar um rapaz que desobedece na torre do seu tanque, ou de deportar um regimento inteiro contaminado por ideias perversas. Mas o caso das estudantes revoltadas e condenadas ao bordel já é menos evidente. Mas há quanto tempo esta desigualdade e esta repressão reinam na U.R.S.S.? Mesmo que tomemos 1930 como o ano da viragem, já faz trinta e nove anos neste Primavera! foi preciso menos tempo para fabricar SS num país que passava por civilizado, com belas maiorias de esquerda antes de 1933.

(...)

O velho homem cala-se. É que ele andou nas viaturas negras de cortinas fechadas que atravessavam todos os semáforos vermelhos, recebeu os sobrescritos secretos e a moeda especial para os armazéns reservados. Ele conhece o anverso feudal do Partido-Estado socialista e do exército de servidores e de policias que lhe impedem os acessos e lhe dissimulam as saídas. Depois excluiram-no do paraíso, mas sem o esmagarem na engrenagem das torturas, sem confissões falsas, sem processo. E ele calou-se até à Primavera. Avaliará ele agora o peso do seu silêncio?

Acreditei na Manhã, Pierre Daix

Tuesday, August 19, 2008

McCain: ‘In the 21st century, nations don’t invade other nations.’»

"That's why it's so amazing to watch Condoleezza Rice, more or less without contradiction, say things like this:

Russia is a state that is unfortunately using the one tool that
it has always used whenever it wishes to deliver a message and that's its
military power. That's not the way to deal in the 21st century.

Other than our media elite, is there anyone who doesn't recognize how absurd it is for Rice to be issuing a sermon like that? Who is the target audience for that? And what does it say about our political discourse that Rice knows she can say things like that with a straight face -- and, before her, that John McCain can do much the same -- without its being pointed out how darkly laughable it is?"

The Anthrax Files

The American Conservative - The FBI claims to have caught the killer. But so much evidence has been neglected or mishandled that many experts still have doubts., By Christopher Ketcham

Acerca do Direito de Secessão

Além do Liechenstein, outro Estado que reconhece o direito de secessão às suas regiões é a Etiópia (artº 39 da sua Constituição) - tal requere 2/3 dos votos do Parlamento regional e, depois, ser aprovado em referendo por maioria simples.

No entanto, o facto de a Etiópia ser, na prática, quase um regime de partido único (ou, tecnicamente, um frente de partidos regionais quase únicos) deve tornar esse direito de secessão mais teórico do que prático.

Sunday, August 17, 2008

Prémio "A Guerra Fria já acabou"

Vai para Bush que acabando uma intervenção a dizer "A Guerra Fria já acabou"começa por dizer que a Georgia é uma Nação que se está a aproximar (ou coisa do género) das instituições do Mundo Livre ("Free World").

Portanto, deixem-me lá ver, parece bem retórica da Guerra Fria e o problema deve vir de ter uma Sovietóloga (Rice) como inspiração e os Neocons que se sentiram orfãos quando a URSS desaba pacificamente logo a seguir ao seu clube especial na CIA ter proclamado que a URSS estava no seu máximo de perigosidade e capacidade militar.

Direito de Secessão

Para existir verdadeira moralidade internacional e corresponder aos excessos de entusiasmo pela democracia de muitos:

Todas as comunidades que pretenderem a secessão deveriam poder reclamá-lo por referendo, embora seja aconselhável uma votação necessária de cerca de 2/3 (para os processos de integração política também como a UE). O método processual poderia ser aprovado em sede da ONU e aplicado sempre que seja reivindicado por uma comunidade.

O único caso que conheço de reconhecimento formal é o da Constituição do Principado de Lichtenstein no seu artigo 4º, onde cada uma das suas 10 ou 12 comunas tem o direito constitucional de pedir a secessão (e por exemplo, unir-se à Alemanha ou Suiça).

Claro que se percebe que as grandes macro-democracias nunca aprovarão tal coisa formalmente, porque apesar de ser talvez até a única forma de legitimar formalmente e racionalmente uma Constituição (na medida em que ao instituir esse direito de separação se presume o assentimento contínuo das partes dado que não o requerem) iria rápidamente pôr em causa esses Estados na sua forma actual (pensar até no Reino Unido e um dia destes mesmo os EUA; mas também claro a a Rússia, China, Índia, Brasil, etc, etc), mas se é para dar o exemplo de liderança Ocidental...

Krajina, Not Kosovo

"(...) There are many similarities between Ossetia and Krajina. Both are inhabited by populations distinct from the country they nominally belonged to – Ossetians and Serbs, respectively. Both were created in the aftermath of secessions; Croatia had seceded from Yugoslavia, Georgia from the Soviet Union. Both were a response to the government's attack on their people's rights: Serbs were written out of Croatia's constitution, while Ossetia was officially abolished by the regime in Tbilisi. Both came out ahead in the resulting conflicts with government troops, and both became de facto independent after armistices in 1992.

Here is where their fates diverged, however. Krajina's armistice was guaranteed by the UN and Serbia, but with the war breaking out in Bosnia, Serbia was blamed for "aggression" and sidelined by a UN blockade. When Croatian forces struck at Krajina, in August 1995, the government in Belgrade stood by and did nothing. The UN did not resist, either.

Backing both Croatia and Georgia was the American Empire. Back in 1995, it was still in its formative stages, neither ready nor willing to get directly involved in a Balkans shooting war and seeking to use Croatians as proxies in the Bosnian War. The troops that attacked Krajina in 1995 were trained and equipped by the U.S. and provided with air cover and intelligence reports. Georgia received similar help after Saakashvili came to power in late 2003.

Among the few who made this connection is Russian analyst Boris Shmelyov. As quoted in the Belgrade daily Vecernje Novosti:

"Back then, the Croats took an incredibly brutal action and killed many civilians, but the West pretended they did not see it. Now, the Georgians have done the same…"

Noting that the same U.S. military instructors were training Croats, then Albanians, and now Georgians, Shmelyov pointed out there is a powerful structure of the retired officers in the U.S., who are involved in the training of armed forces in the countries supported by the American authorities.

Could it be that Saakashvili's orders to attack Ossetia were inspired by the August 1995 Croatian "Storm"? The parallels are uncanny. However, unlike Croatia's triumphant blitz, celebrated even today with a "Homeland Thanksgiving Day," Georgia's adventure in Ossetia backfired spectacularly. For, unlike Croatia in 1995, Saakashvili was not dealing with an intimidated and blockaded Serbia, but with an angry and powerful Russian Federation."

Prémio "It´s Muniche all over again"! ... para:

Rodrigo Moita de Deus em

"comunidade internacional exige cessar fogo no cáucaso: Em 1938 tropas alemãs entraram na Checoslováquia para proteger as minorias alemãs na zona dos sudetas. Há importantes minorias russas em todos os países que sairam da União Soviética."

O comentário que lá (31 da Armada) deixei :

A Polónia e a Hungria também retiraram território à Checoslováquia em Muniche.

Hitler tinha tanta razão (os demagogos sabem usar causas justas para perseguirem fins injustos, esse foi a maldição de Versailles) que os Aliados concordaram em expulsar os 2 Milhões de alemães sudetas para resolver o problema depois da guerra acabar. Irónico não?

Seja como fôr gostava de lhe entregar o prémio "É Muniche outra vez!", "Putin é um novo Hitler" (depois de Milosevic, Saddam, o Irão, etc, etc... parece que o nazismo vai ter o seu milénio).

Os geo-estrategas gostam de brincar com o fogo com o seu cinismo ou idealismo ingénuo, não se percebe bem.

Kosovo versus Ossetia

No caso da Geórgia estamos perante um status quo já com cerca de 15 anos e com a presença de “tropas de paz” (e que fazem parte das primeiras vítimas da acção da Geórgia, parece) e falamos de um território adjacente à Rússia de que já fez parte e de onde saiu Estaline e um Ministro dos NE. Isto num contexto com a NATO e EUA a mordiscar toda a sua fronteira, e ao que parece GHW Bush terá prometido não o fazer a Gorbachev se este deixasse as repúblicas declararem independência.

Quanto ao Kosovo, quase tudo é mais revoltante. Num artigo recente de um assumido critico:
http://www.antiwar.com/pilger/?articleid=13303

Don’t Forget Yugoslavia
by John Pilger

The secrets of the crushing of Yugoslavia are emerging, telling us more about how the modern world is policed. The former chief prosecutor of the International Criminal Tribunal for Yugoslavia in The Hague, Carla Del Ponte, this year published her memoir, The Hunt: Me and War Criminals. Largely ignored in Britain, the book reveals unpalatable truths about the West’s intervention in Kosovo, which has echoes in the Caucasus.

The tribunal was set up and bankrolled principally by the United States. Del Ponte’s role was to investigate the crimes committed as Yugoslavia was dismembered in the 1990s. She insisted that this include NATO’s 78-day bombing of Serbia and Kosovo in 1999, which killed hundreds of people in hospitals, schools, churches, parks, and television studios and destroyed economic infrastructure. “If I am not willing to [prosecute NATO personnel],” said Del Ponte, “I must give up my mission.” It was a sham. Under pressure from Washington and London, an investigation into NATO war crimes was scrapped.

Readers will recall that the justification for the NATO bombing was that the Serbs were committing “genocide” in the secessionist province of Kosovo against ethnic Albanians. David Scheffer, U.S. ambassador-at-large for war crimes, announced that as many as “225,000 ethnic Albanian men aged between 14 and 59″ may have been murdered. Tony Blair invoked the Holocaust and “the spirit of the Second World War.” The West’s heroic allies were the Kosovo Liberation Army (KLA), whose murderous record was set aside. The British foreign secretary, Robin Cook, told them to call him anytime on his mobile phone.

With the NATO bombing over, international teams descended upon Kosovo to exhume the “holocaust.” The FBI failed to find a single mass grave and went home. The Spanish forensic team did the same, its leader angrily denouncing “a semantic pirouette by the war propaganda machines.” A year later, Del Ponte’s tribunal announced the final count of the dead in Kosovo: 2,788. This included combatants on both sides and Serbs and Roma murdered by the KLA. There was no genocide in Kosovo. The “holocaust” was a lie. The NATO attack had been fraudulent.

That was not all, says Del Ponte in her book: the KLA kidnapped hundreds of Serbs and transported them to Albania, where their kidneys and other body parts were removed; these were then sold for transplant in other countries. She also says there was sufficient evidence to prosecute the Kosovar Albanians for war crimes, but the investigation “was nipped in the bud” so that the tribunal’s focus would be on “crimes committed by Serbia.” She says the Hague judges were terrified of the Kosovar Albanians – the very people in whose name NATO had attacked Serbia.

Indeed, even as Blair the war leader was on a triumphant tour of “liberated” Kosovo, the KLA was ethnically cleansing more than 200,000 Serbs and Roma from the province. Last February the “international community,” led by the U.S., recognized Kosovo, which has no formal economy and is run, in effect, by criminal gangs that traffic in drugs, contraband, and women. But it has one valuable asset: the U.S. military base Camp Bondsteel, described by the Council of Europe’s human rights commissioner as “a smaller version of Guantanamo.” Del Ponte, a Swiss diplomat, has been told by her own government to stop promoting her book.(...)"

Guerra inter-democracia

De um lado, a federação-democrática russa; do outro, a pequena democracia georgiana.


PS: a propósito da má teoria sobre como as democracias não fazem nem se fazem guerra ... claro que os seus defensores encontram sempre forma de dizer que se é o caso é porque não são bem democracias ... o que fazem no caso da "WWI" onde a Alemanha tinha já eleições para umas das câmaras por voto universal (masculino) desde 1871 ... aliás os mesmos no fundo o que querem dizer é que as únicas verdadeiras democracias são a Grã-Bretanha e os EUA e estas nunca fizeram guerras mutuamente e assim proclamam QED (claro que mesmo assim é preciso esquecer a própria Revolução independentista Americana e depois novamente a Guerra de 1812 contra os Ingleses - onde estes chegam a incendiar a Casa Branca).

Os perigos da filosofia de Nietzsche

Não se resumem apenas à sua influência sobre o nazismo.


Hoje ia-me espatifando no chão a olhar para um carro (e a pensar "mas que raio de coisa é esta?!") cheio de retratos de Nietzsche e de pins dizendo "Je suis fans de Nietzsche".


Saturday, August 16, 2008

Direitologia

A impressão que este esquerdista tem a partir da leitura dos blogues de direita (pelos menos, os da direita mais ou menos liberal) é que há uma forte correlação entre um blogger de direita/liberal achar que o agressor na guerra do Caúcaso foi a Geórgia e ser contra (ou, pelo menos, ter duvidas face) à actuação dos snipers em Campolide.

Isto fará algum sentido ou serei eu que estou a divagar?

Thursday, August 14, 2008

Esperança de vida e cabelos compridos

Tive uma ideia para um estudo estatistico - ver se as pessoas que usam o cabelo comprido têm uma esperança de vida maior ou menor das que usam cabelo curto (reconheço que será díficil arranjar os dados para esse estudo). Eu penso que a esperança de vida será maior para quem costuma usar cabelo comprido.

Alguêm poderá argumentar "Não seria melhor controlar esse estudo por sexos? Afinal, as mulheres tendem a ter uma maior esperança de vida e são mais dadas a usar cabelo comprido. Isso não afectaria os resultados?".

Ao que eu respondo que isso (controlar para variáveis adicionais, como o sexo) não passaria de uma forma de manipular os resultados para servir alguma agenda politicamente correcta.

Férias e Globalização

Espero que os liberais, normalmente defensores da tese que a globalização beneficia todas as partes envolvidas, escrevam uma carrada de posts a refutar este do Henrique Raposo (eles podem ter muitos argumentos contra as férias, mas duvido que concordem com o de HR).

Já agora, o que é que este socialista radical mas com formação na teoria económica convencional tem a dizer sobre o assunto? Bem, se eu me guiasse apenas pela tal teoria económica convencional, o post de HR seria um perfeito disparate - a visão tradicional na economia é de que o resultado de trabalhar 10 meses em vez de 11 meses é o nosso rendimento ser, no máximo, 9% menor do que seria (em rigor, a diminuição será sempre menor do que 9%, devido à lei dos rendimentos decresentes - se se varia um factor de produção, como o trabalho, deixando os outros constantes, a variação do produto é menor do que a variação desse factor); e isso é completamente independente do comércio internacional, e de quanto os outros trabalham (e da produtividade dos outros). Mas eu, pessoalmente, não tenho tanta certeza que isso faça sentido.

Tuesday, August 12, 2008

Ainda sobre a Géorgia, Rússia, Ossétias, etc.

South Ossetia: the left doesn't have to take sides, por David Osler.

Porque é que a Rússia interveio?

Porque é que a Rússia interveio no conflito georgiano-osseta?

Há primeira vista, a resposta é simples - a Rússia interveio porque apoia o separatismo osseta. Mas porque é que a Rússia apoia os ossetas? Será parte de um linha geral de apoio ao direito à autodeterminação dos povos das montanhas do Caucaso? Suspeito que não.

Porque razão a Rússia tomou sob a sua protecção um território mais pequeno que o Algarve, com uma população menor que Portimão e Lagos combinados, sem recursos significativos (que eu saiba) e com uma população que etnicamente pouco tem a ver com os russos (os ossetas têm em comum com os russos a religião ortodoxa, é certo, mas isso também os georgianos)? A explicação mais provável é que a Rússia apoia a Ossétia do Sul como forma de ganhar influência nos assuntos georgianos.

Ou seja, o exército russo não entrou pela Geórgia adentro para proteger a Ossétia do Sul; a Rússia protege a Ossétia do Sul para poder intervir na Geórgia.

Monday, August 11, 2008

Ainda a respeito da democracia liberal georgiana

Este artigo é antigo (23 de Maio) e não sei como a situação evoluiu entretanto, mas isto não é normal nas democracias liberais semelhantes a nós, pois não?

Guerra inter-imperialista

De um lado, o macro-imperialismo russo; do outro, o pequeno imperialismo georgiano.

Sobre a Ossétia do Sul (e a Abkhazia) - II

Nas televisões ouve-se frequentemente refeir a Ossétia do Sul e a Abkhazia como "zonas de maioria russa", ou "zonas controladas pela minoria russa" (imagino que queiram dizer que nessas zonas a "minoria russa" seja maioritária).

Nem a Ossetia nem a Abkhazia são zonas "russas" (etnicamente): os ossetas falam uma lingua aparentada com o iraniano (e ainda mais com o pashtun do Afeganistão). Quanto aos abkhazes, a sua lingua é aparentada com a dos outros povos das montanhas do Caucaso, como os chechenos.

É que já ouvi (ou melhor, li) defensores da Rússia a dizer "o governo russo tem o dever de proteger as populações russas, onde quer que elas estejam" e defensores da Geórgia dizerem "aqueles territórios sempre foram georgianos - só se separaram por causa dos russos que para lá foram nos tempos da URSS".

Aliás, a respeito das teses que apresentam os separatismos na Geórgia como uma simples manobra russa, convém lembrar que, na guerra abkhaze-georgiana de 1992/93, a Abkhazia recebeu apoio, não só da Rússia, como da Chechénia (insuspeita de ser um peão de Moscovo)

Sugestão de leitura

ODesk: Turning Libertarians Into Commies Since Last Sunday

Sobre a Ossétia do Sul (e a Abkhazia)

De vários quadrantes (JMFaria comenta "Impressionante nunca um tema dividiu tanto. Direita, esquerda e esquerda radical partida ao meio"), ouvem-se/lêem-se argumentos a defender a preservação da "integridade territorial da Geórgia, contra a agressão russa" (ou coisa parecida).

Vamos lá ver:

- a 9 de Abril de 1991, a Geórgia proclama-se independente da URSS
- a 28 de Novembro de 1991, a Ossétia do Sul proclama-se independente da Geórgia
- a 23 de Julho de 1992, a Abkhazia proclama-se independente da Geórgia

Porque é que a primeira proclamação de independência vale e as outras não?

Um possível argumento seria a de que a Constituição da URSS dava às "Republicas Socialistas Soviéticas" (como a Geórgia) o direito de tornarem independentes, mas não o dava às "Repúblicas Autónomas"(como a Abkhazia) e "Províncias Autónomas" (como a Ossétia do Sul). No entanto, duvido que os defensores da Geórgia que há por aí sejam da opinião que a Constituição da URSS fosse a encarnação do direito e da justiça.

Outro possível argumento é de que a "comunidade internacional" reconhece a independência da Geórgia e não reconhece a independência da Ossétia do Sul e da Abkhazia, mas quem é a "comunidade internacional"? Se a Ossetia do Sul, a Abkhazia e, já agora, a "Pridnestróvia" se reconhecessem mutuamente (ou será que já se reconheceram?) e fossem reconhecidas pela Rússia, já contaria como reconhecimento pela "comunidade internacional"? E se, por qualquer razão absurda, a maior parte dos países do mundo chegassem à conclusão que Portugal era parte de Espanha, quer dizer que a independência portuguesa passava a ser ilegítima?

Ainda outro possível argumento seria o de que a Geórgia é uma "democracia liberal semelhante a nós", mas esse argumento também não me parece muito sólido.

Friday, August 08, 2008

Entretanto, no Caucaso (III)

«Segundo afirmações do presidente georgiano Mikhail Saakashvili à estação de televisão norte-americana CNN, "durante todo o dia, eles [os russos] têm estado a bombardear a Geórgia com numerosos aviões e estão a alvejar deliberadamente a população civil. Temos dezenas de mortos e feridos civis em todo o país".»

«O chefe de Estado georgiano afirmou que a situação actual "é o pior pesadelo que alguém pode ter", tendo precisado que pelo menos 150 veículos blindados russos já passaram a fronteira e que as forças georgianas abateram dois aviões inimigos.»

E, do outro lado

«A ofensiva georgiana já matou centenas de habitantes da capital da Ossétia do Sul, anunciou fonte da república separatista, enquanto Tbilissi declarou ter "perdido o controlo de uma parte" de Tskhinvali devido a bombardeamentos russos.»

«"Centenas de habitantes pacíficos foram mortos em Tskhinvali", declarou o presidente do território independentista, Eduard Kokoity, citado pela agência noticiosa russa Interfax.»

«Kokoity, que falou mesmo em "genocídio", adiantou que quatro tanques georgianos foram destruídos numa das praças da cidade.»

«Do outro lado, o porta-voz do ministro do Interior georgiano, Chota Utiachvili, declarou à agência noticiosa francesa AFP que a Geórgia "perdeu o controlo de uma parte" de Tskhinvali que tinha anunciado ter tomado.»

E mais esta:

A Geórgia vai deslocar mil soldados que estão no Iraque para reforçar as posições no conflito com os independentistas da Ossétia do Sul e os militares russos. À TSF, um jornalista no terreno disse que respira-se uma paz aparente na capital da Geórgia.

Entretanto, no Caucaso (II)

O Ministério do Interior da Geórgia garante que a capital da região separatista da Ossétia do Sul está “inteiramente sob controlo georgiano”, uma informação não confirmada por fontes independentes.

(...)

Entretanto, há confirmação de que a Rússia, aliada das autoridades separatistas da Ossétia do Sul, enviou dezenas de tanques e outros blindados para a região – uma acção já classificada pelo Governo georgiano como uma “invasão” do seu território e uma declaração de guerra. Tbilissi acusa também a aviação de Moscovo de ter atacado alvos em território georgiano.

A teoria das alianças

Segundo esta teoria, tivesse a Georgia aderido à NATO (e quem sabe, sem aderir) e tinhamos uma guerra mundial por causa das sempre e infindáveis disputas históricas de Km2 entre Estados, ou entre Estados e independentistas, etc.

Segurança colectiva, dizem. É mais pacto de suicídio por coisa nenhuma.

Entretanto, no Caucaso

Capital da Ossétia do Sul cercada pelas forças georgianas

Geórgia ataca capital da Ossétia do Sul e faz 15 mortos - Rússia responde e bombardeia cidade georgiana

Vladimir Putin garante resposta russa ao ataque da Geórgia à Ossétia do Sul

Conselho de Segurança sem acordo sobre Ossétia do Sul

Thursday, August 07, 2008

Os países na vanguarda da investigação na indústria farmacêutica

País Despesas I&D (milhões de dólares) População Despesas I&D por milhão de habitantes
Suíça
10.607 7.591.400 139,72
Dinamarca 1.392 5.475.791 25,42
Reino Unido + Suécia 10.662 69.795.334 15,28
EUA 45.148 304.798.000 14,81
Bélgica 1.557 10.584.534 14,71
França 5.565 64.473.140 8,63
Israel 495 7.282.000 6,80
Japão 7.492 127.433.494 5,88
Alemanha 4.540 82.217.800 5,52
Países Baixos 741 16.408.557 4,52
Austrália
161 21.370.000 0,75

Fonte: Wikipedia - List of Pharmaceutical companies

Notas:

- O título do post é enganador: o facto de um país gastar muito em ID num dado sector não quer dizer que esse país esteja na vanguarda da investigação (mas penso que é uma aproximação aceitável)

- Isto refere-se apenas a investimentos empresariais (e de empresas no "Top 50")

- Os valores do investimento da Procter & Gamble (EUA) e da Nycomed (Suiça) foram estimados por extrapolação, atendendo ao volume de negócios da empresa e ao rácio I&D/volume de negócios do sector nos respectivos países (estimei, respectivamente, 1.440 e 1.214 milhões de dólares)

- O Reino Unido e a Suécia foram unificados, não devido a qualquer mudança geopolítica de fundo na Europa do Norte, mas porque foi a maneira que eu arranjei de lidar com a AstraZeneca

- O critério de usar como principal referência a despesa por habitante (ou por milhão de habitantes) em vez da despesa total pode ser discutível

- Quem ainda não leu o post de JCD, Please, please, please, pode ir lê-lo

Wednesday, August 06, 2008

Adopção de Cães (Porto)

No It's a perfect day, Elise, este apelo para a adopção de 9 cães, na Maia:

Hiroshima and Nagasaki

Ralph Raico: "(...) Hiroshima was a city, inhabited by some three hundred thousand people, which contained military elements. In any case, since the harbor was mined and the U.S. Navy and Air Force were in control of the waters around Japan, whatever troops were stationed in Hiroshima had been effectively neutralized.

On other occasions, Truman claimed that Hiroshima was bombed because it was an industrial center. But, as noted in the U.S. Strategic Bombing Survey, "all major factories in Hiroshima were on the periphery of the city – and escaped serious damage."90 The target was the center of the city. That Truman realized the kind of victims the bombs consumed is evident from his comment to his cabinet on August 10, explaining his reluctance to drop a third bomb: "The thought of wiping out another 100,000 people was too horrible," he said; he didn’t like the idea of killing "all those kids."91 Wiping out another one hundred thousand people . . . all those kids.

Moreover, the notion that Hiroshima was a major military or industrial center is implausible on the face of it. The city had remained untouched through years of devastating air attacks on the Japanese home islands, and never figured in Bomber Command’s list of the 33 primary targets.92

Thus, the rationale for the atomic bombings has come to rest on a single colossal fabrication, which has gained surprising currency: that they were necessary in order to save a half-million or more American lives. These, supposedly, are the lives that would have been lost in the planned invasion of Kyushu in December, then in the all-out invasion of Honshu the next year, if that was needed. But the worst-case scenario for a full-scale invasion of the Japanese home islands was forty-six thousand American lives lost.93 The ridiculously inflated figure of a half-million for the potential death toll – nearly twice the total of U.S. dead in all theaters in the Second World War – is now routinely repeated in high-school and college textbooks and bandied about by ignorant commentators. Unsurprisingly, the prize for sheer fatuousness on this score goes to President George H.W. Bush, who claimed in 1991 that dropping the bomb "spared millions of American lives."94

Still, Truman’s multiple deceptions and self-deceptions are understandable, considering the horror he unleashed. It is equally understandable that the U.S. occupation authorities censored reports from the shattered cities and did not permit films and photographs of the thousands of corpses and the frightfully mutilated survivors to reach the public.95 Otherwise, Americans – and the rest of the world – might have drawn disturbing comparisons to scenes then coming to light from the Nazi concentration camps.

The bombings were condemned as barbaric and unnecessary by high American military officers, including Eisenhower and MacArthur.96 The view of Admiral William D. Leahy, Truman’s own chief of staff, was typical:

the use of this barbarous weapon at Hiroshima and Nagasaki was of no material assistance in our war against Japan. . . . My own feeling was that in being the first to use it, we had adopted an ethical standard common to the barbarians of the Dark Ages. I was not taught to make wars in that fashion, and wars cannot be won by destroying women and children.97 (...)"

Tuesday, August 05, 2008

Solzhenitsyn

Estou a ler as sucessivas homenagens ao homem que combateu patrioticamente na "WWII", como muitos milhões de russos e que se tornou crítico do regime, mas Solzhenitsyn foi um crítico de todos os regimes.

'It is often said that democracy is being taken away from us and that there is a threat to our democracy. What democracy is threatened? Power of the people? We don't have it,' ...'We have nothing that resembles democracy. We are trying to build democracy without self-governance. Before anything, we must begin to build a system so that the people can manage their own destinies.'"

"Democracy cannot be imposed from above, by clever laws or wise politicians. It must not be forced [on people] like a cap. Democracy can only grow upwards, like a plant. Democracy must begin at the local level, within the local self-government."

"'Democracy is not worth a brass farthing if it is being installed by bayonets.'

"The U.S. has a strange idea of democracy, they first interfered with the Bosnian situation, bombed Yugoslavia, then Afghanistan, and then Iraq. Who is next? Perhaps Iran?"

Retirado de "Solzhenitsyn's Maxim Famous Russian dissident-novelist warns against U.S.-sponsored "democratic" revolution " Justin Raimundo, June 13, 2005

“Putin inherited a ransacked and bewildered country, with a poor and demoralized people. And he started to do what was possible — a slow and gradual restoration. These efforts were not noticed, nor appreciated, immediately. In any case, one is hard pressed to find examples in history when steps by one country to restore its strength were met favorably by other governments.”

“Today I continue to be extremely worried by the slow and inefficient development of local self-government. But it has finally started to take place. In Yeltsin’s time, local self-government was actually barred on the regulatory level, whereas the state’s ‘vertical of power’ (i.e. Putin’s centralized and top-down administration) is delegating more and more decisions to the local population. Unfortunately, this process is still not systematic in character.”

“There is this belief, that all those other worlds are only being temporarily prevented by wicked governments or by heavy crises or by their own barbarity or incomprehension from taking the way of Western pluralistic democracy and from adopting the Western way of life. Countries are judged on the merit of their progress in this direction. However, it is a conception which developed out of Western incomprehension of the essence of other worlds, out of the mistake of measuring them all with a Western yardstick. The real picture of our planet’s development is quite different.”

"I have spent all my life under a communist regime and I will tell you that a society without any objective legal scale is a terrible one indeed. But a society with no other scale but the legal one is not quite worthy of man either.”"

However, in early democracies, as in American democracy at the time of its birth, all individual human rights were granted because man is God’s creature. That is, freedom was given to the individual conditionally, in the assumption of his constant religious responsibility. Such was the heritage of the preceding thousand years. Two hundred or even fifty years ago, it would have seemed quite impossible, in America, that an individual could be granted boundless freedom simply for the satisfaction of his instincts or whims. Subsequently, however, all such limitations were discarded everywhere in the West; a total liberation occurred from the moral heritage of Christian centuries with their great reserves of mercy and sacrifice. State systems were becoming increasingly and totally materialistic. The West ended up by truly enforcing human rights, sometimes even excessively, but man’s sense of responsibility to God and society grew dimmer and dimmer. In the past decades, the legalistically selfish aspect of Western approach and thinking has reached its final dimension and the world wound up in a harsh spiritual crisis and a political impasse. All the glorified technological achievements of Progress, including the conquest of outer space, do not redeem the Twentieth century’s moral poverty which no one could imagine even as late as in the Nineteenth Century.”

If the world has not come to its end, it has approached a major turn in history, equal in importance to the turn from the Middle Ages to the Renaissance. It will exact from us a spiritual upsurge, we shall have to rise to a new height of vision, to a new level of life where our physical nature will not be cursed as in the Middle Ages, but, even more importantly, our spiritual being will not be trampled upon as in the Modern era.”

“This ascension will be similar to climbing onto the next anthropologic stage. No one on earth has any other way left but — upward.”

Retirado de Alexander Solzhenitsyn, 1918–2008 "Russian traditionalist, Nobel laureate, feted in the West for criticism of Soviet Communism, then spurned for rejecting liberal materialism," Andrew Cusack

Destaque

An Open Letter to Leftist Opponents of Intellectual Property: On IP and the Support of the State, Stephan Kinsella

Leitura adicional recomendada pelo próprio:

What It Means To Be an Anarcho-Capitalist.
Against Intellectual Property.
Legislation and the Discovery of Law in a Free Society

Re: ... Renda Básica de Cidadania


Esse risco é que aconteça com qualquer comunidade aquilo que acontece na Holanda com comunidades Islâmicas.Com este rendimento, as famílias mais desfavorecidas e problemáticas podem se concentrar num certo bairro.

Se causarem distúrbios na zona, esta irá desvalorizar e consequentemente vão conseguindo atrair mais pessoas da sua comunidade e cada vez criam mais distúrbios até que todo o bairro fica para a mesma comunidade e a preços baixíssimos.

Ao contrário do que possam estar a falar não estou a falar de ciganos ou de africanos ou de qualquer cor ou etnia.. Estou a falar de qualquer comunidade que pode inclusivamente ser multi-cor (se é que se pode dizer assim) que pode ir desde anarquistas, a nacionalistas, claques de futebol, adoradores do diabo, exibicionistas, etc. Qualquer grupo unido por uma característica agressiva para os demais.

Eu não percebo é porque esse perigo será maior com "Renda Básica de Cidadania" do que sem ela.

A mim parece-me que, quando os membros de uma dada "comunidade" preferem viver juntos e, ao mesmo tempo, os membros de outras "comunidades" preferem (com ou sem razão) não viver ao pé dessa "comunidade", ao fim de algum tempo essa "comunidade" acabará por se concentrar em bairros especificos, com ou sem "Renda Básica de Cidadania".

Dissonâncias cognitivas

Henrique Raposo no seu post Livros "Atlântico" 48, O Avante não quer publicar isto? reflecte um pouco sobre Estaline e a sua natureza no contexto vindos dos factos supostamente esquecidos: apresenta a invasão da Polónia a a questão filandesa e... o pacto Germano-Soviético, etc.

Mas quanto mais HR e outros parecem que descobrem algo de novo mais apetece perguntar:

E o pacto Roosevelt-Churchill-Estaline?

Com a agravante que já foi depois de todos esses grandes males apontados, depois de se saber das purgas e da fome na Ucrânia (estes durante os anos 30)? E Roosevelt tratava carinhoasamente Estaline por "Uncle Joe" a quem tudo deu por causa do seu sonho chamado ONU.

PS: Estaline invadiu a Polónia sim, quinze dias depois de Hitler, mas ainda assim, como que recuperou território que já tinha sido da Rússia via Ucrânia.

Eu se fosse à Atântico, publicava algo sobre o livro de Buchanan. Estaline ganhou a guerra e territórios que nunca tinha sonhado, incluindo a Polónia por quem a Inglaterra declara a guerra e acaba a perder o Império (Churchill ainda em 43 afirmava que o Império iria ainda conhecer novos apogeus, como se 1/3 do território e população mundial fosse pouco - sim, mas os japoneses é que eram imperialistas ... ).

De resto, Estline mereceu-a. Morreram 15 milhões de russos enquanto que ingleses (como franceses) menos que a Primeira Guerra Mundial.

PS2: Também se exagera quanto aos supostos planos expansionistas de Estaline pós-WWII. Este nem sequer ajudou os comunistas Gregos embora Truman tenha usado a desculpa para a sua Guerra Fria. Estaline limitou-se a gerir o que lhe tinham posto nos braços. "Socialismo num País" era o seu mote (razão para a dissidência de Trostky e a sua Revolução Internacional -a qual, diga-se vai aparecer mais tarde nos --- Neoconservadores). Não era parvo. Os impérios caiem por overextension e uma guerra a mais que não resistem fazer.

Monday, August 04, 2008

Andrei Sakharov (1921-1989)


(Não, não é engano)

Sunday, August 03, 2008

Re: O que é a esquerda (II)

Ainda a respeito disto, não me parece que EvKL fosse a pessoa mais indicada para definir o que é a esquerda. Não, não me refiro ao facto de ele ser de direita.

Refiro-me a outra coisa - as suas opiniões sobre a chamada "Nova Esquerda". Ele considerava que a "Nova Esquerda" (isto é, aquela esquerda surgida com contestação dos anos 60) não era uma verdadeira esquerda (segundo ele, a "nova esquerda" não era esquerda, tal como um congolês albino não é um branco). Ora, a esquerda actual, sobretudo em questões culturais, é muito devedora da "nova esquerda", logo não faz grande sentido analisá-la pelos olhos de alguêm que achava que a "nova esquerda" não era esquerda (provavelmente, as criticas que eu fiz nos pontos 7, 8, 22/23 e 33 têm a ver com isso).

De qualquer forma, uma classificação esquerda-direita (como a de EvKL) que tira da esquerda grande parte do BE e inclui na esquerda (pelo menos) parte do PNR parece-me um bocado duvidosa.

E, de certa forma, até compreendo que EvKL não queira considerar a "nova esquerda" como "esquerda"; afinal, o seu livro de 1943, The Menace of the Herd [pdf], tem umas passagens (sobretudo, mas não só, no Capitulo III) que pouco diferem do que os autores da "nova esquerda" irão escrever; sobretudo a parte de que um camponês em agricultura de subsistência da Africa tem mais liberdade do que um assalariado na sociedade industrial, ou a admiração pelos espanhóis (de há um século atrás, relembro) que reagiam a aumentos salariais trabalhando menos e ganhando o mesmo parecem saídos directo de uns livros que tenho lá por casa... (não sei se EvKL manteve essas opiniões ao longo da vida).

Re: O que é a esquerda

Joaquim Sá Couto cita as opiniões do conservador austriaco Erik von Kuehnelt-Leddihn sobre o que é a esquerda. Vamos lá ver se isso faz algum sentido:

"1. Materialismo: económico, biológico e social."

Confere a 2/3; a esquerda tende a ser materialista no aspecto económico e social; mas em termos biológicos, a esquerda é tudo menos materialista - a posição típica da esquerda é que a nossa natureza biológica não determina (quase) nada, que é tudo "construções sociais" (veja-se a questão das diferenças entre sexos ou raças)

"2. Messianismo de grupos: nação, raça ou classe."

Eu nem percebo bem o que isso quer dizer; na duvida, vou assumir que está certo

"3. Centralização: Destruição da autonomia regional, tradições, etc."

A mim parece-me que isso varia completamente de país para país (e mesmo de época): em França e nos EUA, o centralismo está mais associado à esquerda (e a Vendeé ou os State's Rights à direita); em Espanha ou no Reino Unido, tendem a ser os conservadores os maiores defensores do Estado central. E mesmo isso varia muito no tempo: os jacobitas britânicos e os carlistas espanhóis eram grandes defensores do regionalismo (e hoje em dia, os regionalistas catalães e bascos são maioritariamante de direita, embora entre os "castelhanos" seja a esquerda que mais aceita as suas reivindicações), ; nos EUA, nos anos 60, os S.D.S. também não eram grandes entusiastas do poder centralizado (e, no principio dos EUA, se identificarmos esquerda/direita com a favor/contra a Revolução Francesa, eram os então chamados Republicanos - que deram origem ao actual Partido Democrata - a defender a autonomia dos Estados e os pró-britanicos Federalistas a defender o governo federal); em França, nos anos 70, o revivalismo occitano, bretão, etc., veio sobretudo da esquerda mais ou menos autogestionária (note-se que, no parlamento europeu, grande parte dos partidos regionalistas se sentam no mesmo grupo que os partidos "verdes" - a outra tradição saída do Maio de 1968).

Assim, neste capitulo, acho que não podemos concluir seja o que for.

"4. Totalitarismo: Invasão de todas as esferas da vida por uma doutrina."; este ponto parece igual ao "38. Politização total da vida: turismo, desporto, recreio."

Por estranho que possa parecer, até concordo (embora não lhe chame "totalitarismo") - à esquerda há uma tendência para achar que "tudo é um acto politico"

"5. Força bruta e terror."

A mim parece-me que a direita, pelo menos em teoria, é muito mais adepta do uso da força do que a esquerda; quando há uma "perturbação da ordem pública", a reacção direitista tipica é "chamem a policia de choque" e a reacção esquerdista é "temos que dialogar e tentar perceber as causas profundas do problema"

"6. Partido único."

Salazar, Dolfuss e Franco (governantes que penso EvKL simpatizava) tinham partido único. É verdade que esse partido não se chamava "partido", mas sim "União Nacional", "Frente Patriótica" e "Falange Espanhola Tradicionalista e das JONS", e EvKL chegou a argumentar que isso era uma diferença importante (não ter "partido" no nome), mas eu não consigo perceber qual a importancia disso (e, se é assim, também o MPLA em Angola, a Frelimo em Moçambique, o MLSTP em São Tomé e Principe, etc. também não teriam sido "partidos únicos").

Conclusão: "partido único" não é uma caracteristica especifica da esquerda ou da direita

"7. Completo controlo da educação."

Ambiguo. Por um lado, a maior parte da esquerda tende a defender a educação estatal; por outro a esquerda (ou alguma esquerda) tende também a defender aquelas teorias educativas de que os alunos devem ser deixados à vontade para aprenderem por eles próprios (e, nos EUA, o homeschooling é, em certa medida, uma mistura de esquerdistas "de sandálias e barbas" e de direitistas religiosos), na educação (ou se calhar em tudo) a esquerda e a direita tendem a ter uma relação ambigua face ao Estado e ao Governo - a esquerda defende a escola estatal, e ao mesmo tempo defende que o governo não deve mandar nas escolas (mas sim a "gestão democrática"); já a direita parece-me defender o oposto: escolas privadas, mas forte controlo governamental das que permancerem públicas.

"8. Socialização: como o oposto da individuação."

A mim parece-me que a esquerda (ou uma certa esquerda) até defende muito aquelas ideias de que temos que nos "libertar das convenções sociais" e "descobrir o verdeiro eu" e coisas desse género (com uns pozinhos de "bom-selvagemgismo" à mistura)

"9. Estado Previdência: do berço à cova."

Confere

"10. Militarismo"

A mim parece-me que, pelo menos em teoria, a esquerda tende muitas vezes a ser pacifista, e mesmo quando não o é, tende a ser hostil à instituição militar - ver, p.ex., o texto do então PSR, "O anti-militarismo é pacifico?" (mas também não sei bem o contexto em EvKL diz que a esquerda é militarista, e "militarismo" pode significar muitas coisas)

"11. Ideologia rígida imposta pelo Estado."

Admito que as ditaduras de esquerda são mais dadas a querer impor a sua ideologia do que as de direita (às de direita, costuma-lhes bastar que os subditos não sejam contra a sua ideologia, sem fazerem grande questão que sejam a favor).

"12. Líder carismático (à imagem do monarca)"

Acho que a direita (mesmo excluindo o nazismo e o fascismo, que EvKL coloca na esquerda) gosta muito mais de lideres carismáticos do que a esquerda. Aliás, a teoria da história como fruto da acção dos grandes homens parece-me que normalmente vem da direita (enquanto para a esquerda, a história é fruto das alterações nas estruturas sociais e económicas)

"13. Antiliberalismo: Ódio à liberdade"

A esquerda até costuma apregoar bastante a liberdade (muitas vezes com letra grande). E o direitista liberal Raymond Aron, num texto sobre os estereotipos históricos da esquerda e da direita escreveu "num lado evoca-se a igualdade, a razão, a liberdade; do outro a autoridade, a religião, a familia". EvKL poderá dizer que a esquerda tem ódio a coisas (como a desigualdade económica) que ele acha consequências da liberdade, e que portanto a esquerda será obrigada, para atingir os seus objectivos, a limitar a liberdade. Talvez; mas isso não é "odio à liberdade" (pelo menos, no meu conceito de ódio)

"14. Antitradicionalismo: contra a reacção."

Confere

"15. Ambições expansionistas."

Se isso quer dizer "pretender exportar o seu modelo politico", aceito

"16. Exclusivismo."

Nem percebo o que isso quer dizer

"17. Eliminação dos “corps intermédaires”."

Aceito como certo, mas com reservas (toda as tradiçoes anarquista, cooperativista, etc. defendem bastante uma certa forma de corpos intermédios)

"18. Conformismo dos media: jornais, rádio e televisão."

Do ponto de vista exclusivamente teórico, náo vejo onde a esquerda seja mais (ou menos) defensora do conformismo dos média do que a direita; admito que EvKL queira dizer que, como a esquerda pretende abolir ou limnitar a propriedade privade, isso diminuiria (ounno extremo, acabaria com) o pluralismo dos média

"19. Relativização da propriedade privada."

Confere

"20. Controlo das Religiões."

Realmente, a esquerda é mais dada a usar o Estado contra as religiões; mas, por outro, a direita é mais dada a fechar as religiões em "gaiolas douradas" - dar-lhes privilégios em troca da colaboração com o Estado

"21. O direito ao serviço do Povo (...) ou do partido (...)."

Até certo ponto, confere - realmente a esquerda tende a ver o direito como um instrumento para "o progresso da Humanidade" (ou o que nós consideramos ser o "progresso da Humanidade"). No entanto, não concordo que a primeira das figuras que ele refere seja de esquerda

"22. Ódio das minorias" e "23. Glorificação da maioria"

Uh? Pelo menos a esquerda actual parece o mais defensora das minorias que há.

"24. Glorificação da revolução."

Confere

"25. Plebeianismo: Ódio das elites" e "40. Luta contra a excelência, contra “os privilégios”" e "41. Mobilização total da inveja, no interesse do partido e do Estado"

Não usaria esse termos, mas, no geral, confere

"26. Perseguição aos opositores"

Se nos limitarmos às ditaduras, tanto as de esquerda como as de direita perseguem os opositores (mas é aceito que mais frequente ver uma ditadura de esquerda a preseguir facções esquerdistas rivais do que uma ditadura de direita a perseguir facções direitistas rivais)

"27. Populismo e uniformismo."

Do populismo concordo; quanto ao uniformismo, não (pelas razões expostas nos pontos 22, 23 e 33)

"28. Raízes na Revolução Francesa."

Confere

"29. Referência constante à democracia."

Confere

"30. Monolitismo: um Estado, uma sociedade, um povo."

Não percebo bem ao que EvKL se refere, mas se se refere a uma certa atitude "unitária" (estilo "O povo unido nunca mais será vencido"), aceito como certo

"31. Emocionalismo: através de slogans, poemas, canções, símbolos."

Acho que é exactamente ao contrário - pelo menos em teoria, a esquerda tende a ser racionalista, e a direita é que tende a achar que são factores irracionais, como as emoções e sentimentos, que mantêm a sociedade de pé.

"32. Ritos seculares, em substituição dos religiosos."

Confere

"33. Conformismo como princípio vital."

Seria mais correcto "incoformismo como principio vital": olhe-se para a tendência dos jovens esquerdistas (pelo menos, os de classe média) para adoptarem estilos de vida (ou, pelo menos, atitudes estéticas) deliberadamente excentricas (ainda que sujeitos ao famosos "conformiso do incoformismo"); ou a tendência dos partidos e movimentos de esquerda para se dividirem em correntes rivais por motivos por vezes insignificantes

"34. Incitamento à histeria colectiva."

Se ele quer dizer "incitamento à mobilização das massas populares", confere

"35. Tecnologia ao serviço do poder."

Penso que tanto a esquerda como a direita (pelo menos, as não-anarquistas) querem por a tecnologia ao serviço do poder (no sentido de quererem que o poder esteja equipado com a melhor tecnologia disponivel)

"36. Liberdade: abaixo da cintura"

As drogas são frequentemente consumidas acima da cintura

"37. Tudo pelo Estado, nada contra o Estado"

De certa forma, confere (embora várias tradições de esquerda defendam, já ou a longo prazo, o fim do estado)

"39. Nacionalismo ou internacionalismo, por oposição a patriotismo."

A dialéctica do nacionalismo/patriotismo é um bocado obscura (algumas pessoas chamam nacionalismo/patriotismo ao que outras chamam patriotismo/nacionalismo). Eu diria que a esquerda defende, ou o internacionalismo, ou o "nacionalitarismo" (principio da autodeterminação), por oposição ao imperialismo e ao nacionalismo (entendendo nacionalismo como o principio "o nosso país acima de tudo")