É interessante verificar (nos blogs mas não só) que a atitude face à questão dos cartoons é facilmente previsivel, se soubermos a posição politica do comentador:
- Se for claramente de direita, vai falar na intolerância islâmica e que "não nos podemos render"
- Se for claramente de esquerda, vai dar exemplos de intolerância por parte dos cristãos (o que não é difícil de arranjar)
- Se for mais ou menos ao centro, vai vir com a tal conversa do equilibrio entre a "liberdade de expressão" e a "responsabilidade"
Nisto, parece-me que tanto a esquerda como a direita estão correctas.
- Se for claramente de direita, vai falar na intolerância islâmica e que "não nos podemos render"
- Se for claramente de esquerda, vai dar exemplos de intolerância por parte dos cristãos (o que não é difícil de arranjar)
- Se for mais ou menos ao centro, vai vir com a tal conversa do equilibrio entre a "liberdade de expressão" e a "responsabilidade"
Nisto, parece-me que tanto a esquerda como a direita estão correctas.
10 comments:
tenho receio que as coisas se compliquem ainda mais...
ao inves de descobrirmos como devemos reagir, acho que é altura de sabermos como agir. isto é acabar com as escolas e com a mentalidade fundamentalistas.
eu estou a ver muita coisa feia por aí fora, palavras de odio, já não faltavam os ayatolas ainda temos de aturar os ayatolas europeus.
"isto é acabar com as escolas e com a mentalidade fundamentalistas."
E como se faz isso?
é simples...
não fazer o que mandam os grandiosos lideres do mundo livre.
um bombardeia, o outro bajula.
eu penso que se devia começar por fechar as escolas desse genero aqui na europa, e ir lentamente fechando-as pelo resto do mundo. podiamos começar na turquia.
depois o que é preciso é educar as pessoas para os direitos humanos, seria uma forma muito eficaz de diminuir o despesismo e a inconsciencia de uma sociedade (desrespeito pelo proximo no dia a dia) que precisa e necessita de certos valores comuns, mas mete confusão as pessoas estar a fazer isso. dizem que é "doutrinação".
enquanto isso, propagandear as partes do corão em que fala de paz, amor e tolerancia. atraves de radios pirata e coisas do genero.
se for preciso voluntario-me para fazer isso.
"eu penso que se devia começar por fechar as escolas desse genero aqui na europa, e ir lentamente fechando-as pelo resto do mundo. podiamos começar na turquia."
Isso é impossível. Mesmo que se fechasse as mesquitas radicais, punisse os seus imãs, etc., eles poderiam organizar sessões clandestinas, aulas de de doutrina islâmica em apartamentos privados, etc. Não se consegue mudar o cabeça das pessoas por decreto: veja o que aconteceu com o Xá do Irão, que tentou modernizar os iranianos contra a vontade deles.
E até perderiamos um argumento contra os fundamentalistas: deixaria de ser uma luta entre a liberdade e a tirania, para passar a ser uma luta entre tiranias.
Acho que a melhor maneira de lutar contra o fundamentalismo islâmico (ou cristão, ou hindu) é mesmo através da mistura de culturas: a curto prazo, a "mistura" até pode estimular os fundamentalismo (por reflexo de defesa), mas, a longo prazo, à medida que as pessoas vão tendo amigos, conhecidos, amantes, familiares, etc. oriundos de várias culturas/religiões, vão se libertando dos seus preconceitos "tribais".
Claro, pode-se argumentar que o Libano e a Jugoslávia desmentem a minha teoria (sociedades multi-culturais com uma tradição de guerras civis). Mas, num caso, tiveram uma sucessão de ditaduras (primeiros, os reis sérvios, depois Tito) e, aí, o nacionalismo funciona sempre como resistência (pelas mesmas razões, os nacionalismos catalão e basco são fortes); e, no Libano, é a própria Constituição que alimenta o sectarismo, aos estabelecer que o presidente tem que ser cristão, o primeiro-ministro sunita, etc.
E, enquanto existir o fundamentalismo, o que se deve fazer é:
- face às ideias fundamentalistas, criticá-las (por exemplo, usando os métodos que refere no seu último post), mas tolerando a sua expressão
- face aos seus actos pacíficos (manifestações, queimas de bandeiras, boicotes comerciais), também devem ser tolerados, e, em certos casos, "pagos na mesma moeda" (p.ex., com contra-manifestações)
- face aos actos violentos, responder com a violência necessária.
então a melhor maneira é contra-propaganda.
criar e apoiar uma vaga de muçulmanos moderados.
Sim senhora! Está bonita a brincadeira! Pois não é que a melhor maneira de resolvermos isto é fecharmos escolas islâmicas e misturarmos umas culturas que a coisa passa. E se não passar responde-se com a violência necessária. Nem o Bush se alembrou de tal!
Caro Miguel Madeira: Concordo totalmente consigo.
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