Ou de como o desviacionismo oportunista se pode camuflar de sectarismo ultra-esquerdista.
Os camaradas inurgentes parecem não perceber a diferença dialéctica entre uma politica de colaboração de classes (um politica oportunista por definição, derivada da ideia de revolução por etapas) e uma politica de confluência objectiva de reivindicações de transição, numa perspectiva de revolução permanente. Como exemplo do primeiro caso, temos a aliança entre o PC chinês e o Kuomintang em 1927, que culminou na catastrofe de Xangai; como exemplo do segundo, temos a aliança entre os mesmos participantes contra os invasores japoneses, nos anos 30 (que libertou a China do imperialismo nipónico).
Mas, nesse delicado fio da navalha entre os perigos gémeos do oportunismo e do sectarismo, que todas as organizações da vanguarda proletária enfrentam, como distinguir uma politica não-sectária (boa) de uma politica oportunista (má)? A boa politica é a que não põe em causa a indepencia politica da classe e da sua vanguarda, segundo a lógica "marchar separadamente, combater em conjunto". Para uma regra simples que permita, num dado conjunto de condições objectivas, ver a diferença entre o não-sectárismo e 0 oportunismo, aplica-se a mesma lógica subjacente aos vários exemplos aqui apresentados.
2 comments:
"Os camaradas inurgentes parecem não perceber a diferença dialéctica entre uma politica de colaboração de classes (um politica oportunista por definição, derivada da ideia de revolução por etapas) e uma politica de confluência objectiva de reivindicações de transição, numa perspectiva de revolução permanente"
Este jargão é impagável, caro M.Madeira. Nem o Louçã fala assim, mais parece o Jerónimo de Sousa =)
Grande post.
:)
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