Barlavento Online:
Alunos da Secundária Manuel Teixeira Gomes manifestam-se em Portimão
Centenas de alunos concentraram-se hoje [i.e. 31/01/2008] frente à Câmara de Portimão para demonstrar o seu descontentamento contra políticas da educação.Cerca de 200 alunos da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, manifestaram-se frente à Câmara Municipal da cidade, esta quinta-feira, para mostrar o seu desagrado face ao novo Estatuto do Aluno e contra o amianto na escola.
«Fizemos esta manifestação contra o Novo Estatuto do Aluno, contra o amianto na escola e contra a falta de recursos humanos», explicou ao barlavento.online João Rodrigues, presidente da Associação de Estudantes desta escola.
Esta manifestação em Portimão integra-se na jornada de luta dos estudantes do Ensino Secundário, que hoje motivou iniciativas semelhantes um pouco por todo o país.
Em Portimão, curiosamente, apenas participaram os estudantes de uma das Escolas Secundárias existentes na cidade, já que nenhum aluno da Poeta António Aleixo, nem a sua associação de estudantes, participaram na jornada.
Cito esta noticia porque já é um padrão - no longincuo ano de 1989, nos protestos contra a criação da PGA (não confundir com os protestos de 1992, que acabaram com a PGA), praticamente toda a ESMTG fez greve e foi à manifestação (da minha turma, só dois alunos não fizeram greve, tendo para aí uns dez ido à manifestação), enquanto na António Aleixo quase ninguém aderiu - e, na altura, nem havia Associação de Estudantes na ESMTG (foram uns "curiosos" - lembro-me da M. e penso que também o P., há época namorado dela - que andaram pelo pátio a dinamizar a greve e a manifestação).
Não sei se o Tárique (que deve ter andando no Secundário numa época diferente da minha) notou alguma diferença entre as escolas nesse aspecto.
11 comments:
Tempos brandos, guterristas, os meus. A combatividade era nula na ESMTG (influências cobainianas niilistas na geração X ?? ). Mas também é verdade que as "cabeças pensadouras" do meu tempo da teixeira têm mais actividade política do que as do liceu. Aqui, por exemplo, vejo uma maioria de caras conhecidas da ESMTG, em Lisboa. E ninguém da ESMAA.
Um aparte:Alguém que nos lê aos dois hoje disse-me que sou "doutrinalmente" parecido contigo. E bem vistas as coisas, há muitos (relativamente) "como nós" saídos daquela escola. Conheces a malta da FALA? "São" da ESMTG. Será que é da escola? Dos livros do Júlio Carrapato na FATACIL com que cresci(crescemos) ? Das comunidades alemãs-hippies?
ESPAA,digo
Lembras-te do prémio para finalista de excelência (dos Rotários) para a ESMTG? Em 2000 foi meu. Em 2001 foi para o Hugo. Eis o que escreve o meu sucessor sobre o "nosso" tempo.
Há também um que escrevia n'"A Batalha" há uns anos e que andou na ESMTG no mesmo tempo que eu.- o holandês Pascal Kamphuis (não faço ideia por onde ande agaro)
Em defesa da ESPAA, ela produziu pelo menos um "radical": o trotskista-morenista Sadik Habib, da Ruptura/FER
"Lembras-te do prémio para finalista de excelência (dos Rotários) para a ESMTG?"
Não - nem sei se existiria no meu tempo; mas já agora o que achas desta minha teoria?
Realmente, o primeiro texto anarquista que li fui um do Carrapato, "Resposta aos últimos moicanos do marxismo e do leninismo, assim como aos inúmeros pintainhos da democracia", mas foi comprado em Faro e não na FATACIL
[um dia destes hei-de fazer um post sobre a minha biografia politica - ou ainda serei muito novo para isso?]
Não sei se preferes que comente aqui ou no post original sobre os "quadros de honra". A desenvolver melhor, a minha opinião por agora é que os quadros de honra clássicos são contraproducentes.
E parece-me que acertas quase na mosca quando falas na componente "inner-directed" .
No entanto, existem opiniões avaliativas que interessam aos bons alunos tanto quanto a sua: as dos seus pares. Não acho é que seja correcto nem eficaz (apesar de ser muito neo-liberal) fazer do egoísmo e soberba cobiçosa o motor da excelência académica. As desvantagens sobrepor-se-iam às vantagens.
1 - acho importante haver incentivos aos alunos para estudarem para ter 20 em vez de 19. E acho que isso é algo a mudar na escola pública.
2 - Os quadros de honra só servem para desmotivar e segregar os alunos. Cerimoniazinhas para a escola toda é um fréte, um martírio que só envergonhará uns e outros. Mas se se quer seguir mesmo este caminho, mais inteligente seria fazer saber aos melhores alunos que o seu esforço "extra" será recompensado com, por exemplo, uma viagem a um museu em espanha, um livro ou coisa do género, mas nada de cerimónias parvas.
3 - há formas muito melhores e mais horizontais de incentivar a excelência. uma que eu adorava eram as Olímpiadas da Matemática (nas quais cheguei a ganhar o bronze nacional). Os "clubes da matemática" em que nos podemos dedicar a resolver problemas mais complexos do que o básico programa oficial são outra.
4 - O prémio pontual, no fim do curso, com as notas já tiradas, incentivou-me pouco ou nada à excelência. Melhor teria sido que um prof um dia viesse falar comigo e dizer "olha, tu gostas destes desafios? que tal um mais complicado? vamos preparar-nos para o Prémio Bento de Jesus Caraça/Mário Silva? Eu ajudo-te!"
Em resumo: os (bons) alunos não precisam de prémios, reconhecimento, quadros de honra, etc. Precisam de desafios intelectuais! De acompanhamento. De elementos mais aliciantes. É típico da dialética neo-liberal dizer que as pessoas só trabalham para "se armar", para chegar a "alpha-male/female"
ps.:
O Pascal vive em Groningen e lidera uma banda muito boa de retro-post-post-punk-noise (canta e toca guitarra)
Os tempos mudaram. Fui prof. na ESMTG no ano lectivo de 1981/82. Os alunos eram porreiros; "revolucionários" só alguns dos profs. Good old times!
Abraço ao Miguel e ao Tarique
o texto está errado. eu sou aluna ESMTG e garanto que na manifestação estavam amigos meus que andam no liceu. quanto à presença da AE do liceu, já não sei.
Atenção que esta noticia refere-se a uma manifestação em Fevereiro, não há de hoje (14/11/2008)
E sobre a manifestaçao de hoje, não há noticias ?
andré
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