A respeito das questões de disciplina na escola, turmas inclusivas ou segregadas, etc., é frequente invocar-se a dicotomia entre "os alunos que não querem aprender" e "os alunos que querem aprender"; por vezes introduz-se um terceito termo, "os alunos médios que são os mais prejudicados pela indisciplina e pelo facilitismo porque são os que mais precisam da escola".
Parece-me que há aqui um grupo que está esquecido (ou estará inserido no grupo dos "que querem aprender"?): o grupo dos "alunos que querem aprender mas não querem aprender na escola", porque não gostam de ter horários e, de qualquer maneira, só por um incrivel acaso estatistico é que a matéria que a dado momento está a ser ensinada numa aula corresponde ao assunto que eles sentem curiosidade nesse momento (p.ex, podem estar numa aula de Português com o professor a falar de sintagmas verbais mas a cabeça deles estar completamente ausente porque estão a pensar em algum assunto de Ciências da Natureza). E se, em vez de "os alunos que querem aprender", falarmos em "os alunos que querem aprender e têm hábitos de trabalho" (outra formulação bastante usual) ainda mais díficil se torna saber onde encaixar o sub-grupo a que me refiro, já que por norma não têm hábitos de trabalho (podem ter é hábitos de leitura, o que penso que é algo bastante diferente).
1 comment:
(p.ex, podem estar numa aula de Português com o professor a falar de sintagmas verbais mas a cabeça deles estar completamente ausente porque estão a pensar em algum assunto de Ciências da Natureza).
Tens aqui um exemplo de alguém que fez um dos cursos supostamente mais difíceis do IST sem ir às aulas, por essa mesma razão. Foi exactamente a partir do momento em que comecei a baldar-me (às aulas) que as notas "upa-upa"
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