Sunday, April 13, 2008

A raça é uma construção social

A prova: o apoio dos "negros" norte-americanos (ou "afro-americanos", ou o que lhes queiramos chamar) a Barack Obama.

Geneticamente, pouco terão a ver uns com o outro - uns descendem de escravos capturados essencialmente na costa ocidental de África e de brancos (até devido aos fringe benefits normalmente associados ao estatuto de proprietários de escravas), enquanto Barack Obama é filho de um queniano (África Oriental) e de uma norte-americana; atendendo que os antepassados comuns a africanos ocidentais e africanos orientais devem ter vivido há já muito tempo, quase de certeza que um negro norte-americano típico deve partilhar mais genes com um branco norte-americano típico do que com um queniano. Por outras palavras, se existe uma ligação genética entre os "afro-americanos" e Obama, provavelmente até será mais forte pela parte da mãe "branca" do que do pai "negro" (ainda por cima, recorde-se que o pai de Obama era da tribo luo, que fala uma língua nilótica, enquanto os escravos que foram para a América eram de tribos falantes de línguas nigero-congolesas - é verdade que semelhanças/diferenças linguísticas não significam necessariamente semelhanças/diferenças genéticas, mas são um indício nesse sentido)

No entanto, os "afro-americanos" (após uma resistência inicial) parecem ter adoptado Obama como um dos seus e estar a votar com base nisso.

Ou seja, o que faz de um conjunto de individuos uma "raça" não é terem uma origem genética comum - é considerarem-se e/ou serem considerados como uma "raça".

2 comments:

Anonymous said...

Por sinal, a ciência já nos disse que não existem raças humanas, mas sim etnias. Enfim, por mais considerações que se façam a este respeito, o dia em que falarmos uns dos outros sem a necessidade de recorrer a classificações étnicas e outras do género, significará que a humanidade deu um passo em diante no seu processo evolutivo.

Anonymous said...

back in Aspen, they call Lutherans colored