Artigo do Diário de Noticias sobre os "bairros SAAL" e afins:
O Bairro 25 de Abril, de Linda-a-Velha, em Oeiras, nasceu em 1975, em pleno período pós-revolucionário, quando "a paz, o pão, habitação, saúde e educação", de Sérgio Godinho, eram palavras de ordem na boca de toda a gente. As moradias de rés-do-chão e primeiro andar, projectadas por um arquitecto, rodeadas por canteiros e passeios, vieram a acolher famílias que viviam até então em condições deploráveis.
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Há 33 anos, quando foi preciso arregaçar as mangas, formar uma comissão de moradores e depois construir as casas onde hoje vivem, fizeram-no. (...)
"A maior parte das pessoas veio de nove bairros de barracas ou de casas degradadas desta zona (Biscouteiras, Bairro da D. Aninhas, Bairro da Junça, etc.)", recorda. Os técnicos contactaram-nos, fizeram um levantamento das famílias e das necessidades de cada uma. "Depois, juntámo-nos numa associação. O objectivo era construirmos um bairro com casas condignas, com o financiamento do Estado. Passo seguinte, encontrar terrenos disponíveis", explica João Vieira [vice-presidente da associação de moradores].
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João Vieira garante que processo mais democrático não podia haver. "Votávamos todas as decisões e tudo era aprovado por maioria. Até para comprar os materiais de construção foi assim. Submetíamos tudo à votação, pois o que quer que decidíssemos, seria determinante para o preço da renda que iríamos pagar. Na atribuição dos fogos também procurámos seguir critérios de justiça. Dava-se primazia a quem vivia em piores condições, com filhos, etc.", recorda.
Com as obras já a decorrerem desde 1976, surgiu um revés importante. Em 1978, já com 36 fogos construídos, o empreiteiro J. Pimenta faliu. "Tivemos de avançar para a construção directa, com a supervisão dos técnicos. Alguns de nós trabalharam na construção do bairro." E as 192 casas projectadas para 5,7 hectares. No 25 de Abril de 1979 foram entregues as primeiras chaves.O bairro ficou totalmente concluído em 1981. O Estado, através do Fundo de Fomento da Habitação, "deu" 90 contos a fundo perdido, por cada fogo. O resto foi pago pelos sócios ao longo de 25 anos. "Em 2005, acabámos de pagar as casas, agora contribuímos com uma verba para podermos fazer a manutenção e conservação do bairro", explica João Vieira.
Para os lados de Portimão, também há uns bairros sociais que foram construidos nesta época, com o trabalhos dos habitantes: além da famosa Meia-Praia, temos também o Bairro do Progresso, em Portimão, e o Bairro da Boa Vontade, na Mexilhoeira da Carregação.
2 comments:
Os edifícios entre o hospital antigo/teixeira e a praça, dos dois lados da rua, não são habitação social também?
Os prédios da TAU? Têm cara disso, mas não são.
Mas, ao que sei, tiveram um processo de construção muito atribulado e, no final, acabaram por ser vendidos meio ao desbarato, de forma que acabaram por ser também "habitação económica"
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