A propósito da influência da regulação estatal sobre a concentração bancária, eu escrevi «creio que mesmo em "mercado livre" a banca (...) teria uma tendência à concentração oligopolistica».
Emil Johansson (que escreve muito melhor em português do que eu em sueco) comenta:
«Kevin Carson no seu livro "Studies in Mutualist Political Economy" escreve que o mercado livre tem uma tendencia para competição; não para concentração oligopolistica. Ele escreve muito sobre os "trusts" nos EUA - quando os capitalistas tentaram transformar o competição para concentração oligopolistica, mas isso nunca tem successo sem o estado. Sem o estado niguem tem o poder suficicante para consegir um concentração oligopolistica no mercado»
Em rigor, o que eu queria dizer é quem, em mercado livre e com reservas fraccionais, a banca terá uma tendência à concentração oligopolistica (eu sei que é uma questão polémica, entre os defensores do "mercado livre", se as reservas fraccionais são ou não legítimas) . Porquê? Porque quantos mais depositantes o banco tiver, menor é o perigo de aparecerem um monte deles a querer levantar os seus depósitos ao mesmo tempo, logo o banco precisa de manter (proporcionalmente) menos dinheiro em reserva. Assim, os grandes bancos terão uma vantagem competitiva sobre os pequenos, levando à tal concentração.
Note-se que, com reservas fraccionais, estou-me a referir não apenas a quando os bancos emprestam dinheiro depositado à ordem, mas também a quando os bancos emprestam a 30 anos dinheiro que foi depositado a 1 ano (o mecanismo da gestão de reservas é fundamentalmente o mesmo nas duas situações).
Johansson também escreve:
Você não é liberal, você diz, mas o Carson também não é, ele é um mutualista; o mutualismo é um versão do socialismo é anarquismo que gosta o mercado livre e não gosta o estado nem o capital oligopolistica. Isso é o anarquismo e socialismo do Pierre-Joseph Proudhon, Benjamin Tucker, Lysander Spooner, etc.; e é um socialismo bem diferente do que, por exemplo, o communismo - mas ainda é uma forma do socialismo.
A respeito do Carson ser ou não liberal: é difícil dizer se ele próprio se considera "liberal" ou não, devido à dificuldade da tradução do inglês dos EUA para português (como traduzir "libertarian"? libertário? liberal?); no entanto, ele escreve "I come from a sub-community (individualist anarchism), on the left-wing fringe of what’s itself regarded by many as a fringe movement: free market libertarianism. For that matter, it’s also on the fringe of the libertarian socialist community. So I’m used to playing nice with people I disagree with: they’re about all I’ve got", o que parece indicar que ele considera o anarquismo individualista como pertencendo simultaneamente ao liberalismo e ao socialismo. Eu escrevo algo semelhante acerca de Proudhon aqui. Pode parecer estranho que Proudhon e Carson possam ser simultaneamente liberais e socialistas, mas e Burke e Tocqueville, p.ex.? Também não são considerados simultaneamente como liberais e conservadores?
Já agora, quem quiser ler os Studies in Mutualist Political Economy, estão aqui (algumas passagens estão traduzidos para português no blog Ação Humana)
Emil Johansson (que escreve muito melhor em português do que eu em sueco) comenta:
«Kevin Carson no seu livro "Studies in Mutualist Political Economy" escreve que o mercado livre tem uma tendencia para competição; não para concentração oligopolistica. Ele escreve muito sobre os "trusts" nos EUA - quando os capitalistas tentaram transformar o competição para concentração oligopolistica, mas isso nunca tem successo sem o estado. Sem o estado niguem tem o poder suficicante para consegir um concentração oligopolistica no mercado»
Em rigor, o que eu queria dizer é quem, em mercado livre e com reservas fraccionais, a banca terá uma tendência à concentração oligopolistica (eu sei que é uma questão polémica, entre os defensores do "mercado livre", se as reservas fraccionais são ou não legítimas) . Porquê? Porque quantos mais depositantes o banco tiver, menor é o perigo de aparecerem um monte deles a querer levantar os seus depósitos ao mesmo tempo, logo o banco precisa de manter (proporcionalmente) menos dinheiro em reserva. Assim, os grandes bancos terão uma vantagem competitiva sobre os pequenos, levando à tal concentração.
Note-se que, com reservas fraccionais, estou-me a referir não apenas a quando os bancos emprestam dinheiro depositado à ordem, mas também a quando os bancos emprestam a 30 anos dinheiro que foi depositado a 1 ano (o mecanismo da gestão de reservas é fundamentalmente o mesmo nas duas situações).
Johansson também escreve:
Você não é liberal, você diz, mas o Carson também não é, ele é um mutualista; o mutualismo é um versão do socialismo é anarquismo que gosta o mercado livre e não gosta o estado nem o capital oligopolistica. Isso é o anarquismo e socialismo do Pierre-Joseph Proudhon, Benjamin Tucker, Lysander Spooner, etc.; e é um socialismo bem diferente do que, por exemplo, o communismo - mas ainda é uma forma do socialismo.
A respeito do Carson ser ou não liberal: é difícil dizer se ele próprio se considera "liberal" ou não, devido à dificuldade da tradução do inglês dos EUA para português (como traduzir "libertarian"? libertário? liberal?); no entanto, ele escreve "I come from a sub-community (individualist anarchism), on the left-wing fringe of what’s itself regarded by many as a fringe movement: free market libertarianism. For that matter, it’s also on the fringe of the libertarian socialist community. So I’m used to playing nice with people I disagree with: they’re about all I’ve got", o que parece indicar que ele considera o anarquismo individualista como pertencendo simultaneamente ao liberalismo e ao socialismo. Eu escrevo algo semelhante acerca de Proudhon aqui. Pode parecer estranho que Proudhon e Carson possam ser simultaneamente liberais e socialistas, mas e Burke e Tocqueville, p.ex.? Também não são considerados simultaneamente como liberais e conservadores?
Já agora, quem quiser ler os Studies in Mutualist Political Economy, estão aqui (algumas passagens estão traduzidos para português no blog Ação Humana)
1 comment:
Sim, é verdade que o mercado com reservas fraccionais tem uma tendência oligopolistica; mas quando tem o mercado não é livre. O mercado capitalista, que tem alguns monopólios importantes por os capitalistas (o Benjamin Tucker falou muito sobre esses monopólios, como o monopólio para produzir dinheiro, o monopólio da terra, et.c.), simplesmente não é um mercado livre - mas, como também o Carson disse, o capitalismo é, e sempre era, um mercado regulado. Mas um mercado COM regulamento, COM monopólio para produzir dinheiro (do estado ou das bancas) e com muitos outros regulamentos do estado - um mercado como isso com certeza tem uma tendência oligopolistica; nas bancas e quase tudo na mercado. Simplesmente porque o mercado mesmo não é livre ;)
E o Carson e o Tucker e os outros mutualistas e anaquistas individualistas com certeza podem ser chamados socialistas e liberais simultaneamente; em inglês o termo mesmo é "libertarian socialists" - você é muito correto nisso. O anarquismo é um socialismo muito livre - muito "liberal", pode dizer; os anarquistas, como sabes, não querem estado nem poder para um grupo especial no sociedade (como muitos outros socialistas). O socialismo deles é totalmente voluntário e todos as indivíduos na sociedade podem escolha se querem participar num projeto socialista, um projeto comunista, um projeto sindicalista, um projeto capitalista, et.c. Ou se mesmo não querem colabore com ninguem.
Então, o termo "socialista liberal" é muito bom; mas acho que só "liberal" é um pouco insuficiente quando compares com outros liberais como John Locke ou Adam Smith (e os neo-liberais como o Nozick e o Friedman) quem são muito diferentes do que o Tucker ou o Carson, e quem têm muito mais simpatias sobre os capitalistas, o estado e todo o capitalismo regulado. E o liberalismo classico hoje em dia é um ideologia bem capitalista, quando o "socialismo liberal" mesmo é um ideologia socialista - pelos trabalhadores e contra o capitalismo. Mas, no mesmo tempo, é positivo por o mercado livre - verdadeiro livre, não "hoje-livre" - onde os indivíduos podem organize como querem.
Obrigado por o teu tempo e um blog muito bom, e mais uma vez - desculpe-me por o meu poruguês terrivel ;)
Saude!
//Emil Johansson
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