Rui Ramos no Público: "Um dia adormecemos em 1929, no outro acordámos em 1973. Com os preços dos combustíveis e dos alimentos a subir e os camionistas na estrada, a disputar rendimentos pela força, eis-nos a combater de novo a "inflação". Na terra dos fantasmas, Milton Friedman fez Keynes tropeçar mais uma vez."
Ressalvando o facto de ter lido só uma passagem do texto, não me parece que Milton Friedman tenha passado alguma rasteira a Keynes - as teorias de Friedman assentam no papel da expansão monetária como causadora de subidas gerais dos preços. Não é disso que se trata actualmente: é verdade que, tanto a subida do petróleo como dos alimentos têm uma componente monetária, mas são essencialmente não-monetárias (veja-se que o petróleo tem subido em relação ao ouro); e, de qualquer forma, estamos a falar de subidas do preço de mercadorias especificas, não de uma subida geral de preços (realmente, a inflação global está a subir, mas isso é mais consequência do que causa da subida do preço do petróleo e dos cereais), que é o que é tratado pela teoria monetarista
Se alguém está a passar uma rasteira a alguém, talvez sejam Malthus ou Ricardo aos economistas do século XX.
1 comment:
Não pode existir (ou é muito difícil) inflação geral sem causas monetárias.
A inflação global está ainda em fase ascendente.
A subida dos preços de produtos alimentares/etc representa uma grande oportunidade para os produtores.
Durante muito tempo, a teoria era que o os paises desenvolvidos mantinham os preços internacionais baixos para explorar os recursos dos países sub-desenvolvidos.
Parece que estes têm a sua oportunidade.
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