Football as a workers cooperative - or lack thereof, por Paul Walker, discutindo a ausência de cooperativas de futebolistas como modo de organização dos clubes de futebeol
But football clubs are already effectively owned by the players, por Tim Worstall, contra-argumentando que os clubes de futebol, independentemente da sua forma jurídica (empresas capitalistas, cooperativas de adeptos, etc.) são na prática cooperativas de futebolistas
Friday, March 28, 2014
Quem possui os clubes de futebol?
Publicada por Miguel Madeira em 09:29 0 comentários
Thursday, March 27, 2014
Bitcoin Battle: Warren Buffett vs. Marc Andreessen
“A value of a BTC is not arbitrary, in fact it’s the opposite of arbitrary,” he says. “It equals the value of a single slot in a finite sized public cryptographic ledger through which value can move. The total Bitcoin ledger has value corresponding to the volume and velocity of transactions that will run through it in the future; by extension, each slot in the ledger has fractional value determined by the total number of slots (which, in Bitcoin’s case, are limited to 11 million today and 21 million ever).”
“So saying what Warren is saying is like saying ‘a car is great technology but it’ll never actually get anyone from point A to point B,” he continued. “Bitcoin is great technology BECAUSE it lets people get value from point A to point B through the public ledger; that functional use creates the value of the ledger, and a single BTC has a corresponding fractional value of the ledger.”
Publicada por CN em 10:28 1 comentários
"Repúblicas das bananas"
The American Conservative publicou um artigo com algum interesse sobre Airey Neave, um militar e político conservador inglês, assassinado (provavelmente por uma das cisões do IRA) em 1979.
No essencial, parece-me a biografia típica de um politico conservador inglês da velha guarda (de família aristocrática, aluno de Eton e Oxford, passou pelo exécito e foi uma espécie de herói de guerra da II Guerra Mundial, usualmente vestido a rigor, etc.).
No entanto há uma passagem que me despertou particular interesse, sobre os anos imediatamente anteriores à sua morte (e à subida de Thatcher ao poder):
Neave saw socialism as destroying Britain and didn’t see the Tory party of Harold Macmillan, Alec Douglas-Home, and Edward Heath as much of a bulwark against the tide. By the early 1970s the country had reached a state it is now difficult to imagine. In the final days of the Heath government inflation was running at more than 30 percent and rising fast. The pound had lost 70 percent of its value on the international exchanges in just three years. Basic living standards were deteriorating badly. Thanks to a protracted miners’ strike, at one point the entire country went onto a three-day work week in order to conserve electricity, and even then we all too often sat up at night in frigid rooms eating tinned Spam and reading flimsily printed newspapers by candlelight. There may have been no village in the Carpathians more primitive than London in the hangover years following the Swinging Sixties.
Airey Neave was not one to embrace the view that there was anything inevitable about Britain’s decline to banana republic status. Although a certain amount of educated guesswork has to apply here, it’s reasonably safe to say that he never fully abandoned his connections to the intelligence services, and he actively explored with a few like-minded individuals the possibility of engineering a limited right-wing coup in the years immediately before the Thatcher revolution. This went under the codename “Northern Command,” and Neave once allowed that there had been “some talk” of raising a private militia in order to enforce a “patriotic agenda … something to kick the political elites up the arse.”
Isso faz-me pensar o que é que as pessoas querem dizer quando usam a expressão "república das bananas", porque na verdade (pelo menos, de acordo com o significado original do termo) um "limitado" golpe de direita (mesmo que feito com o objetivo de travar o "Britain’s decline to banana republic status") seria exatamente a consagração da Grã-Bretanha como uma "república das bananas" (ou um "monarquia das bananas"...).
Publicada por Miguel Madeira em 08:43 0 comentários
Wednesday, March 26, 2014
Economia Comportamental (III)
Voltando a pegar no post de Chris Dillow que referi ali em baixo, nomeadamente nesta passagem:
One is that politicians themselves might be as prone to cognitive biases as the public. Indeed, it's possible that they are selected for such biases - because the overconfident are disproportionately likely to enter politics and because irrational consumers are likely to make irrational voters. The image promoted by behavioural economics (or its users) - of rational policy-makers operating upon irrational subjects - is therefore questionable.
Esse é um argumento muito usado contra a tendência para utilizar a chamada "economia comportamental" (isto é, a constatação que as pessoas nem sempre se comportam como os computadores humanos maximizadores de utilidade previstos nos primeiros semestres dos aulas de micro-economia) para justificar politicas intervencionistas - e parece fazer um certo sentido: afinal, se as pessoas são muitas vezes irracionais, os decisores politicos também serão muitas vezes irracionais, logo não faz sentido estar à espera que o Estado corrija a irracionalidade dos individuos.
O problema nesse raciocinio é que esquece que a "economia comportamental" pode ser usada para justificar o estatismo de duas maneiras:
a) "Se as pessoas fossem totalmente racionais, o mercado funcionaria perfeitamente. Como infelizmente as pessoas não são totalmente racionais, a regulação estatal é necessária"
ou
b) "Se as pessoas fossem totalmente racionais, a política que estamos a propor não funcionaria. Mas como felizmente as pessoas não são totalmente racionais, esta política vai à mesma funcionar"
Um exemplo do caso b) é a chamada "equivalência ricardiana": segundo muitos economistas, uma redução permanente de impostos ou um aumento permanente da despesa pública não aumenta a procura interna - os contribuintes, ao verem o deficit e a dívida a se acumular, vão assumir que mais cedo ou mais tarde a dívida vai ter que ser paga e vão começar logo a poupar dinheiro para quando chegar essa altura. Assim, o aumento do deficit público vai ser anulado pelo aumento da poupança privada. Os críticos da "equivalência ricardiana" contrapõem que a maior parte das pessoas não toma em conta o valor da dívida pública na altura de programar as suas despesas mensais (recorrendo simplesmente a regras empiricas do género "pôr metade do ordenado no banco e gastar a outra metade") , e portanto essa redução de impostos/aumento da despesa vai realmente aumentar a procura.
Ora, o argumento "se os individuos são irracionais, os políticos também são" faz sentido nas situações do tipo a), mas creio que não faz sentido nas situações do tipo b) - o caso b) apenas requer que os indíviduos não sejam racionais, não requer que os governantes sejam mais racionais que as pessoas comuns (na verdade, eu suspeito que uma política que, para funcionar, necessite que os individuos não sejam racionais, funciona ainda melhor se os governantes também não forem racionais, já que assim pôem a política em prática com mais convicção).
Publicada por Miguel Madeira em 16:05 0 comentários
Tuesday, March 25, 2014
O "precedente do Kosovo"
Os países ocidentais têm alegado a que secessão crimeia e a sua posterior anexação pela Rússia vão contra o "direito internacional".
O "direito internacional" é como a "constituição inglesa" - parte não está escrita e é uma coleção de precedentes, tradições, etc., e a parte que está escrita não está toda escrita no mesmo sítio, mas sim dispersa por vários documentos, actos, tratados, protocolos, etc.
Creio que o que está em dúvida na questão da Crimeia é mesmo a sua secessão da Ucrânia (penso que ninguém contesta que dois estados soberanos se podem integrar se assim o decidirem; a integração da Crimeia na Rússia só é contestada porque a independência da Crimeia é contestada); ora, não me parece que seja liquido que vá contra o "direito internacional" que um território proclame a sua independência, ainda mais na sequência de um referendo. Desde pelo menos o século XIX (ou talvez sobretudo desde o fim da I Guerra Mundial e os 14 pontos de Wilson) que me parece haver duas tendências potencialmente contraditórias no pensamento (e na retórica) dominante: por um lado, há o principio da soberania dos estados; por outra, há o principio do direito dos povos à auto-determinação (esses dois principios contraditórios são frequentemente englobados na designação "soberania nacional", o que ainda aumenta a confusão).
Muita gente (exemplo) tem escrito que o "precedente do Kosovo" abriu as portas ao referendo da Crimeia e impediu o Ocidente de ter uma posição coerente na questão. O que eu venho disputar é que exista verdadeiramente um "precedente do Kosovo", isto é, que haja alguma diferença significativa entre a independência do Kosovo e muitas outras independências que houve por aí. Também podemos ter:
Publicada por Miguel Madeira em 15:18 0 comentários
Etiquetas: Secessão
Monday, March 24, 2014
Economia Comportamental (II)
Ideology and behavioural economics, por Chris Dillow:
Tim Harford's brilliant essay on behavioural economics highlights an ideological bias in the way the subject is used.What I mean is that he presents it as "a hot idea for policy makers". This underplays two things.One is that politicians themselves might be as prone to cognitive biases as the public. Indeed, it's possible that they are selected for such biases - because the overconfident are disproportionately likely to enter politics and because irrational consumers are likely to make irrational voters. The image promoted by behavioural economics (or its users) - of rational policy-makers operating upon irrational subjects - is therefore questionable.The other is that there's an alternative use of behavioural economics. It could serve an educational function - of telling consumers what errors people commonly make, and of warning them against them. A lot of my day job is just this.In this latter context, the complaint some make against behavioural economics - that it is a "patchwork of sometimes-fragile psychological results" rather than general laws of behaviour - loses its force. If you're a policy-maker with a "predict and control" mentality you might want general laws. But if you just want to help others improve their decision-making, the knowledge that some/many people make a particular error in a particular context is useful enough.
Publicada por Miguel Madeira em 14:25 0 comentários
Economia Comportamental (I)
A grand unified theory of behavioral economics?, por Noah Smith:
Suppose that there are a whole ton of different behavioral biases, and that these vary across time, across people, and across situations so much that even with a billion lab experiments we couldn't find them all. Only once in a while will the forces be aligned to make one behavioral bias dominate; most of the time, the net effect of all the biases will be unpredictable by the outside observer. When you have an unpredictable mishmash like that, you have to model it as a stochastic process. In other words, if it's too complicated to explain deterministically, then you treat it as randomness.
So what if psychology usually just ends up injecting randomness into our decisions? What would that theory look like? I think it would look like a Random Utility Model. (...)
A Random Utility model treats human decision-making as if it has two components - a predictable, deterministic component, and a random component. But if there are a huge jumble of behavioral effects going on, it seems to me that outside of the lab, that's usually just going to be observationally equivalent to randomness in the objective function. Which is exactly a Random Utility model.
So what if Random Utility models are the grand unified theory of behavioral economics? What if the upshot of all of these psychological effects is simply that the random component of utility is partially irreducible - that there must be a random component of utility in almost any theory if that theory is going to have a chance of predicting human behavior accurately? Maybe sometimes the randomness is so negligible that people act like homo economicus, and sometimes the random part dominated so much that their decisions are completely unpredictable with science?
Publicada por Miguel Madeira em 09:21 0 comentários
Sunday, March 23, 2014
Um referendo que passou despercebido
A 2 de fevereiro, a Gagauzia (uma região autónoma da Moldova) também fez um referendo (com, creio, 3 perguntas):
An overwhelming majority of voters in a referendum held in the autonomous Moldovan region of Gagauzia have voted for integration with a Russia-led customs union.Pelo que li, a referência, na terceira pergunta, à Moldova perder a sua independência é, basicamente, código para "caso a Moldova adira à UE" (ou seja, por essa interpretação, os gagauzes terão votado no sentido de proclamar a independência se a Moldova entrar na UE).
The chairwoman of Gagauzia's election commission, Valentina Lisnic, said on February 3 that 98.4 percent of voters chose closer relations with the CIS Customs Union.
In a separate question, 97.2 percent were against closer EU integration.
In addition, 98.9 percent of voters supported Gagauzia's right to declare independence should Moldova lose or surrender its own independence. (...)
The central government had tried to stop the referendum, which it sees as a challenge to the country's territorial integrity.
Last month, Moldova's prosecutor-general launched an investigation into Gagauzia's plan to hold the referendum, saying the vote had been rejected earlier by a court in Gagauzia as unconstitutional.
Moldovan Prime Minister Iurie Leanca also told RFE/RL's Moldovan Service on February 3 that the referendum had no legal legitimacy.
[Radio Free Europe]
Os gagauzes são um povo de língua turca e religião ortodoxa (e com muitas teorias sobre a sua origem...), que desde 1990 têm tido uma relação algo conflituosa com o governo da Moldova (embora, ao contrário dos russos e ucranianos da Transdniestria, nunca tenham chegado a proclamar um estado independente).
Mais um possível paralelo com a Crimeia - tal como na Crimeia a população tártara (antigamente maioritária) foi deportada do território por ordem de Estaline após a II Guerra Mundial, o que é hoje a Gagauzia era habitada por nogais (tal como os tártaros, um povo de língua turca e religião muçulmana), que foram expulsos no principio do século XIX, quando a região passou para a Rússia, tendo os gagauzes instalado-se lá depois disso.
Publicada por Miguel Madeira em 20:34 0 comentários
Tuesday, March 18, 2014
O segredo da recuperação irlandesa?
Morgan Kelly warns our real economic crisis will begin if ECB credit stops (The Irish Times, via The Irish Economy):
First the boom, now the boomlet. Ireland really is growing again, with employment – the only reliable measure of activity in an economy like ours – up over 3 per cent in the past year. At the same time, the interest rate on Irish government debt has fallen sharply and house prices, in a few places anyway, have started to recover.
Not only do we seem to be recovering modestly, but the economic collapse after the bubble, although pretty horrifying, was a lot smaller than expected. The gigantic building industry imploded but, beyond that, there was surprisingly little contraction in other sectors.
This is all very puzzling. Conventional economic wisdom suggests it takes you about a decade to recover from a big credit bubble like ours. If you are lucky. And if you are like Japan you can still be floundering 25 years on. But here we are, hardly three years on from being cut from the wreckage of the Celtic tiger and requiring huge transfusions of European money, in something less than rude good health admittedly, but unquestionably back from the dead.
The source of Ireland’s seemingly miraculous resurrection lies in two magical syllables. No, not “En-da” but “Dra-ghi”.
Faced with the very real prospect that the euro would collapse under the weight of insolvent banks and governments in the European periphery, ECB president Mario Draghi undertook to do “whatever it takes” to save the euro. In practice, this has involved a policy of low interest rates, and unlimited credit lines for governments and banks.
Since Ireland popped down the green pipe into the world of Super Mario we have found ourselves effortlessly jumping over our crushing national debt, insolvent banks, a massively indebted private sector, and all the other obstacles to recovery.
It is not because anyone believes the Government when it says that our national debt of 125 per cent of GDP is sustainable and that Ireland can now borrow at low rates, but because the market knows that Draghi has underwritten the value of our debt.
In normal circumstances, no sane person would keep their money in banks haemorrhaging capital as fast as Ireland’s through mounting bad loans. But in a world where banks can effectively borrow unlimited amounts at near zero interest rates from the ECB, notions like capital adequacy become anachronistic.
It is not only the Irish Government and banks that have Draghi to thank for hauling their chestnuts out of the fire, but the private sector as well. For households and firms struggling under the huge loans they took on back when we all thought we were rich, low interest rates and banks that can hardly be bothered to chase down bad loans have made the post-bubble hangover a lot less agonising than might have been feared.
Nowhere is Draghi’s wizardry plainer than in our exit from the bailout. The sale in December of €500 million of government bonds at rates slightly above German ones was trumpeted here as national resurrection and in Berlin as vindication of the view that European peripherals can only recover when they start to admit the error of their spendthrift ways. However, behind the narratives of redemption and a triumphant return to the markets, with international financiers vying to lend to a newly creditworthy Ireland, the dismal reality is that these bonds were bought entirely by the State-controlled (or effectively controlled) banks AIB and Bank of Ireland with money slipped into their pockets by the ECB.
Publicada por Miguel Madeira em 20:16 0 comentários
"Capital Social" (IV)
Nestas pesquisas, reparei que o país da UE com menor "capital social" é a Roménia.
A Roménia é, se não estou em erro, o país mais pobre da UE, o que poderia ir de acordo com a teoria que o "capital social" é um dos principais determinantes do desenvolvimento. O problema é que a pobreza da Roménia não tem mistério nenhum - é o resultado de terem sido durante décadas governados por um semi-louco (que até insistiu em pagar a dívida externa...) que, mesmo pelos padrões da Europa de Leste, foi um péssimo governante.
E, de uma forma geral, os países de Leste são mais pobres e têm menos "capital social" do que os da Europa Ocidental; mas, de novo, a probreza da Europa de Leste podem ser facilmente explicadas pelas décadas de economia estatizada (que, por sua vez, no caso dos membros da UE, foram simplesmente o resultado da geografia).
Poderemos concluir que esses países têm um grande azar - não só tiveram más políticas, como ainda por cima têm pouco "capital social", tudo a contribuir para o atraso económico (e o que teve piores políticas teve o azar supremo de ser também o com menos "capital social").
Ou poderemos concluir que é uma coincidência muito grande, e que na verdade a associação entre "capital social" e desenvolvimento não é necessariamente no sentido do "capital social" levar ao desenvolvimento, podendo também ser no sentido do desenvolvimento criar "capital social", ou de haver uma causa comum para o "capital social" e para o desenvolvimento (aí sim, já é possível explicar que a relação entre atraso e baixo "capital social" se manifeste mesmo nos países em que o atraso é facilmente explicável por causas políticas).
Se calhar daqui a uns vinte anos vai haver estudos indicado que os distritos do norte da Coreia têm menos "capital social" do que os mais a sul...
Publicada por Miguel Madeira em 12:15 0 comentários
"Capital Social" (III)
Tal como havia dito aqui, fui fazer uma comparação entre o grau de "capital social" dos países (medido pelo Legatum Prosperity Index), e os traços psicológicos da população desse país (de acordo com a teoria dos "big five" - Extroversão, Amabilidade, Escrupulosidade, Neuroticismo e Abertura), medidos pelo estudo The Geographic Distribution of Big Five Personality Traits - Patterns and Profiles of Human Self-Description Across 56 Nations (versão aberta em PDF).
Atenção que os dados desse estudo são discutíveis - em muitos países, a amostragem foi feita com estudantes universitários (que podem não ser representativos do conjunto da população) e, ao basear-se na auto-classificação dos inquiridos, pode transmitir resultados errados; p.ex., os países da Ásia Oriental (que até têm fama de serem bastante organizados, meticulosos, etc.) apresentam indices de "escrupulosidade" ("conscientiousness") muito baixos; isso representará a realidade ou, pelo contrário, significará que os inquiridos desses países têm niveis de exigência perante si mesmos muito elevados (o que os leva a verem-se a si mesmos como desorganizados, irresponsáveis e preguiçosos)? Também me custa a acreditar que os brasileiros sejam dos povos mais introvertidos do estudo.
De qualquer forma, fiz uma regressão linear comparando o "capital social" (agora medido pelos "scores", que são tanto maiores quanto maior o "capital social"), e as concusões são:
ß | t | ||
O | -0,067 | 0,094 | -0,714 |
N | 0,020 | 0,137 | 0,145 |
C | -0,030 | 0,105 | -0,284 |
A | -0,103 | 0,109 | -0,942 |
E | 0,261 | 0,175 | 1,490 |
const | -4,014 | 15,041 | -0,267 |
R2 | 0,092 | ||
F | 0,997 | df | 49 |
Ou seja, não há conclusão nenhuma - o R2 é infimo (0,09) e nenhum dos coeficientes é significativo (o mais significativo parece ser uma associação positiva entre extroversão e "capital social", o que vai exatamente contra a minha teoria original).
Publicada por Miguel Madeira em 11:51 0 comentários
Monday, March 17, 2014
??? - Inflação na zona euro
Este é dos artigos mais confusos que li ultimamente:
"Portugal foi um dos países com taxas negativas."
"Em Fevereiro, a inflação homóloga caiu 0,1% em Portugal e na Eslováquia, 0,2% na Croácia, 0,9% na Grécia, 1,3% no Chipre e 2,1% na Bulgária. As taxas mais elevadas registaram-se em Malta e na Finlândia, ambas de 1,6%, e Áustria, de 1,5%."
"Os números do Eurostat apontam para uma nova queda nos preços em Portugal, que em Janeiro registou uma taxa de inflação de 0,1%, depois dos 0,2% de Dezembro do ano passado. Esta evolução reforça o risco de que Portugal possa vir a cair numa situação de deflação, em que são adiadas as decisões de consumo e investimento e a economia entra num longo período de estagnação ou recessão."
"Os dados divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) representam um regresso da taxa de inflação para valores negativos, algo que já tinha acontecido em Outubro e Novembro do ano passado."
Afinal, a taxa é negativa, desceu 0,1% (o que pode significar algo como baixar de 0,5% para 0,4995%, mas coloquialmente também pode querer dizer algo como baixar de 0,5% para 0,4%) ou é de 0,1%?
E, na Bulgária a inflação desceu 2,1% ou é de 2,1% (tal como está escrito, parace que desceu 2,1%, mas atendendo ao caso português, podem querer dizer que é de 2,1%)? Se a inflação na Bulgária tiver sido de 2,1%, como é que as "taxas mais elevadas registaram-se em Malta e na Finlândia, ambas de 1,6%, e Áustria, de 1,5%"?
Publicada por Miguel Madeira em 13:46 1 comentários
Friday, March 14, 2014
Economia irlandesa em queda? Ou em alta?
Estatísticas irlandesas para 2013:
Preliminary estimates indicate that GDP in volume terms decreased by 0.3 per cent for the year 2013. For the second successive year, GNP showed an increase over the previous year, at a rate of 3.4 per cent in 2013 over 2012.
On a seasonally adjusted basis, constant price GDP for the fourth quarter of 2013 declined by 2.3 per cent compared with the previous quarter while GNP increased by 0.2 per cent over the same period.
A diferença entre o Produto Interno Bruto (Gross Domestic Product) e o Produto Nacional Bruto (Gross National Product): o primeiro é o valor dos bens e serviços produzidos, menos o valor das matérias-primas consumidas; o PNB é o PIB menos os rendimentos de não-residentes mais os rendimentos que os residentes tenham auferido noutros países. No caso irlandês, há uma grande diferença entre os dois (o PIB é maior que o PNB) porque grande parte da economia depende de empresas norte-americanas (penso que sobretudo farmacêuticas e informáticas), cujos lucros entram para o PIB mas não para o PNB.
A respeito disso, no Irish Economy, Kevin O'Rourke comenta: "I guess that a marketing problem the government faces is that if it plays up the GNP numbers too much as being clearly superior, which I suppose we still believe they are (?), someone out there may start dividing our debt by GNP".
Entretanto, a Irlanda (tal como Portugal) parece ter entrado em deflação, o que relativiza um pouco isso dos "juros cada vez mais baixos".
Publicada por Miguel Madeira em 16:57 0 comentários
Wednesday, March 12, 2014
"Capital Social" (II)
A respeito disto, andei à procura de algum estudo medindo o "capital social" de vários países para ver se haveria algo mais sólido (ou, inversamente, algo que refutasse) esta minha intuição.
Usando o google é mais fácil achar artigos discutindo a maneira medindo o "capital social" do que artigos efectivamente medindo-o (e desses, alguns, como esta[pdf], parecem-me simplesmente medidas de "coisas boas que há num país"). Isso pode levantar a suspeita que se trata de um conceito vago destinado a, nos modelos de desenvolvimento económico, explicar o que as variáveis medíveis não conseguem explicar...
No entanto, o Legatum Prosperity Index tem uma medida de "capital social" por país que parece (pelos tópicos que abrange) fazer algum sentido (o site do LPI não parece funcionar por links especificos para as várias secções, logo não posso linkar para as páginas deles sobre o "capital social" - é preciso ir mesmo clicando).
Se calhar ainda vou comparar esse índice com isto [pdf], mas para já vou só pegar nos países membros da UE, ordenados por "capital social" (números mais baixos indicam maior "capital social"):
Denmark | 3 |
Netherlands | 5 |
Finland | 7 |
Sweden | 10 |
Ireland | 11 |
United Kingdom | 12 |
Austria | 14 |
Germany | 15 |
Luxembourg | 17 |
Malta | 20 |
Belgium | 21 |
Spain | 27 |
Italy | 29 |
Poland | 31 |
Slovenia | 37 |
Estonia | 40 |
France | 42 |
Portugal | 43 |
Czech Republic | 46 |
Slovakia | 47 |
Lithuania | 54 |
Hungary | 71 |
Cyprus | 86 |
Bulgaria | 87 |
Latvia | 93 |
Greece | 107 |
Romania | 114 |
Se não fossem os países do Leste, corresponderia largamente com a minha teoria original (a Irlanda, como um dos países com mais "capital social", e a Espanha, com mais "capital social" que Portugal ou a França, não corresponderiam ao esperado, mas penso que essas excepções estariam na margem de erro aceitável em ciências sociais)
Publicada por Miguel Madeira em 23:03 0 comentários
"Capital Social"
Há uma teoria segundo a qual o desenvolvimento (ou não) das sociedades depende bastante do seu "capital social", isto é, da tendência para as pessoas confiarem umas nas outras e estarem dispostas a associarem-se para empreendimentos colectivos.
Essa teoria é algo discutível, mas não é esse ponto que quero abordar nesse post.
É antes uma ideia que me ocorreu, de que talvez se possa deduzir o grau de "capital social" de uma sociedade a partir dos estereótipos culturais sobre essa sociedade.
Concretamente:
a) Se numa sociedade as pessoas têm fama de serem frias, fechadas, distantes e reservadas, muito provavelmente será uma sociedade com alto "capital social", com muita participação cívica e muitas associações voluntárias
b) Pelo contrário, se as pessoas têm fama de serem alegres, simpáticas, sociáveis e comunicativas, muito provavelmente será uma sociedade com baixo "capital social", em que as pessoas têm uma grande dificuldade em se associar para fazer seja o que fôr.
Publicada por Miguel Madeira em 14:27 2 comentários
Tuesday, March 11, 2014
Mudança na lei eleitoral alemã (para o PE)
O Tribunal Constitucional alemão considerou inconstitucional a clausula-barreira de 3% nas eleições para o Parlamento Europeu (ou seja, na Alemanha só partidos com mais de 3% dos votos elegiam deputados ao PE).
Pode parecer um assunto insignificante, mas talvez não seja - na Alemanha os eurodeputados são eleitos num círculo nacional de 99 representantes, logo sem uma clausula limite é muito fácil meter deputados.
Eu não sei bem como é que na Alemanha são distribuidos os mandatos, mas parece que são pelo método de St. Lague.
Assim, vamos comparar a distribuição dos mandatos que houve em 2009 com o que haveria sem a clausula-barreira:
Partido | % | Elegeu | Elegeria | dif | |
CDU | 30,7 | 34 | 32 | -2 | |
SPD | 20,8 | 23 | 21 | -2 | |
GRÜNE | 12,1 | 14 | 12 | -2 | |
FDP | 11 | 12 | 11 | -1 | |
DIE LINKE | 7,5 | 8 | 8 | 0 | |
CSU | 7,2 | 8 | 7 | -1 | |
FW FREIE WÄHLER | ???? | 1,7 | 2 | 2 | |
REP | extrema-direita | 1,3 | 1 | 1 | |
Die Tierschutzpartei | direitos dos animais | 1,1 | 1 | 1 | |
FAMILIE | conservador | 1 | 1 | 1 | |
PIRATEN | 0,9 | 1 | 1 | ||
RENTNER | pensionistas | 0,8 | 1 | 1 | |
ödp | ecologista de direita | 0,5 | 1 | 1 |
[Suspeito que esta tabela na wikipedia alemã tenha por objectivo representar o mesmo que eu estive a tentar calcular aqui; pelo menos os números acho que são iguais]
Publicada por Miguel Madeira em 17:06 0 comentários
Despesas do Estado crescem com horário das 40 horas?
É o que diz esta notícial do Económico (que já está cheia de comentários do estilo "que bando de burros é este governo").
Eu não consigo comentar, mas penso que notícia não diz verdadeiramente o que parece que diz (usando termos tão técnicos que a mior parte dos leitores pode não perceber).
Esse aumento da despesa não se refere a um aumento da despesa em dinheiro, refere-se a um truque estatístico: o INE, ao avaliar a evolução da despesa pública, pega na evolução nominal da despesa e divide pela evolução dos preços que o estado paga; como o aumento do horário conta como uma redução do salário/hora, o INE considera que a despesa real do Estado aumento - a despesa nominal com salários manteve-se na mesma, o salário/hora diminuiu, logo a despesa "real" (despesa nominal a dividir por salário/hora) aumentou. Mas é um simples efeito estatístico, não quer dizer que a despesa tenha verdadeiramente aumentado.
Publicada por Miguel Madeira em 14:10 0 comentários
Direito de secessão
Sovereignty vs. Self-Rule: Crimea Reignites Battle (New York Times):
They wanted to break away from a country they considered hostile. The central government cried foul, calling it a violation of international law. But with the help of a powerful foreign military, they succeeded in severing ties.
The Kosovars’ secession from Serbia in 1999 drove a deep wedge between the United States and Russia that soured relations for years. Washington supported Kosovo’s bid for independence, culminating in 2008, while Moscow saw it as an infringement of Serbia’s sovereignty.
Now 15 years later, the former Cold War rivals again find themselves at odds, but this time they have effectively switched sides: Russia loudly proclaims Crimea’s right to break off from Ukraine while the United States calls it illegitimate. The showdown in Ukraine has revived a centuries-old debate over the right of self-determination versus the territorial integrity of nation-states. (...)
Consider the different American views of recent bids for independence.
Chechnya? No.
East Timor? Yes.
Abkhazia? No.
South Sudan? Yes.
Palestine? It’s complicated.
It is an acutely delicate subject in the West, where Britain wants to keep Scotland and Spain wants to keep Catalonia. The United States, after all, was born in revolution, breaking away from London without consent of the national government — something that the Obama administration insists Crimea must have. The young American union later fought a civil war to keep the South from breaking away. Even today, there is occasional fringe talk of secession in Texas.
“No state has been consistent in its application of this,” said Samuel Charap, a Russia specialist at the International Institute for Strategic Studies.
Publicada por Miguel Madeira em 13:57 0 comentários
Etiquetas: Secessão
Sunday, March 09, 2014
A discussão sobre a fome na Ucrânia
Um artigo que Alexander Solzhenitsyn escreveu em 2008 (versão aberta), sobre a grande fome ucraniana de 1932-33, onde o ex-dissidente recusa que se tenha tratado de um genocídio étnico dirigido aos ucranianos:
FROM AS far back as 1917, we Soviet citizens had to hear and obediently swallow all sorts of shameless, not to say meaningless, lies. That the All-Russian Constituent Assembly was not an attempt at democracy but a counterrevolutionary scheme (and was therefore disbanded). Or that the October coup (this was Trotsky's brilliant maneuver) was not even an uprising, but self-defense from the aggressive Provisional Government (composed of the most intelligent Cadets).
But people in Western countries never became aware of these monstrous distortions of historical events - neither at the time nor later. So they had no chance to immunize themselves to the sheer impudence and scale of these lies.
The Great Famine of 1921 shook our country, from the Urals, across the Volga, and deep into European Russia. It cut down millions of our people. But the word "Holodomor" (death by hunger) was not used at that time. The Communist leadership deemed it sufficient to blame the famine on a natural drought, while failing to mention at all the grain requisitioning that cruelly robbed the peasantry.
In 1932 and 1933, when a similar Great Famine hit Ukraine and the Kuban region, the Communist Party bosses (including quite a few Ukrainians) treated it with the same silence and concealment. And it did not occur to anyone to suggest to the zealous activists of the Communist Party and Young Communist League that what was happening was the planned annihilation of the Ukrainians. The provocative outcry about "genocide" only began to be take shape decades later - at first quietly, inside spiteful, anti-Russian, chauvinistic minds - and now it has spun off into the government circles of modern-day Ukraine. Russia's parliament was correct this week to vote that the famine should not be considered genocide.
Still, defamation is easy to insinuate into Westerners' minds. They have never understood our history: You can sell them any old fairy tale, even one as mindless as this.
Alguns pontos:
- Solzhenitsyn era um ultra-nacionalista russo, logo as suas opiniões devem ter algum desconto
- Creio que ele não tinha nenhuma formação especifica como historiador e suponho que não tenha feito nenhuma investigação especial sobre a fome na Ucrânia
- Eu, Miguel Madeira, ainda menos percebo do assunto (e não faço ideia se a fome ucraniana foi um genocidio ou não)
No entanto, decidi postar este texto (com as ressalvas referidas), até para fazer o contraponto com montes de artigos, posts e comentários que surgem pela net a falar do genocídio ucraniano.
Um ponto acerca do genocídio - "genocidio" significa, mais ou menos, "matar pessoas devido à sua origem étnica", embora na linguagem comum seja frequentemente usado simplesmente com o sentido de "matar muita gente". Palpita-me que esse duplo significado inquina muita da discussão sobre se o Holodomor/Grande Fome da Ucrânia foi um genocidio. Nomeadamente a tese "o Holodomor foi um genocídio" está associada à ideia de que essa fome teve um objectivo deliberado de matar ucranianos, por contraponto à tese que houve uma politica de matar à fome as populações camponesas que se opunham à colectivização, fossem ucranianos, russos, kazaks ou de qualquer etnia. No entanto suspeito que, nos muitos parlamentos a nível mundial que votaram resoluções reconhecendo o Holodomor como um genocídio, algumas (muitas?) pessoas terão votado convencidas que estavam simplesmente a votar uma moção reconhecendo que o Holodomor provocou milhões de mortes (quando a questão não é essa, mas sim o motivo pelo qual essas pessoas foram mortas).
Mais uma nota sobre essa polémica no Ocidente - dá-me a impressão que a esquerda não costuma ligar muito a essa discussão (de vez em quando lá aparece um comunista a dizer que não morreu ninguém e foi tudo propaganda nazi); já na direita tem-se afirmado cada vez mais uma adesão à tese que o Holodomor foi um genocídio (aliás, a própria expressão "Holodomor" está associada a essa escola). O paradoxo aqui é que a tese contrária até é, na sua essência, muito mais anti-comunista: afinal, a teoria "extermínio dos camponeses que se opunham à colectivização" (seja na versão de extermínio deliberado - tirar-lhes as colheitas para morrerem à fome - ou na versão mais soft de extermínio por negligência - tirar-lhes as colheitas e se morrerem de fome, azar...) associa especificamente a fome à aplicação da ideologia comunista; pelo contrário a teoria "genocídio contra os ucranianos" associa a fome a uma perseguição étnica que poderia ocorrer em qualquer regime político (ou, pelo menos, em qualquer regime não-liberal).
Publicada por Miguel Madeira em 19:33 0 comentários
Tuesday, March 04, 2014
Os Beatles em 2014
Há pouco, num telejornal, falava-se que uma das celebrações do Carnaval no Rio de Janeiro tinha sido com música dos Beatles.
Vamos fazer uma contas - os Beatles começaram a ser famosos internacionalmente em 1963-64; há 50 anos, portanto. Será que em 1964 haveria quem andasse a fazer festas com música de algum cantor famoso de 1914? Mesmo o jazz, que penso que tinha alguma fama na época, é um género musical divulgado sobretudo a partir dos anos 20, creio eu.
[Possíveis candidatos, não a nível de interpretes mas de compositores - Irving Berlin, que fez a banda sonora de peças e filmes que tinham alguma popularidade até recentemente; e Stravinsky, que ficou famoso em 1913 mas ainda estava em atividade nos anos 60; mas desconfio que é capaz de ser uma analogia um bocado forçada]
Publicada por Miguel Madeira em 23:00 0 comentários
Monday, March 03, 2014
Afagados pelo governo?
N'O Insurgente, Daniela Silva, a respeito da quebra da natalidade, refere que "os governos afagam a condição daqueles que adiam descontraidamente as suas obrigações".
Se ela se refere às pessoas que não têm filhos, não vejo muito bem onde é que elas são "afagadas" pelos governos - vamos lá ver: as pessoas com filhos têm direito a escola gratuita; abonos de família; deduções no IRS; licenças de maternidade/paternidade; bonificações no RSI; etc., etc. Que beneficio do Estado têm as sem filhos? Talvez as pensões de reforma, que os dispensa de ter filhos para os sustentar na velhice, mas mesmo aí duvido (mesmo sem pensões de reforma, as pessoas sem filhos poderiam simplesmente poupar enquanto trabalham para depois viveram dessas poupanças sem se reformarem, sem precisarem de arranjar filhos para isso). Até é muito provável que as pessoas sem filhos paguem mais impostos, já que até é possível que ganhem mais (confesso que no caso dos homens não sei, mas há estudos que indicam que as mulheres solteiras sem filhos ganham mais do que as outras, e que a famosa "diferença salarial" entre homens e mulheres praticamente desaparece quando a comparação é só feita com as mulheres solteiras sem filhos).
Atenção que eu não me estou a queixar - o principio de todos os membros da comunidade (tenham ou não filhos) ajudarem, de uma forma ou de outra, a criar os filhotes nascidos nessa comunidade é relativamente comum entre os mamíferos sociais (nos bandos de lobos, mabecos ou suricatas até é normal só um casal se reproduzir mas todos os membros do bando ajudarem na alimentação e defesa das crias). Só me estou a "queixar" (assumindo que estou a perceber bem o que Daniela Silva quer dizer) de as pessoas sem filhos estarem a ser apresentados como beneficiados quando são, em larga medida, o sustentáculo dos benefícios que as com filhos auferem.
Publicada por Miguel Madeira em 23:24 0 comentários
Sunday, March 02, 2014
Pãnico moral
No blog da Reason, Jesse Walker fala de um caso de um estudante norte-americano fã de "Masmorras e Dragões" (um jogo que creio largamente desconhecido em Portugal, mas que nos EUA tem muito uma conotação de um jogo para "cromos") que desapareceu em 1979 e a comunicação social propagou a ideia que tinha sido culpa do jogo (que ele teria deixado de distingur a fantasia da realidade e teria ido para o sistema de esgotos); depois ele reapareceu e chegou-se à conclusão que não tinha sido nada a ver com jogos.
Isso faz-me lembrar as especulações sobre as mortes da Praia do Meco e a praxe acadêmica.
Nota: eu acho a praxe uma parvoíce e até suspeito que o caso do Meco possa ter tido algo a ver com praxes (mas também pode ter sido simplesmente o resultado da tendências das pessoas entre os 12 e os 25 anos para fazer disparates); mas as provas concretas que têm dido divulgadas até agora parecem-me muito poucas para se poder fazer uma associação entre o acidente e a praxe ao nível que tem sido feito na comunicação social
Publicada por Miguel Madeira em 17:11 0 comentários