Muito se tem criticado os "vistos gold" por estarem a ser dados sobretudo ao investimento em imobiliário em vez de ao investimento a sério (aqui o que me parece ser um exemplo - ver o ponto 1).
Ironicamente, essa criticas vem sobretudo de sectores (nomeadamente da área do PS ou do BE) que seguem uma perspetiva keynesiana, segunda a qual o problema da economia portuguesa é do lado da procura (mais exatamente, procura externa e interna reduzida) e não da oferta (reduzida capacidade produtiva).
A mim parece-me que, para quem acha que a solução para a crise é aumentar a procura, não há grandes razões para achar melhor um investimento numa fábrica do que um investimento (de igual valor) numa casa.
Claro que se pode sempre argumentar que, entre um investimento que aumenta a procura e a oferta (fábrica) e um que apenas aumenta a procura (casa), o primeiro será sempre melhor, mas quanto mais se achar que o problema fundamental da economia é de procura, menos se achará essa "vantagem" significativa (se a lógica não for uma batata).
Diga-se que esse género de inconsistência lógica parece-me frequente no keynesianismo português - afinal, é também desses lados que se costuma ouvir as queixas de que os bancos não estão a fazer o dinheiro chegar à economia real, e por causa disso haverá muitos projetos de investimento que não vão para a frente, por falta de finaciamento (cenário pouco consistente com uma crise económica motivada por baixa procura, em que me parece que o normal será haver um excedente de capital disponível para ser emprestado, e quase ninguém a querer pedir empréstimos, já que, devido à baixa procura, haverá poucos projetos de investimentos rentáveis).
Friday, November 21, 2014
Os vistos gold
Publicada por Miguel Madeira em 13:58
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