Eu acho que, há cerca de um ano, fiz esta aposta com o Ricardo Campelo Magalhães d'O Insurgente:
Tema da aposta – que, caso Trump seja o candidato republicano em 2020, vai perder o voto popular
O que é apostado – um almoço num restaurante no Norte Litoral (distritos de Coimbra, Aveiro, Porto, Braga e Viana do Castelo)
Casos especiais:
– Para isto, contam todos os votos em Trump e no candidato apoiado pelo Partido Democrático, incluindo votos em eventuais terceiros partidos que também os apresentem como candidatos (pelo menos em Nova Iorque isso vai acontecer – acontece sempre)
– Caso Trump concorra sem o apoio oficial do Partido Republicano, se ficar à frente no voto popular, Ricardo Campelo Magalhães ganha a aposta; se não ficar à frente, considera-se um empate
– Caso o Partido Democrático ou o Partido Republicano não apresentem um candidato oficial, é um empate
– Se Trump não ficar à frente no voto popular, mas um terceiro candidato à sua direita tiver mais de 10% do votos expressos, considera-se um empate
– Se Trump ficar à frente no voto popular, mas um terceiro candidato à esquerda do Partido Democrático tiver mais de 10% dos votos expressos, considera-se um empate
– Para efeito dos dois pontos anteriores, pode-se combinar previamente, nos quinze dias anteriores à eleição, que terceiros candidatos contam como “à direita de Trump” ou “à esquerda do Partido Democrático”.
– Em caso de eleições cujo resultado seja disputado (e essa disputa afete o resultado final em termos de voto popular) considera-se como válido o resultado oficial, com três exceções:
a) Caso o atual Supremo Tribunal altere, a favor dos Democratas, um resultado, conta o resultado anunciado na noite eleitoral
b) Caso um Supremo Tribunal com uma composição diferente do atual altera, a favor dos Republicanos, um resultado, conta o resultado anunciado na noite eleitoral
c) Caso o resultado de uma votação seja anulado por um órgão que não um tribunal, conta o resultado anunciado na noite eleitoral
Os pontos a) e b) devem ser interpretados no sentido de “altere face aos resultados iniciais” (isto é, se um tribunal em primeira instância alterar os resultados iniciais e no recurso o supremo tribunal confirmar a alteração, como como o Supremo ter alterado o resultado).
Alguns cenários parecem alucinados (nomeadamente aquela alínea c), mas eu atribuo uma probabilidade não-nula a uma crise institucional nos EUA, e aí quase tudo é possível.
Não ficou muito claro da conversa se, em caso de eu ganhar a aposta, o custo da minha deslocação estaria incluído...
Note-se que o que está a ser apostado é o voto popular, não a eleição (eu estou convencido que Trump vai ser reeleito, mesmo que perca o voto popular).
Poderá se perguntar o que é que o voto popular interessa - mas o que deu origem à eventual aposta foi uma discussão sobre se o alegado radicalismo dos Democratas iria afugentar as pessoas, e para verificar se isso aconteceu ou não o que interessa mais é o voto popular, não detalhes complexos sobre como as regras de eleição do Colégio Eleitoral podem afetar o resultado final (os Republicanos estão em vantagem no CE porque quase todos os estados atribuem todos os seus votos ao vencedor, mesmo que ele ganha por 50,01% contra 49,99%, e como tende a haver mais votantes Democratas nos estados Republicanos do que o oposto, os Democratas desperdiçam mais votos).
Note-se que a conversa não teve seguimento, logo nem sei se chegou a a haver mesmo aposta.
Tuesday, February 04, 2020
Uma aposta que penso que fiz sobre as eleições norte-americanas
Publicada por Miguel Madeira em 02:48
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