Saturday, May 23, 2020

Em defesa da "esquerda caviar"

Wednesday, May 20, 2020

Michael Gove e a "radicalização"

De acordo com a estratégia anti-terrorista implementada, entre outros, pelo atual ministro das justiça britânico (penso que quando era ministro da educação), Michael Gove, alguém que compre ou vá ler à internet alguns livros que Gove tem na estante corre o risco de ficar sobre vigilância por suspeitas de "radicalização".

What's on Michael Gove's bookshelf? (And why it matters), no Libcom:

There is also a double-standard at play here. Gove, in line with his alarmist Islamophobic views, has been one of the most enthusiastic supporters of the Prevent strategy. Prevent is a counter-terrorism measure which has primary and secondary schools, colleges, and workplaces monitor their staff and students for signs of extremism, and report them to the authorities if they’re ‘at risk’ of being radicalised. You don’t have to be an ISIS-sympathiser to be referred to Prevent, you just have to look like one to an Islamophobic teacher. Prevent has increasingly targeted left wing and far-right activists in recent years too, although Muslims are still more likely to be referred than non-Muslims.

An anti-fascist researcher says: “Gove clearly thinks he should be exempt from the shitty draconian rules he’s helped concoct. I’m very aware that the work I do researching fascists could lead to police raids and court appearances because I have to read the kind of source material Gove is clearly happy to buy".

Friday, May 15, 2020

O Mediterrâneo, terra do trabalho por conta própria?

Nicholas Nassim Taleb:


Em parte a esse respeito (não sei se Portugal conta como Mediterrâneo), relembro o meu post Semiótica do Tacho:
acho bizarro esta conversa recorrente de "os portugueses só pensam - ou pensavam - em ser trabalhadores por conta de outrém, de preferência no Estado", quando Portugal é dos países do mundo desenvolvido com mais altas taxas de trabalho por conta própria.

Monday, May 11, 2020

"Apoio mútuo" e "caridade"

Comecei a ler este texto (What Mutual Aid Can Do During a Pandemic , por Jia Tolentino, na New Yorker), e uma coisa que me ocorreu (ainda antes de ter começado a ler o texto - só lendo o título) foi se "apoio mútuo" e "caridade" não são pouco mais que dois nomes para a mesma coisa - o primeiro com uma conotação positiva (do ponto de vista dos ativistas progressistas) e o segundo negativa.

Mas, lendo o texto, acaba por ser efetivamente abordado, já que apresentam o que poderá ser efetivamente uma diferença relevante:

"Charitable organizations are typically governed hierarchically, with decisions informed by donors and board members. Mutual-aid projects tend to be shaped by volunteers and the recipients of services."

[Mas não estou totalmente convencido - para começar a diferença entre "doadores" e "voluntários" parece-me muito fluida; afinal um "voluntário" é um "doador" de tempo/trabalho; já agora, a organização que em Portugal costuma ser apresentada negativamente por muito gente como o exemplo da "caridade" - o Banco Alimentar contra a Fome - é dirigida pelos voluntários, ou pelo menos por pessoas eleitas por eles]