Fazendo uma análise mais detalhada do debate, acho que na parte económica empataram: Louçã defendeu bem as posições tipicas da Esquerda e Cavaco as da Direita (o que talvez explique que tanto o "Saboteur" como o Paulo Pinto Mascarenhas tenham gostado do debate) - na reforma da Segurança Social, Louçã até marcou um ponto ao lembrar que o tal estudo já existia, mas teria sido melhor se tivesse dito, simplesmente, "as pensões devem ser pagas por impostos que incidam sobre todos os rendimentos, e não apenas sobre os do trabalho", em vez de dizer que "são uma dívida que tem que ser assumida por todos nós" (é a mesma coisa, mas percebia-se melhor).
Já na imigração e direito de nacionalidade, Louçã falou de alhos, e Cavaco respondeu-lhe bugalhos: Louçã defendeu que qualquer pessoa nascida em Portugal devia ter direito à nacionalidade portuguesa, e Cavaco respondeu a falar de não se poder dar a nacionalidade a "10 milhões de imigrantes que entrem" (estava-se a falar da aquisição da nacionalidade pelos filhos dos imigrantes, não dos imigrantes propriamante ditos).
Na questão do casamento homossexual, Louçã, de forma sucinta, defendeu a sua legalização; a resposta de Cavaco até não foi má, atendendo ao seu eleitorado natural. No entanto, essa conversa do "Há coisas mais importantes a tratar (...) e trata-se de uma questão que fractura a sociedade" não tem grande lógica: legalizar o casamento homossexual não impede que se trate dos assuntos mais importantes (redigir e votar a lei não representaria muito trabalho, logo não iria desviar trabalho significativo dos outros assuntos); e quanto a ser uma questão que "fractura a sociedade", muitas outras, desde a Segurança Social ao TGV e à OTA, o são - é exactamente por dividirem a sociedade que são "questões"!
Mas o ponto pior de Cavaco não foi mérito de Louçã, mas dos jornalistas, quando ele ficou uns dois minutos a gaguezar quando lhe perguntaram o que faria se o telefone presidencial estivesse sobre escuta (e a pergunta já tinha sido feita a Louçã, logo nem sequer foi apanhado de surpresa).
Já na imigração e direito de nacionalidade, Louçã falou de alhos, e Cavaco respondeu-lhe bugalhos: Louçã defendeu que qualquer pessoa nascida em Portugal devia ter direito à nacionalidade portuguesa, e Cavaco respondeu a falar de não se poder dar a nacionalidade a "10 milhões de imigrantes que entrem" (estava-se a falar da aquisição da nacionalidade pelos filhos dos imigrantes, não dos imigrantes propriamante ditos).
Na questão do casamento homossexual, Louçã, de forma sucinta, defendeu a sua legalização; a resposta de Cavaco até não foi má, atendendo ao seu eleitorado natural. No entanto, essa conversa do "Há coisas mais importantes a tratar (...) e trata-se de uma questão que fractura a sociedade" não tem grande lógica: legalizar o casamento homossexual não impede que se trate dos assuntos mais importantes (redigir e votar a lei não representaria muito trabalho, logo não iria desviar trabalho significativo dos outros assuntos); e quanto a ser uma questão que "fractura a sociedade", muitas outras, desde a Segurança Social ao TGV e à OTA, o são - é exactamente por dividirem a sociedade que são "questões"!
Mas o ponto pior de Cavaco não foi mérito de Louçã, mas dos jornalistas, quando ele ficou uns dois minutos a gaguezar quando lhe perguntaram o que faria se o telefone presidencial estivesse sobre escuta (e a pergunta já tinha sido feita a Louçã, logo nem sequer foi apanhado de surpresa).
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