Continuando o debate com a Causa Liberal:
Fazendo a conta ao contrário, isso significa que a produtividade aparente do trabalho (i.e., a produção total a dividir pelo trabalho total) iria aumentar, e a produtividade aparente do capital (a produção total a dividir pelo capital total) iria diminuir.
Bem, as estatísticas (de novo, segundo a 12ª edição do "Samuelson") parecem não confirmar este ponto: parece que tanto a produtividade do trabalho como a do capital têm vindo a subir com o tempo (embora mais a primeira do que a segunda). No entanto, se, já de si, as estatisticas são de duvidar, ainda mais neste campo, já que é muito dificil medir a quantidade realmente existente de capital (e, sobretudo, normalmente essas estatísticas não contam com o investimento "imaterial", como o dinheiro aplicado em Investigação&Desenvolvimento). Todavia, parece fazer sentido: é natural, que, com o tempo, se vão inventando/descoberto maneiras mais eficientes de aproveitar, tanto o trabalho como o capital.
Mas, vamos supor que o CN tem razão, que realmente a chave do progresso consiste em utilizar cada vez mais capital. Então, isso significa que o racio (produção/capital) tenderá a descer. Como (produção/capital) = (lucros/capital)/(lucros/produção), então a taxa de lucro tenderia a diminuir, a proporção dos lucros no rendimento total a aumentar, ou, provavelmente, as duas coisas simultaneamente (a tal previsão marxista).
Quanto a serem os capitalistas que financiam o desenvolvimento técnico: realmente, são os accionistas da VW que, ao receberem menos dividendos, "pagam" os ordenados dos engenheiros da VW que criam novos modelos de carros; mas, se não houvessem os tais engenheiros, os novos modelos também não seriam inventados; e, se 90% dos operários da VW fossem raptados por extra-terrestres, a produção e os lucros também cairiam e, logo, também haveria muito menos dinheiro para investir em I&D. Assim, não se pode dizer que os capitalistas são "o" grupo que faz a sociedade progredir.
Quanto à questão de as grandes empresas serem as que pagam salários melhores, produzem melhores produtos, etc., lembro que uma coisa é a empresa, outra são os seus gestores. O facto de uma empresa ser grande traz beneficios intrinsecos: pode comprar matérias-primas a preços mais baixos, obtém empréstimos em melhores condições (já que representa menos risco), tem mais dinheiro para investir em I&D, etc. Logo, o facto de uma grande empresa ter melhores resultados do que uma pequena não é necessariamente mérito dos seus gestores.
Uma analogia: imagine-se uma batalha entre o exército A, de 10.000 soldados, e o exército B, de 100. O exército A ganha. Quer isso dizer que o comandante do exército A fez um melhor trabalho que o do B?
Se as sociedades progredissem, fundamentalmente, pela acumulação de capital, isso significaria que, com o tempo, a quantidade de trabalho utilizada para produzir uma unidade produto (p.ex, um quilo de maçãs) iria baixar, e a quantidade de capital utilizada iria subir.
Fazendo a conta ao contrário, isso significa que a produtividade aparente do trabalho (i.e., a produção total a dividir pelo trabalho total) iria aumentar, e a produtividade aparente do capital (a produção total a dividir pelo capital total) iria diminuir.
Bem, as estatísticas (de novo, segundo a 12ª edição do "Samuelson") parecem não confirmar este ponto: parece que tanto a produtividade do trabalho como a do capital têm vindo a subir com o tempo (embora mais a primeira do que a segunda). No entanto, se, já de si, as estatisticas são de duvidar, ainda mais neste campo, já que é muito dificil medir a quantidade realmente existente de capital (e, sobretudo, normalmente essas estatísticas não contam com o investimento "imaterial", como o dinheiro aplicado em Investigação&Desenvolvimento). Todavia, parece fazer sentido: é natural, que, com o tempo, se vão inventando/descoberto maneiras mais eficientes de aproveitar, tanto o trabalho como o capital.
Mas, vamos supor que o CN tem razão, que realmente a chave do progresso consiste em utilizar cada vez mais capital. Então, isso significa que o racio (produção/capital) tenderá a descer. Como (produção/capital) = (lucros/capital)/(lucros/produção), então a taxa de lucro tenderia a diminuir, a proporção dos lucros no rendimento total a aumentar, ou, provavelmente, as duas coisas simultaneamente (a tal previsão marxista).
Quanto a serem os capitalistas que financiam o desenvolvimento técnico: realmente, são os accionistas da VW que, ao receberem menos dividendos, "pagam" os ordenados dos engenheiros da VW que criam novos modelos de carros; mas, se não houvessem os tais engenheiros, os novos modelos também não seriam inventados; e, se 90% dos operários da VW fossem raptados por extra-terrestres, a produção e os lucros também cairiam e, logo, também haveria muito menos dinheiro para investir em I&D. Assim, não se pode dizer que os capitalistas são "o" grupo que faz a sociedade progredir.
Quanto à questão de as grandes empresas serem as que pagam salários melhores, produzem melhores produtos, etc., lembro que uma coisa é a empresa, outra são os seus gestores. O facto de uma empresa ser grande traz beneficios intrinsecos: pode comprar matérias-primas a preços mais baixos, obtém empréstimos em melhores condições (já que representa menos risco), tem mais dinheiro para investir em I&D, etc. Logo, o facto de uma grande empresa ter melhores resultados do que uma pequena não é necessariamente mérito dos seus gestores.
Uma analogia: imagine-se uma batalha entre o exército A, de 10.000 soldados, e o exército B, de 100. O exército A ganha. Quer isso dizer que o comandante do exército A fez um melhor trabalho que o do B?
No comments:
Post a Comment