Há uns anos atrás, Alvaro Cunhal foi entrevistado num programa da RTP (o "De Caras"), com audiência em estúdio. Um dos espectadores, o anarquista Júlio Carrapato, quando toma a palavra, diz qualquer coisa como:
"Dr. Cunhal, ao longo da sua carreira de político profissional, o senhor tem sido alvo de objurgatórias e críticas acerbas. Na minha opinião, algo injustamente. Se a burguesia portuguesa fosse mais inteligente (...), não era pedras que lhe devia atirar, mas flores. Ou então erigir-lhe uma estátua sobre o pedestal do reconhecimento!"
"Quer saber porquê? (...)"
"1) Em primeiro lugar, o senhor e o seu partido estão sempre a referir-se a lutas homéricas (...). Na realidade, as unicas lutas que conhecemos do PCP são as campanhas eleitorais (...). E quando se extravasa um pouco este campo (...), a principal preocupação do seu partido é apanhar o comboio em andamento (...), descaracterizar e burocratizar tudo, e servir de interlocutor priviligiado ao poder político"*
No entanto, parece que nos últimos tempos, finalmente, vai-se fazer justiça a Cunhal e ao PCP! Começou com Pacheco Pereira, que há muito que diz que, se o PS não tivesse maioria, era melhor um governo PS/PCP do que um governo PS/BE.
Depois, os artigos de Luciano Amaral no Diário de Noticias: "O PCP apresentou-se em Abril de 74 numa posição ordeira. O PS, todo revolucionário, entendendo-se com o esquerdismo, promovendo greves, ocupações e comissões de trabalhadores. Quando chegamos a Setembro de 74, já está ateado o fogo da revolução, e a culpa nem sequer é do PCP. (...) O PCP, que nunca gostara muito da onda revolucionária, começa a dar sinais de conciliação desde Agosto [de 75]. O seu problema é dominar a esquerda militar e o esquerdismo".
E, para finalizar, a moda agora nos blogs de direita é desejar que Jerónimo tenha mais votos que Louçã (embora desejando que ambos tenham menos de 5%).
Realmente, se calhar não falta muito para a "burguesia" erguer a tal estátua.
*"Uma História de Figurões e Figurantes: "De Caras", com Álvaro Cunhal, José Eduardo Moniz e Alguns Mais...", Edições Sotavento
"Dr. Cunhal, ao longo da sua carreira de político profissional, o senhor tem sido alvo de objurgatórias e críticas acerbas. Na minha opinião, algo injustamente. Se a burguesia portuguesa fosse mais inteligente (...), não era pedras que lhe devia atirar, mas flores. Ou então erigir-lhe uma estátua sobre o pedestal do reconhecimento!"
"Quer saber porquê? (...)"
"1) Em primeiro lugar, o senhor e o seu partido estão sempre a referir-se a lutas homéricas (...). Na realidade, as unicas lutas que conhecemos do PCP são as campanhas eleitorais (...). E quando se extravasa um pouco este campo (...), a principal preocupação do seu partido é apanhar o comboio em andamento (...), descaracterizar e burocratizar tudo, e servir de interlocutor priviligiado ao poder político"*
No entanto, parece que nos últimos tempos, finalmente, vai-se fazer justiça a Cunhal e ao PCP! Começou com Pacheco Pereira, que há muito que diz que, se o PS não tivesse maioria, era melhor um governo PS/PCP do que um governo PS/BE.
Depois, os artigos de Luciano Amaral no Diário de Noticias: "O PCP apresentou-se em Abril de 74 numa posição ordeira. O PS, todo revolucionário, entendendo-se com o esquerdismo, promovendo greves, ocupações e comissões de trabalhadores. Quando chegamos a Setembro de 74, já está ateado o fogo da revolução, e a culpa nem sequer é do PCP. (...) O PCP, que nunca gostara muito da onda revolucionária, começa a dar sinais de conciliação desde Agosto [de 75]. O seu problema é dominar a esquerda militar e o esquerdismo".
E, para finalizar, a moda agora nos blogs de direita é desejar que Jerónimo tenha mais votos que Louçã (embora desejando que ambos tenham menos de 5%).
Realmente, se calhar não falta muito para a "burguesia" erguer a tal estátua.
*"Uma História de Figurões e Figurantes: "De Caras", com Álvaro Cunhal, José Eduardo Moniz e Alguns Mais...", Edições Sotavento
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