Vagamente a propósito da polémica que parece estar a haver entre liberais-conservadores e conservadores-liberais (ou será ao contrário?), a minha opinião é que o liberalismo-conservadorismo reúne o pior - para mim, claro - dos dois: os preconceitos sociais e morais, o militarismo e a obsessão pela "lei e a ordem" dos conservadores, e o estrito "materialismo burguês" dos liberais.
No fundo, o "liberalismo-conservadorismo" é perfeita expressão ideológica do mundo dos "organization-men", das pessoas "que fazem o seu trabalho, para ter uma vida boa, e não armam confusão" - a tal combinação de individualismo económico e conformismo (o que não significa que os "liberais-conservadores" sejam, eles próprios, conformistas e "individualistas económicos"" - afinal, como todos os "intelectuais", eles têm que ter ideias próprias e, quando escrevem um livro ou um post, de certeza que não estão a pensar quanto vão ganhar pessoalmente com isso).
Aliás, é sintomática a profunda oposição dos liberais-conservadores ao Romantismo (veja-se este post de Henrique Raposo): o "herói" do Romantismo era o indivíduo, por uma lado, em ruptura com a "sociedade", mas, por outro, dedicado a algo "mais importante" que o seu bem-estar pessoal. Também outra béte-noire dos liberais-conservadores, a "Nova Esquerda" dos anos 60 (agora já velhinha) fazia a apologia dessa mistura de originalidade pessoal e solideriedade colectiva. O liberalismo-conservadorismo é mais ou menos o contrário.
Já agora, um texto curioso: "The Politics of Architecture", do "conservador não-liberal" Peter Kreeft. Traduzindo para a minha linguagem, o "conservative" será um "liberal-conservador", o "traditionalist" um "conservador não-liberal", o "liberal" o equivalente a um votante típico do PS português e o "radical" alguém como eu (no texto, não há nada equiparável a um "liberal não-conservador"). Lendo o texto, chego à conclusão que um "radical" será o oposto de um "conservative", o que talvez explique que eu ache o liberalismo-conservadorismo a sintese do pior dos dois.
Nota: excluindo o primeiro parágrafo, ao longo do post, usei "liberal-conservador" e "conservador-liberal" como equivalentes.
No fundo, o "liberalismo-conservadorismo" é perfeita expressão ideológica do mundo dos "organization-men", das pessoas "que fazem o seu trabalho, para ter uma vida boa, e não armam confusão" - a tal combinação de individualismo económico e conformismo (o que não significa que os "liberais-conservadores" sejam, eles próprios, conformistas e "individualistas económicos"" - afinal, como todos os "intelectuais", eles têm que ter ideias próprias e, quando escrevem um livro ou um post, de certeza que não estão a pensar quanto vão ganhar pessoalmente com isso).
Aliás, é sintomática a profunda oposição dos liberais-conservadores ao Romantismo (veja-se este post de Henrique Raposo): o "herói" do Romantismo era o indivíduo, por uma lado, em ruptura com a "sociedade", mas, por outro, dedicado a algo "mais importante" que o seu bem-estar pessoal. Também outra béte-noire dos liberais-conservadores, a "Nova Esquerda" dos anos 60 (agora já velhinha) fazia a apologia dessa mistura de originalidade pessoal e solideriedade colectiva. O liberalismo-conservadorismo é mais ou menos o contrário.
Já agora, um texto curioso: "The Politics of Architecture", do "conservador não-liberal" Peter Kreeft. Traduzindo para a minha linguagem, o "conservative" será um "liberal-conservador", o "traditionalist" um "conservador não-liberal", o "liberal" o equivalente a um votante típico do PS português e o "radical" alguém como eu (no texto, não há nada equiparável a um "liberal não-conservador"). Lendo o texto, chego à conclusão que um "radical" será o oposto de um "conservative", o que talvez explique que eu ache o liberalismo-conservadorismo a sintese do pior dos dois.
Nota: excluindo o primeiro parágrafo, ao longo do post, usei "liberal-conservador" e "conservador-liberal" como equivalentes.
1 comment:
Peter Kreeft é Professor de Filosofia no Boston College.
Converteu-se ao catolicismo e é actualmente um apologista de alguma fama.
http://www.peterkreeft.com/home.htm
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