Sunday, February 05, 2006

Posições politicas e atitudes face aos cartoons

É interessante verificar (nos blogs mas não só) que a atitude face à questão dos cartoons é facilmente previsivel, se soubermos a posição politica do comentador:

- Se for claramente de direita, vai falar na intolerância islâmica e que "não nos podemos render"

- Se for claramente de esquerda, vai dar exemplos de intolerância por parte dos cristãos (o que não é difícil de arranjar)

- Se for mais ou menos ao centro, vai vir com a tal conversa do equilibrio entre a "liberdade de expressão" e a "responsabilidade"

Nisto, parece-me que tanto a esquerda como a direita estão correctas.

10 comments:

Anonymous said...

tenho receio que as coisas se compliquem ainda mais...

ao inves de descobrirmos como devemos reagir, acho que é altura de sabermos como agir. isto é acabar com as escolas e com a mentalidade fundamentalistas.

eu estou a ver muita coisa feia por aí fora, palavras de odio, já não faltavam os ayatolas ainda temos de aturar os ayatolas europeus.

Miguel Madeira said...

"isto é acabar com as escolas e com a mentalidade fundamentalistas."

E como se faz isso?

Anonymous said...

é simples...

não fazer o que mandam os grandiosos lideres do mundo livre.

um bombardeia, o outro bajula.

eu penso que se devia começar por fechar as escolas desse genero aqui na europa, e ir lentamente fechando-as pelo resto do mundo. podiamos começar na turquia.

depois o que é preciso é educar as pessoas para os direitos humanos, seria uma forma muito eficaz de diminuir o despesismo e a inconsciencia de uma sociedade (desrespeito pelo proximo no dia a dia) que precisa e necessita de certos valores comuns, mas mete confusão as pessoas estar a fazer isso. dizem que é "doutrinação".

Anonymous said...

enquanto isso, propagandear as partes do corão em que fala de paz, amor e tolerancia. atraves de radios pirata e coisas do genero.

se for preciso voluntario-me para fazer isso.

Miguel Madeira said...

"eu penso que se devia começar por fechar as escolas desse genero aqui na europa, e ir lentamente fechando-as pelo resto do mundo. podiamos começar na turquia."

Isso é impossível. Mesmo que se fechasse as mesquitas radicais, punisse os seus imãs, etc., eles poderiam organizar sessões clandestinas, aulas de de doutrina islâmica em apartamentos privados, etc. Não se consegue mudar o cabeça das pessoas por decreto: veja o que aconteceu com o Xá do Irão, que tentou modernizar os iranianos contra a vontade deles.

E até perderiamos um argumento contra os fundamentalistas: deixaria de ser uma luta entre a liberdade e a tirania, para passar a ser uma luta entre tiranias.

Acho que a melhor maneira de lutar contra o fundamentalismo islâmico (ou cristão, ou hindu) é mesmo através da mistura de culturas: a curto prazo, a "mistura" até pode estimular os fundamentalismo (por reflexo de defesa), mas, a longo prazo, à medida que as pessoas vão tendo amigos, conhecidos, amantes, familiares, etc. oriundos de várias culturas/religiões, vão se libertando dos seus preconceitos "tribais".

Miguel Madeira said...

Claro, pode-se argumentar que o Libano e a Jugoslávia desmentem a minha teoria (sociedades multi-culturais com uma tradição de guerras civis). Mas, num caso, tiveram uma sucessão de ditaduras (primeiros, os reis sérvios, depois Tito) e, aí, o nacionalismo funciona sempre como resistência (pelas mesmas razões, os nacionalismos catalão e basco são fortes); e, no Libano, é a própria Constituição que alimenta o sectarismo, aos estabelecer que o presidente tem que ser cristão, o primeiro-ministro sunita, etc.

Miguel Madeira said...

E, enquanto existir o fundamentalismo, o que se deve fazer é:

- face às ideias fundamentalistas, criticá-las (por exemplo, usando os métodos que refere no seu último post), mas tolerando a sua expressão

- face aos seus actos pacíficos (manifestações, queimas de bandeiras, boicotes comerciais), também devem ser tolerados, e, em certos casos, "pagos na mesma moeda" (p.ex., com contra-manifestações)

- face aos actos violentos, responder com a violência necessária.

Anonymous said...

então a melhor maneira é contra-propaganda.

criar e apoiar uma vaga de muçulmanos moderados.

Anonymous said...

Sim senhora! Está bonita a brincadeira! Pois não é que a melhor maneira de resolvermos isto é fecharmos escolas islâmicas e misturarmos umas culturas que a coisa passa. E se não passar responde-se com a violência necessária. Nem o Bush se alembrou de tal!

sabine said...

Caro Miguel Madeira: Concordo totalmente consigo.