Monday, April 17, 2006

Reutilizar os manuais escolares?

Segundo o Diário de Noticias (artigo não on-line), a Associação Portuguesa de Familias Numerosas (APFN) defende que os manuais escolares devem ser reutilizáveis (nomeadamente, tendo os exercícios à parte), para poderem passar de uns irmãos para os outros.

Ora, acho que, mesmo sem exercícios, essa "herança" de manuais escolares parece-me muito díficil: o método de estudo de grande parte dos alunos é fazer sublinhados nos livros. Eu, por acaso, não estudava assim, mas uma vez emprestei um livro a uma colega minha e ela ficou toda espantada por o livro não ter notas nenhumas e até me perguntou algumas vezes "mas tu estudaste por aquele livro?", o que indica que fazer anotamentos nos livros é o método de estudo padrão (é certo que este episódio aconteceu na universidade, mas esse hábito, normalmente, já vem dos níveis anteriores).

Não é que eu me oponha a que as escolas, se não existir um motivo bom para mudar de livro, mantenham o mesmo livro usado nos anos anteriores (afinal, como nem toda a gente faz apontamentos nos livros, sempre se aproveitam alguns), mas daí à importância que muitas pessoas dão à manutenção dos livros de uns anos para os outros vai um grande salto. E, sobretudo, parece-me muito má ideia a que por vezes é lançada de os alunos de baixos recursos passarem a usar livros emprestados pelas escolas (em vez de livros pagos pelo SASE).

8 comments:

Anonymous said...

a malta não gosta do sase, pois significa que vão ter de pagar livros em condições para as pessoas que precisam.

ora, num momento de "dieta estatal", tem de se arranjar forma de poupar, muitas vezes da pior maneira. digo eu.

Anonymous said...

já viu o documentario "the century of the self"?

no you tube tem episodios.

Anonymous said...

Há outros países que funcionam com regimes de reutilização, portanto é possível: em Inglaterra, *todos* os alunos têm livros emprestados pela escola que devolvem no final do ano.

Na escola alemã, onde estudei, podíamos vender e comprar os livros usados (já escrevi sobre isto). Eu, pessoalmente, não os vendia porque, muitas vezes era possível a minha irmã herdá-los.

A questão de se os alunos querem ou não escrever nos livros, torna-se uma questão para os próprios e respectivas famílias. (Isto se os livros deixarem de ter exercícios no livro, que é, claramente, uma forma de evitar a revenda).

sabine said...

Eu cá concordo com a Ass. de Fam. Numerosas. Porque nao hao-de os livros durar de um ano para o outro? Porque nao hao-de os professores usar livros reutilizaveis e os exercicios q é necessario fazer serem passados directamente do quadro para os caderninhos ou serem dados os alunos atraves de fotocopias?
Já agora: onde anda a vossa consciencia ecológica?

sabine said...

Em relação à SASE: se a Ass. de Fam. Numerosas não gosta desta instituição têm muito mau gosto. Mas eu duvido dessa ideia!

sabine said...

Caro luispedro: é só para lembrar que a Inglaterra não é o paraíso!

Anonymous said...

eu não sou contra a reutilização, bem pelo contrario.

no entanto, é preciso ter as coisas bem pensadas.

Anonymous said...

"Caro luispedro: é só para lembrar que a Inglaterra não é o paraíso!"

O que é que isto quer dizer? E o que é que isto interessa para o tema?

Ou é só uma posta de pescada gratuíta?