Wednesday, June 20, 2007

"Eutanásia" ou "suicidio assistido"?

Acerca da questão da "eutanásia", acho que se deveria deixar de falar em "eutanásia" mas sim em "suicídio assistido" (como escrevi nos comentários a este post do Blasfémias). Provavelmente dirão "pois, mais um sinal da obessão da extrema-esquerda pelo «politicamente correcto» - nos EUA querem transformar os negros em afro-americanos, aqui este quer transformar a eutanásia em suicídio assistido". Talvez seja isso, mas a mim parece-me que os dois conceitos são bastante diferentes: "eutanásia" significa "morte indolor" (penso que a tradução literal do grego é "óptima morte"); "suicídio assistido" significa... "suicídio assistido".

Nomeadamente, eu sou a favor da legalização do suicídio assistido, seja "indolor" ou não, e sou contra o homicídio, mesmo que "indolor". Exemplos concretos - a menos que tenham recebido autorização expressa do interessado para tal, sou contra um médico ou um familiar decidirem dar uma injecção letal a um doente em coma (uma forma de eutanásia); pelo contrário, se alguém pedir para ser morto, não através de um processo rápido e indolor, mas metendo-o dentro de um moedor de carne gigante e triturando-o durante 2 horas (algo que talvez não seja considerado eutanásia, mas é sem dúvida suicídio assistido), acho que tal deve ser perfeitamente legal (duvido que alguém queira morrer assim, mas, se alguém quiser, gostos não se discutem...).

3 comments:

james stuart said...

Está ok... agora consigo aceder.

aL said...

Mesmo que se acredite que o corpo de cada indivíduo não lhe pertence, mas que pertence a uma entidade superior/divina, no momento em que a vida é soprada para dentro do corpo, há também uma certa responsabilização pela integridade e manutenção desse mesmo corpo. A partir do momento em que o individuo se torna autónomo e capaz de preservar o seu próprio corpo, disporá dele como lhe aprouver. se o usar de forma contrária à sua crença espiritual, as pessoas da comunidade e que partilham a mesma crença têm de aceitar essa opção, porque no final o juiz será o mesmo e cada um terá aceitar as suas decisões. e sem hipótese de recurso da sentença...

Luís Marvão said...

Concordo com o teor do post. E também do comentário da aL.