Sunday, August 12, 2007

A questão das armas

A análise da comparação das minhas posições com as candidatos norte-americanos relembrou-me de um assunto sobre o qual já tinha pensado em escrever: a inversão das posições tradicionais da direita e da esquerda na questão da posse de armas (diga-se que esta questão já foi apresentada como uma daquelas em que é dificil definir, à partida, qual a posição "esquerdista" e "direitista").

Desde a Revolução Francesa ao PREC, passando pelo Chile de Allende, o normal era ver-se a "esquerda" a defender os "cidadãos em armas" e a "direita" a dizer umas coisas sobre "ordem pública" e de "não dever haver armas [pelo menos, acima de certo calibre] fora do controle da autoridade legitima".

A titulo de exemplo, veja-se o inicio deste artigo de Ernest Mandel (o "pai espiritual" do nosso Louçã), em que este aponta, como um dos símbolos principais do igualitarismo das "sociedades primitivas", o direito de cada homem adulto usar armas.

Ora, com as polémicas acerca do "gun control" nos EUA, a situação parece ter-se invertido (a esquerda norte-americana, pelos vistos, abandonou as teses do líder socialista Victor Berger, que dizia que os trabalhadores deveriam guardar armas em casa para se defenderem da repressão ao serviço dos capitalistas).

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