Os inflacionistas costumam defender que é positivo ter uma inflação moderada de preços de 2%-3%. Vou contestar isso.
A deflação benigna resulta de uma tendência para a redução de preços porque os custos reais caiem num ambiente de estabilidade monetária (podemos imaginar uma quantidade fixa de moeda). O crescimento económico em equilíbrio resulta da redução de custos e assim sendo não existe sequer a necessidade de reduzir salários nominais pelo suposto efeito "aumento dos custos reais porque os salários reais estão a aumentar".
Isto porque são determinados produtos concretos que baixam de preço porque algum novo processo produtivo (regra geral pela combinação de inovação com acumulação de capital: novas "máquinas", etc.) permitiu baixar os custos desse determinado produto para um dado salário-hora que está fixo. Pode é significar a redução de horas-homem para a mesma quantidade produzida, mas é o aumento do poder de compra (de quem adquire esses produtos) que permite agora a aquisição de unidades adicionais (do mesmo produto ou outro) produzidas pelos recursos agora poupados, ou seja, as horas-homem "poupadas" são agora utilizadas em produção adicional (do mesmo produto ou outro) a ser adquirido, como vimos, pelo poder de compra adicional.
Nada tem de suceder ao salário nominal.
O raciocínio que ditaria que os salários nominais teriam que baixar (dado a deflação resultante de crescimento económico e estabilidade da quantidade de moeda) o que não é possível ou difícil por existir rigidez nos salários, está enfermo da falácia da utilização de índices de preços que ditaria que como o índice de preços está a baixar (porque os preços de determinados produtos que compõem esse cabaz estão a baixar) os salários nominais têm de baixar para os salários reais se manterem e as empresas não verem os seus custos reais aumentados.
Mas esse "Índice" é uma abstracção. Os restantes processo produtivos não têm necessidade de manter o salário real dos seus trabalhadores porque eles agora têm acesso a adquirir um produto anterior por um menor preço e o seu poder de compra aumentar.
O aumento ou diminuição de salários relacionados com índices têm sim relevância quando operam fenómenos de alterações quantitativas e/ou da procura de moeda (em geral por inflação/expansão de moeda e subsequente desinflação ou deflação na inevitável crise que se gera a seguir), mas isso deve ser apontado a toda a doutrina económica que se mostra indiferente à expansão artificial da moeda para financiar défices públicos e crédito.
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