Thursday, February 06, 2014

Economistas e conservadorismo

O blogger Chris House escreve que os economistas tendem a ser mais conservadores que os académicos de outras áreas (via Noah Smith e Antonio Fatas):

It is not obvious why American college faculty members have such strong liberal political views. Many conservatives argue that it is due to discrimination in hiring and that the students receive a sharply biased education as a consequence. I don’t think that the intellectual capacities of conservatives are below that of liberals but I suppose it could be a possible explanation. My own guess is that it is due to selection on attitudes towards accepting received wisdom as truth. As I mentioned in a previous post, academics are encouraged to break new ground or even to overturn established ideas. Einstein is an excellent example of such a thinker. So are Stephen Hawking, John Maynard Keynes, Alfred Blalock, etc.* Deliberately setting out to tear down established parts of your field requires a certain mindset and this mindset might be more common with people who have liberal political views. (...) The 2005 study presented results on political views by department. As a field, economics ranks as one of the least stereotypically liberal, and most conservative, fields on campus. While I cannot think of a single Republican in my own department (and no, I’m not a Republican), it is quite common to hear faculty members emphasizing the benefits of limited regulation, the gains from trade, and the harm caused by market intrusions like minimum wages, capital taxation and import tariffs. I am quite sure that many of the economists in my department would be viewed as radical right-wing conservatives by members of other departments at Michigan.
Suspeito que, sobretudo num contexto norte-americano, comparar a quantidade de "conservadores" num Departamento de Sociologia e num Departamento de Economia é um bocado comparar alhos com bugalhos - um sociólogo conservador (alguém como James Q. Wilson ou Robert Nisbet) normalmente é mesmo um conservador; mas supeito que a maior parte dos economistas classificados (ou mesmo auto-classificados) como "conservadores" não são conservadores coisa nenhuma - são liberais clássicos, que apenas são classificados como "conservadores" devido à bizarra terminologia política norte-americana; isso é relevante porque um economista liberal (mesmo que se chame de "conservador") não precisa de ter nenhuma das crenças e atitudes (prudência, preferência pela experiência sobre a razão, desconfiança pelas ideias abstractas, etc.) que os conservadores a sério são suposto terem (talvez muito pelo contrário: pelo menos a micro-economia neo-clássica e a macroeconomia das expectativas racionais - conotados com o liberalismo clássico, que nos EUA passa por "conservadorismo" - até recorrem muito mais ao racionalismo abstracto do que o keynesianismo), logo os problemas de estilo intelectual que noutras áreas podem afastar os académicos de posições conservadores não ocorrem com a Economia.

No comments: