Thursday, June 04, 2015

Os investidores correm mais riscos que os trabalhadores?

Who bears risk?, por Chris Dillow:

Most decent-sized businesses represent only a small fraction of a diversified portfolio for their capitalist owners, whereas suppliers of human capital usually have to put all their eggs into the basket of one firm; only a small minority of us have "portfolio careers" . All that stuff they teach you about the benefits of diversification applies in the real world to capital, not labour.

There are two implications of all this.

First, it means that the idea that capitalists are brave entrepreneurs who deserve big rewards for taking risk is just rubbish. As Olivier Fournout has shown, the idea of managers as heroes is an ideological construct which serves to legitimate power and rent-seeking.

Secondly, it suggests that ownership might in some cases lie in the wrong hands. Common sense tells us that those who have most skin in the game should have the biggest say simply because they have the biggest incentive to ensure that the firm succeeds. As Oliver Hart - who's hardly a raving lefty - says: "a party with an important investment or important human capital should have ownership rights." This is yet another case for worker ownership.

4 comments:

luispedro said...

Há aqui uma confusão em que há vários "capitalistas". Enquanto angel investor ou VC, eu não corro grande risco de pôr 1% do meu portfólio numa empresa ou noutra, mas enquanto entrepreneur corro um risco de gastar 2~3 anos num projecto que falha (ou 10 anos em 3 ou 4 projectos que falham todos; isto acontece a muita gente) quando poderia ter simplesmente trabalhado numa grande empresa por mais dinheiro e menos chatice.

*

O facto de hoje em dia, quando na maioria das indústrias os custos de capital são baixos, não existirem mais empresas que são worker-owned, é interessante. Excepto micro-empresas, raramente há empresas que sejam worker-owned, mesmo em áreas onde os custos de capital (computadores e rendas para muitos negócios; ambos os custos menores que os laborais) são baixos.

Acho que, no fundo, a crítica do Oscar Wilde ao socialismo é a crítica mortal: "the trouble with socialism is that it takes up too many evenings".

Anonymous said...

luis pedro, o trabalhar 10 anos em 3 ou 4 projetos que falham todos é exatamente o mesmo risco que corre o trabalhador que possui uma participação na empresa. Na realidade essa é justamente o exemplo das actuais empresas que se podem dizer worker-owned. Não é por o colarinho ser mais ou menos branco que se deixa de ser um trabalhador da empresa.

luispedro said...

Entretanto, lembrei-me que o argumento que juntar a decisão a quem corre o risco é exactamente o que diz, no filme Wall Street, a personagem do Gordon Gekko no famoso discurso em que afirma que "Greed is Good."

Miguel Madeira said...

Um tipo de empresa que normalmente não é incluído nas worker-owneds mas acho que acaba por ser também um tipo (em versão "república oligárquica" em vez de "democracia") são aquelas em que o topo da carreira é passar a "partner"; pronto, não são propriedade dos trabalhadores, mas são propriedade de trabalhadores.