No Tugir, CMC responde à minha resposta anterior e escreve "Não podemos isolar o caso kosovar da realidade europeia. A sua afirmação: haverá coisa mais "destabiliziadora" do que tentar exercer soberania sobre uma população que não a aceita e já habituada a se ter "libertado" desse soberano - pode ser aplicada noutras partes do Velho Continente. Desde aqui ao lado, na vizinha Espanha, passando pelo Reino Unido e chegando ao Cáucaso. Por esta ordem de ideias, poderíamos chegar ao ponto de concebermos uma mapa europeu, no século XXI, próximo das fronteiras anteriores a Vestefália. Ou seja, um vasto conjunto de pequenos Estados".
Repare-se que eu escrevo «tentar exercer soberania sobre uma população que não a aceita e já habituada a se ter "libertado" desse soberano»; não é esse o caso em Espanha ou no Reino Unido (ou na maioria dos territórios europeus - ou no resto do mundo - com pretensões autonomistas ou mesmo separatistas): a Catalunha, Euskadi, Gales, Escócia, etc., não estão "habituados à ausência da soberania" espanhola ou britânica. Ora, é muito mais difícil "tirar" do que "deixar de dar" (que o diga qualquer governante que mexa com "direitos adquiridos").
Já o Caucaso é um melhor exemplo, e até ilustra o meu ponto - a "recuperação" da Chechenia pela Rússia deu origem a uma guerra sem fim à vista, e as tentativas do governo georgiano de recuperar o controle sobre a Abkhazia e a Ossétia da Sul também não parecem estar a correr de forma muito tranquila.
Já o Caucaso é um melhor exemplo, e até ilustra o meu ponto - a "recuperação" da Chechenia pela Rússia deu origem a uma guerra sem fim à vista, e as tentativas do governo georgiano de recuperar o controle sobre a Abkhazia e a Ossétia da Sul também não parecem estar a correr de forma muito tranquila.
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