Penso que a maior parte das pessoas que são contra as touradas, são-no, não em nome do "direito à vida" do touro, mas do "direito a não ser torturado" do touro; i.e., o que repugna os anti-touradas é sobretudo o sofrimento do touro, não a sua morte (por isso, o paralelismo com o aborto, pelo menos nas primeiras semanas de gestação, não faz grande sentido). É verdade que esses activistas atacam mais a "tourada de morte" de Barrancos do que as "touradas à portuguesa" (aonde o touro é igualmente torturado), mas penso que isso é apenas por uma razão táctica (haver uma base legal para os tribunais proibirem essa tourada) não por, no plano dos principios, acharem a "tourada de morte" pior que a outra (e, seja como fôr, o touro é morto de qualquer maneira).
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1 comment:
O touro é um animal, não tem direitos. Quanto muito, há "responsabilidade" _moral_ das pessoas para com os bichos. Mas da moral à legislação deve ir uma grande distância; ou melhor, quanto maior a distância, menos legitimidade tem a legislação, daí que as únicas peças de lei admissíveis para a proibição da touradas sejam as locais.
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