No blog da Atlântico, Henrique Raposo escreve "Os fanáticos do ambiente têm de perceber uma coisa: qualquer coisa no sentido de reduzir a poluição, etc e tal, depende do uso maciço da energia nuclear. Os mesmos que fazem manifs pelo ambiente são os mesmos que fazem manifs contra o nuclear. Têm de decidir. Só podem ir a uma".
Para começar, creio que é tecnicamente discutivel que só se possa combater a poluição com o recurso à energia nuclear, mas como não percebo lá muito de engenharia química e afins, não vou abordar muito esse ponto.
Vou é concentrar-me no aspecto ideológico - os "ambientalistas" são "ambientalistas" porquê? Há milhares de razões possíveis para alguém ser "ambientalista", mas uma possível razão é simpatizar com o "natural"/ "espontâneo"/"orgânico" contra o que é "construído" e planeado a partir de cima - veja-se que, quando apareceram os "ecologistas" (como se dizia na altura), estes muitas vezes combinavam a defesa do ambiente com a defesa da democracia local, da autogestão, da "iniciativa espontânea das massas", da "educação livre", etc (além destes, sempre houve também uma "direita ecológica" - estilo Ribeiro Telles ou JRR Tolkien - mas talvez não tão diferentes como se poderia pensar). Claro que hoje em dia a consciência ecológica há muito que ultrapassou estes guetos, mas, para um ambientalista da velha guarda até há uma perfeita coerencia em ser contra a energia nuclear:
A energia nuclear (pelo menos actualmente) só é viável se produzida em grandes quantidades, logo o uso da energia nuclear favorece a centralização do poder (não só directamente, mas também indirectamente - creio que quanto mais concentrado for o mercado de energia do lado da produção, maior será a vantagem negocial, como comprador, de se ser uma grande empresa), logo faz todo o sentido que alguém que seja ambientalista por ser contra a concentração do poder seja também contra a energia nuclear; pelo contrário, a simpatia desses ecologistas pelo solar e pelo eólico faz também todo o sentido - são formas de energia que se adequam mais à pequena produção local, logo favorecem a dispersão do poder.
[Note-se que o objectivo deste post não é dizer que os "ambientalistas" devem ser contra o nuclear; é apenas dizer que as razões que podem levar alguêm a ser ambientalista são as mesmas que o podem levar a ser contra o nuclear]
Para começar, creio que é tecnicamente discutivel que só se possa combater a poluição com o recurso à energia nuclear, mas como não percebo lá muito de engenharia química e afins, não vou abordar muito esse ponto.
Vou é concentrar-me no aspecto ideológico - os "ambientalistas" são "ambientalistas" porquê? Há milhares de razões possíveis para alguém ser "ambientalista", mas uma possível razão é simpatizar com o "natural"/ "espontâneo"/"orgânico" contra o que é "construído" e planeado a partir de cima - veja-se que, quando apareceram os "ecologistas" (como se dizia na altura), estes muitas vezes combinavam a defesa do ambiente com a defesa da democracia local, da autogestão, da "iniciativa espontânea das massas", da "educação livre", etc (além destes, sempre houve também uma "direita ecológica" - estilo Ribeiro Telles ou JRR Tolkien - mas talvez não tão diferentes como se poderia pensar). Claro que hoje em dia a consciência ecológica há muito que ultrapassou estes guetos, mas, para um ambientalista da velha guarda até há uma perfeita coerencia em ser contra a energia nuclear:
A energia nuclear (pelo menos actualmente) só é viável se produzida em grandes quantidades, logo o uso da energia nuclear favorece a centralização do poder (não só directamente, mas também indirectamente - creio que quanto mais concentrado for o mercado de energia do lado da produção, maior será a vantagem negocial, como comprador, de se ser uma grande empresa), logo faz todo o sentido que alguém que seja ambientalista por ser contra a concentração do poder seja também contra a energia nuclear; pelo contrário, a simpatia desses ecologistas pelo solar e pelo eólico faz também todo o sentido - são formas de energia que se adequam mais à pequena produção local, logo favorecem a dispersão do poder.
[Note-se que o objectivo deste post não é dizer que os "ambientalistas" devem ser contra o nuclear; é apenas dizer que as razões que podem levar alguêm a ser ambientalista são as mesmas que o podem levar a ser contra o nuclear]
3 comments:
penso que os ambientalistas dos dias que correm abandonaram as suas raízes hippies, mas está bem observado...
O AA devia exprimentar assistir a uma reunião ambientalista em Monchique ou Aljezur.
essa é uma das razões pelas quais eu sou contra o nuclear.
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