Devo fazer notar que o problema não surge apenas porque os bancos pedem dinheiro emprestado a curto prazo (como os depósitos à ordem) e concedem crédito a longo prazo, embora isso em si seja parte do problema, mas...o principal é que:
Os Bancos (induzidos pelo Banco Central) para conceder crédito, simplesmente criam o dinheiro por puro movimento contabilistico o que significa que para conceder crédito a um dado investimento nenhuma poupança foi mobilizada.
Ou seja, neste processo de aumento de crédito por pura criação monetária não existe nenhum papel de intermediação entre poupança e investimento, e isso introduz um erro na economia e nos seus agentes que acaba a provocar ciclos de expansão e até bolhas que depois provocam crises financeiras e recessões económicas.
Leitura: Mises, Credit Expansion
E esta simples razão está na origem de todas as crises conhecidas no passado e no presente.
Wednesday, September 24, 2008
Re: E mais ainda sobre a crise
Publicada por CN em 23:36
Etiquetas: Textos de Carlos Novais
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6 comments:
incluindo da grande depressao?
quando estudei a grande depressao houveram varios factores a intervir.
Sim claro.
Repare, todas as bolhas são o resultado de um erro económico de avaliação da capacidade de investimento dado a poupança real existente.
Isso tem lugar porque as "contas" são baralhadas quando o sistema bancário começa a expandir o crédito por criação monetária.
Se o investimento é realizado sem o recurso a poupança real e voluntária, algo irá ceder mais tarde.
Na fase inicial e de maturidade, a economia parece estar a crescer, a confiança atinge por vezes o irracional e de repente alguma cosia acontece.
O que acontece é que a relação entre poupança e investimento foi deturpada e tem de dar lugar à liquidação, entrando as forças de contração monetária (falências bancárias) e descida de preços.
cn surge-me uma dúvida, se não há actualmente possibilidade de realizar crédito sem falsificar as contas, isso não significa que o capitalismo está a viver acima das suas capacidades?
O bem estar actual, que depende e muito dos padrões maçiços de consumo e do fortíssimo investimento manter-se-ia numa sociedade com as contas equilibradas?
A expansão do crédito por criação de moeda tem esse efeito de fazer temporariamente "viver acima das suas capacidades."
Daí os ciclos económicos.
Contas equilibradas e sem ciclos seria o crédito ter lugar por intermediação pura com a poupança existente.
Os bancos centrais, claro têm pouco ou nada de capitalista e se calhar pouco de socialista também.
entao a especulaçao tambem esta por detras disso? desse "viver acima das possibilidades".
nao sao so os bancos centrais , mas a interaçao entre bancos centrais comerciais e financeiro?
eu pelo crescimento estavel, só se deve fazer as coisas tendo em conta a situaçao actual (bens, infraestruturas etc etc), e nao numa provavel situaçao futura que muitas vezes é imaginada nos corredores das bolsas.
isso é interessante dado o postulado vigente que o capitalismo traria riquezas sem limites e que o capital não é um jogo de soma nula.
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