Thursday, May 25, 2006

Que me dizem de um livro de mil e tal páginas com este enredo?

Alguêm devia exprimentar escrever um livro com este enredo que vou expôr. Talvez desse origem a um "culto" de discipulos ou mesmo a um filme (ou então, a um processo por violação de propriedade intelectual...).

Por qualquer razão, a maior parte dos capitalistas, executivos empresariais, etc. decide abandonar a sociedade estabelecida e ir viver para um vale remoto e desconhecido.

Nas suas empresas, os trabalhadores, sem terem dirigentes, tiveram que alterar o seu método de trabalho: quando havia algum problema a resolver ou quando tinham alguma sugestão a fazer, em vez de seguirem o organograma (falarem com o chefe directo, que falava com o chefe de divisão, que falava com...), passaram a tratar dos assuntos directamente uns com os outros. Assim, desaparecendo as ineficiências criadas por as decisões serem tomadas por gestores de topo que não estavam verdadeiramente por dentro das situações, assiste-se a um salto na produtividade e na inovação, que em breve é considerada uma nova "Revolução Industrial" (ou mesmo como algo comparável à transição da Idade Média para o Renascimento*).

No tal vale longinquo, também há alguma animação: os gestores ligados aos departamentos comerciais e/ou de relações públicas entretêm-se a vender uns aos outros algumas coisas que troxeram do resto do mundo.

Os com uma formação mesmo na área de gestão (ou em áreas financeiras) dedicam-se a fazer restruturações de estruturas funcionais e a elaborar gráficos - no entanto, ao fim de algum tempo, chegam à conclusão que a unica actividade com algum interesse é organizar programas de certificação da qualidade.

Alguns dos executivos que vinham das áreas técnicas (e que estavam à pouco tempo em cargos de gestão) ainda tentam usar os seus conhecimentos e experência para inventar novos tecnologias, mas em breve chegaram à conclusão que não era economicamente viável: como o custo de, por exemplo, desenvolver um novo produto é o mesmo, quer vão ser produzidas 10 ou 10.000 unidades, o custo por unidade acabava por ser altíssimo (afinal, estamos a falar de uma comunidade isolada, com relativamente poucos habitantes). Assim, os elementos com uma inclinação mais "técnica" acabaram por se limitar a manter um pequeno gerador eléctrico em funcionamento - uma infra-estrutura de vital importancia para a comunidade, já que permitia que, nas reuniões dos "conselhos de administração" e entidades afins, fosse possível manter o data-show a funcionar (de outra forma, seria dificil apreciar a beleza dos gráficos coloridos).

No entanto, à medida que o nível de vida no vale foi regredindo ao do Neolitico, os seus habitantes (os que permaneceram no vale - a maioria acabou por o abandonar, escrevendo slogans revolucionários na areia) acabaram por se esquecer do objectivo inicial dos gráficos, apresentações, etc., que se converteram em meros rituais religiosos.

* como isto é uma obra de ficção, o exagero é aceitável.

3 comments:

Anonymous said...

Já há um culto para esse filme, mesmo em Portugal (há outros clubes de fãs, claro, este é somente o mais antigo).

Anonymous said...

lol

oh luis pedro,

olhe que não, olhe que não...

o enredo está interessante. no meio podia-se colocar uma historia de amor ou de traições, para tornar a coisa mais empolgante.

Miguel Madeira said...

"Assim, desaparecendo as ineficiências criadas por as decisões serem tomadas por gestores de topo que não estavam verdadeiramente por dentro das situações"

Duvido que o clube de fãs que o luis pedro aponta gostasse desta parte - afinal, numa das que é realmente "obra de culto" para eles, fala-se nos "dirigentes que sabem mais a dormir que nós acordados"