Thursday, June 22, 2006

Continuando com a discussão sobre o anarquismo

Tenho aqui uma questão para os anarquistas (creio que há pelo menos 2) que lêem este blog:

Imagine-se uma revolução anarquista - o aparelho militar e burocrático do Estado desaparece, os trabalhadores ocupam as empresas e terras, etc.

Então, no meio desse processo, os trabalhadores de uma dada empresa decidem, em plenário, não ocupar a empresa e continuar a aceitar o patrão como... patrão. Este cenário é perfeitamente possível - afinal, se há pessoas que frequentam a Igreja Católica ou se filiam no PCP, é natural que também haja pessoas que prefiram continuar a obedecer à cadeia hierárquica em vez de entrar em autogestão (já agora, podemos tambem lembrar o caso dos camponeses do século XIX, que, muitas vezes, continuaram a pagar os antigos direitos feudais mesmo depois de estes serem legalmente abolidos).

Na vossa opinião, qual devia ser a atitude da sociedade anarquista em redor face a essa empresa?

2 comments:

Anonymous said...

caso a revolução anarquista fosse bem sucedida como aponta, não será preciso fazer nada em relação a essa empresa.

a questão é que o mais certo era não sobreviver, pois ninguem lhe fazia nenhum tipo de encomenda.

do genero, "comercio justo vs comercio escravo" que existe actualmente.

outro exemplo, após o derrube das monarquias, os monarcas continuaram com alguns bens, mas ninguem lhes liga nenhuma.

Pedro Viana said...

Estou de acordo com o agitador. Ignora-se. Desde que a "empresa" não prejudique ninguém , como por exemplo poluindo, que seja dirigida como os seus "proprietários/ocupantes" decidam. O anarquismo não proíbe o sado-masoquismo entre adultos livres :)