Tuesday, August 11, 2009

31 da Armada, Herdade da Lameira e ilegalidades


Em primeiro lugar, parece que sempre houve propriedade subtraída (a bandeira municipal); de resto n'O Insurgente não é raro falar-se em "País sem lei" em situações em que também não há violência física nem destruição de propriedade (sim, é um link velho, mas há mais posts semelhantes).

Quanto ao 31 daArmada, a propósito do caso "verdes eufémios", Fernando Mendes Silva escreveu este post dizendo que a "desobediência civil" não faz sentido, e aí não me parece que ele faça qualquer distinção entre desobediência com ou sem violência física e/ou destruição de propriedade (podem-me responder - "o caso da bandeira não foi desobediência civil, foi uma brincadeira" - mas em termos formais é a mesma coisa: uma lei a ser violada; a motivação dos infractores é irrelevante).

Finalmente, eu não tenho dúvidas que, se tivesse sido haseada uma bandeira anarquista, comunista ou nazi teria sido logo um escândalo (a diferença é que ninguém leva os monárquicos a sério).

3 comments:

Filipe Abrantes said...

Neste caso, o proprietário é legítimo? Quem é a CML? Tem propriedades adquiridas legitimamente? Ou é de todos (como pensará o 31) ou é de alguns (e aí, é mais clara a ilegitimidade da propriedade)

Nuno Castelo-Branco said...

Deve andar distraído, pois afinal, parece que o país leva os monárquicos a sério e o poder instalado, também. O que se torna mais cómico, é a CML estar muito ciosa da sua dita bandeira, que "por acaso" também é... monárquica! Foi concebida ainda durante o período pré-1820 e o Conde de Lippe influenciou decisivamente o seu desenho, baseando-se nas bandeiras regimentais da Prússia. Pergunte isso a qualquer turista alemão e ele logo lhe dirá que ..."Lisboa é o único local no mundo que tem como bandeira um símbolo da desaparecida Prússia". Cómico, no mínimo. O 31 da Armada, limitou-se a substituir uma bandeira monárquica pela do Reino!

mescalero said...

Parece-me evidente existirem dois pesos e duas medidas no tratamento destes casos.

Também já tinha notado que estava a passar ao lado de muita gente a bandeira desaparecida. Tenho visto muitos posts e comentários a afirmar que não houve destruição/subtracção de propriedade nesta "brincadeira".

O que não concordo é com a afirmação de ninguém levar os monárquicos a sério. De facto, os monárquicos são bastante irrelevantes e não são levados a sério, mas não é apenas de monarquia que se trata aqui. É da elite. E da forma como é trabalhada a opinião pública e percepcionados os acontecimentos conforme venham da elite ou não.