Neste post, talvez não tenha ficado muito claro o que eu queria dizer com "estes meus argumentos a favor da auto-suficiência não me parecem escaláveis do nível individual para o nível de um país"; é que isto é capaz de poder ser interpretado de duas maneiras:
A - "haver vantagens em um individuo ser auto-suficiente não quer dizer que haja vantagens em todos os indivíduos de um país serem auto-suficientes"
B - " haver vantagens em um individuo ser auto-suficiente não quer dizer que haja vantagens em um país ser auto-suficiente"
É verdade que um pais de indivíduos auto-suficientes é um país auto-suficiente, mas a inversa não é verdadeira; e se pensarmos em termos relativos e não absolutos, a diferença ainda é mais clara - podemos ter um país em que cada habitante é largamente auto-suficiente, mas as (poucas) trocas comerciais que tem até são com o estrangeiro (p.ex., pode ter importado a cana de pesca e o machado com que cortou as árvores com que construiu a casa); e podemos ter um pais auto-suficiente, mas em que cada individuo praticamente não produza nada para consumo próprio.
De qualquer maneira, o que eu queria dizer era a "opção B" (sobretudo, lendo esta resposta do Rui Botelho Rodrigues, fiquei na dúvida se ele teria percebido exactamente o que eu quis dizer).
[post igualmente publicado no Vias de Facto; podem comentar lá]
Sunday, August 29, 2010
As virtudes da auto-suficiência - clarificação
Publicada por Miguel Madeira em 02:07