Wednesday, August 18, 2010

Possíveis definições de "capitalismo" e "socialismo"

A respeito desta troca de comentários entre mim e o Helder Ferreira d'O Insurgente, acho que uma interessante abordagem ao problema das definições de "capitalismo" e "socialismo" é esta de Roderick T. Long (um camarada liberal-randiano do HF):

Part of the problem is that there are (at least) two distinct ways of understanding the contrast between capitalism and socialism. In the first meaning, socialism-1 favours control of the means of production by society (whether organised via the state or not), whereas capitalism-1 favours control of the means of production by private (albeit perhaps contractually associated) individuals. In the second meaning, socialism-2 favours control of the means of production by the workers themselves, while capitalism-2 favours control of the means of production by someone other than the workers – i.e., by capitalist owners.


These two meanings are often run together, with socialism entailing control by the workers in their social capacity (perhaps anarchically, perhaps via the state) and capitalism entailing control by capitalists in their private capacity. But that leaves open two harder-to-classify options – control by capitalists via the state, and control by workers via the market and laissez-faire; the aforementioned anarchist thinkers [Hodgskin, Proudhon, Andrews, Spooner, Spencer] – to whose ranks Tucker also belongs – favour the latter option. (Thus when Tucker calls himself a “socialist,” he means socialism-2.) The following chart may be helpful:



Thus Hodgskin, Tucker, et al. would fall in the upper left quadrant, and Marx and Kropotkin in the upper right. The chart doesn’t accommodate everyone (Godwin and Bakunin seem to fall somewhere between the top two quadrants, for example), but it’s a start.

De acordo com esta grelha, uma eventual expropriação dos terrenos minúsculos para favorecer a sua agregação seria provavelmente uma transição do quadrante inferior esquerdo para o inferior direito (já que imagino que, no contexto político actual, o desfecho dessa expropriação não fosse criar Unidades Colectivas de Produção mas sim conceder as terras expropriadas a empresas privadas), o que para uns será uma transição do capitalismo para o socialismo, mas para outros simplesmente uma transição entre diferentes capitalismos.

Ou melhor, uma expropriação feita explicitamente com o objectivo de desfragmentar a propriedade até pode ser considerada uma transição do quadrante superior direito (ou, pelo menos, de uma situação intermédia no lado direito do quadro) para o quadrante inferior esquerdo - afinal, quanto mais fragmentada estiver a propriedade, maior é a probabilidade de o trabalhador ser também proprietário. Ou seja, será uma transição de uma situação que uns chamam "capitalismo" e outros "socialismo" para o que uns chamam "socialismo" e outros "capitalismo" (a confusão conceptual perfeita!).

Diga-se, aliás, que tanto o "sentido 1" de capitalismo/socialismo como o "sentido 2" são largamente "excêntricos" - penso que a maior parte das pessoas chama "socialismo" ao quadrante superior direito e "capitalismo" a todas as outras combinações.

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