Thursday, August 19, 2010

Gold Dinar, Silver Dirham



Ou o padrão-ouro como o sistema que melhor protege a população em geral do capitalismo de estado representado pelo actual sistema monetário (bancos centrais, moeda por decreto, grandes bancos e grandes credores que beneficiam da capacidade de fabricar moeda - os quais quando o sistema inevitavelmente treme são novamente protegidos pela fabricação de mais moeda).

7 comments:

Miguel Madeira said...

É engraçado que mesmo anteontem estive a ler qualquer coisa sobre em tempos o governo malaio ter planeado adoptar o padrão-ouro, produzindo "dinares de ouro", inclusive com ideias de essa moeda passar a ser a "moeda internacional" (no lugar do dólar) para o comércio entre os países muçulmanos.

A ideia foi mais ou menos abandonada pelo governo central, mas parece que um dos sultanatos que compõem a Malásia pôs em circulação "dinares de ouro" em paralelo com a moeda nacional


http://www.nst.com.my/nst/articles/Kelantandinarnotlegaltender/Article/

rui fonseca said...

Há cerca de um ano, li "End the Fed" de Ron Paul, que comentei aqui :http://aliastu.blogspot.com/2009/09/end-fed.html

Como referi na altura, algumas das observações de RP são pertinentes mas a sua obstinação na reposição do padrão ouro ninguém a considera como aconselhável ou sequer viável.

Refere v. " o padrão-ouro como o sistema que melhor protege a população em geral do capitalismo de estado representado pelo actual sistema monetário."

É por demais evidente que o actual sistema, enquanto subsistirem as condições que permitem o "moral hazardous", é susceptível de voltar a entrar em iminência de derrocada.

Mas o padão-ouro não é, certamente, o sistema com que o mundo globalizado de hoje pode contar.

A sua adopção obrigaria a uma travagem do crescimento económico com consequências dramáticas.

Ou não?

CN said...

Num mundo "globalizado" precisamos de uma moeda única, ora o ouro e prata foram já durante muito tempo uma moeda única global que facilitava o comércio internacional entre culturas muito distantes.

Porque é que travaria o crescimento?

rui fonseca said...

"ora o ouro e prata foram já durante muito tempo uma moeda única global que facilitava o comércio internacional entre culturas muito distantes."

É comparar o incomparável.
Nesse tempo também se ia daqui para o outro extremo do mundo de barco. Levavam meses mas chegavam ao destino, pelo menos alguns.
Agora dá-se a volta ao globo em menos de um dia.

"Porque é que travaria o crescimento?"

Do mesmo modo que a travessia do Atlântico, por exemplo, em barco travaria drasticamente os fluxos entre continentes.

Voltar ao padrão-ouro é possível. E à Idade Média também. Mas não é uma evolução que agrade a muita gente . Agradaria a alguns, admito.

CN said...

Não percebo que comparação é que você está a fazer.

O ouro e prata seriam a moeda usada se não fossem proibidas (depois de terem sido roubadas).

Ou seja, você sem querer, está a formular uma teoria sobre como os bancos centrais impedem o retrocesso da civilização, porque sem eles, o ouro e prata seriam usados, e assim o crescimento era negativo.

Estando completamente errado quanto a isso, gostaria de perceber algum tipo de argumentação que bata certo.

rui fonseca said...

"Estando completamente errado quanto a isso,..."

Não sou eu quem está enganado. São todos os países desenvolvidos do mundo. Que eu saiba não há nenhum que mantenha o padrão-ouro ou sistema idêntico.

Mas talvez o Carlos Novais seja capaz de os elucidar da dimensão do seu engano. Eu não.

CN said...

Os Estados não estão enganados quanto ao uso do "fiat money" (moeda por decreto9.

É o que permite financiar os défices sem cobrar os respectivos impostos, é o que permite inflacionar mais do o habitual a favor de grupos de pressão. Os Bancos também gostam. Poder conceder crédito sem captar a respectiva poupança é, convenha-se conveniente.

É assim, uma questão de poder. Até ao séc. 20 estavam todos enganados?

No período do final do séc. 19, assistiu-se às mais taxas de crescimento da história, o ouro era usado o que a tornava uma moeda mundial que facilitava as trocas internacionais,

Os preços nominais desceram 30% nesse período.