Monday, September 17, 2012

A escola austríaca e os produtos financeiros

Ron Paul on Money Market Funds, por Paul Krugman:

But the Ron Paul link, in which he condemned fractional reserve banking, prodded me to ask a question I’ve been meaning to ask: How do the Austrians propose dealing with money market funds?


I mean, it has always been a peculiarity of that school of thought that it praises markets and opposes government intervention — but that at the same time it demands that the government step in to prevent the free market from providing a certain kind of financial service. As I understand it, the intellectual trick here is to convince oneself that fractional reserve banking, in which banks don’t keep 100 percent of deposits in a vault, is somehow an artificial creation of the government.(...)

But consider a more recent innovation: money market funds. Such funds are just a particular type of mutual fund — and surely the Austrians don’t want to ban financial intermediation (or do they?). Yet shares in a MMF are very clearly a form of money — you can even write checks on them — created out of thin air by financial institutions, with very few pieces of green paper behind them.


So are such funds illegitimate? What about repo, which has many of the same features?

One of the key lessons of the 2008 crisis was precisely that banks are defined by what they do, not by what they look like, and there are a whole range of financial arrangements that in economic terms act a lot like fractional reserve banking. So would a Ron Paul regulatory regime have teams of “honest money” inquisitors fanning across the landscape, chasing and closing down anyone illegitimately creating claims that might compete with gold and silver? How is this supposed to work?
Pelo que tenho visto, nomeadamente pelos textos que o Carlos Novais tem escrito sobre o assunto, grande parte da objecção tem a ver com o que consideram a fraude implícita em chamar "depósito" a algo que não é realmente um depósito; logo, como os fundos e outros produtos financeiros que Krugman refere não se dizem "depósitos", não haveria problema por aí.

No entanto, com ou sem fraude, o problema de que a reserva bancária fracional criaria ciclos económicos manteria-se à mesma, parece-me; imaginemos que os bancos deixavam de chamar aos depósitos à ordem "depósitos à ordem" e passavam a chamá-los "aplicações financeiras liquidáveis a pedido" - todas as consequências económicas que supostamente a existência de depósitos à ordem (não garantidos a 100%) têm continuariam a ter, mesmo com o novo nome.

3 comments:

Filipe Silva said...

Primeiro os clássicos da Escola Austríaca não eram contra a intervenção do Estado, estes defendiam que ao Estado caberia fazer cumprir o cumprimento das leis e dos direitos de propriedade, diferem é nos direitos que cada cidadão tem, na sua opinião todos nascem com o que apelidam de direitos naturais.

Em relação ao comentário do Krugman, este é que é incapaz de perceber o que a teoria austríaca defende, nada de novo aqui.

O que se defende é que os bancos sejam obrigados, pelo poder judicial, a cumprir um contracto.

O que os Austríacos defendem é muito simples, que os bancos sejam impedidos de criar uma fraude que é criar dinheiro do nada, se hoje toda a gente fosse levantar o seu dinheiro o banco não poderia honrar os seus compromissos dado que não dispoê da quantia total dos depósitos.

E como impedir isso, facilmente, obrigar os bancos a deterem em reservas todos os depósitos À vista. isto eliminaria a necessidade de um banco central bem como as corridas aos bancos, dado que estes teriam sempre os seus depósitos assegurados.

Os bancos poderiam continuar a conceder crédito, mas para isso teriam de informar o cliente do que iriam fazer com o seu dinheiro, faziam um contracto em que o cliente ficaria informado de onde seria aplicado o seu depósito.

A questão aqui é o contracto que é feito entre o cliente(depositante) e o Banco. Estes aproveitam se da ignorância das pessoas.
Maioria nunca autorizaria que o seu dinheiro fosse utilizado para o fim que os bancos utilizam, pelo menos sem ser remunerada por tal.

Krugman demonstra mais uma vez o pouco que percebe de economia.

Miguel Madeira said...

Eu sei perfeitamente que os meus 1020 euros que neste momento estão no BPI sob a forma de um depósito à ordem estão (quase todos) emprestados a alguém (e suspeito que quase toda a gente que tem dinheiro depositado à ordem sabe).

CN said...

Eu diria que uma parte das pessoas aos poucos se foi apercebendo de tal.