Desconfio que a situação grega, aconteça o que acontecer, vai pôr o PS e António Costa em maus lençóis.
Na hipótese mais provável, de a Grécia não conseguir nada e ter, se não que sair do euro, pelo menos que congelar as contas bancárias (ou então ceder completamente ao resto da UE e ficar tudo na mesma), vai ser muito díficil a António Costa, quando chegar a campanha eleitoral falar em acabar com a austeridade, mudar a política europeia, etc. Vai ter que explicar como pretende triunfar onde os gregos falharam, e não vai ser fácil.
Na hipótese menos provável, de a Grécia conseguir efetivamente mudar as condições do programa e acabar ou reduzir a austeridade (nota: não é muito claro o que significa exatamente "acabar com a austeridade"), isso irá beneficiar sobretudo o Bloco de Esquerda, o partido português mais associado ao Syriza.
Ou seja, o PS está numa situação de "perde-perde"; talvez até ganhe as eleições, mas de certeza sem maioria absoluta.
Um ponto adicional (que até poderia afetar o que escrevo acima se não fosse as eleições serem já este ano): se a Grécia conseguir negociar um acordo favorável com a UE, aposto que em breve a Internacional Socialista, o Grupo Socialista no Parlamento Europeu e/ou a Aliança Progressista vão começar a fazer convites.
Wednesday, February 18, 2015
A Grécia tramou o PS?
Publicada por Miguel Madeira em 22:54
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