A respeito da possibilidade de o PSD/CDS ter menos votos mas mais deputados que o PS, no Expresso escreve-se "[e]m Portugal, o método matemático utilizado para converter votos em mandatos é o método de Hondt. Contudo, como se segue o sistema de representação proporcional, existem sempre votos nos círculos eleitorais que não chegam para eleger deputados".
Quem leia essa conversa até poderia ficar a pensar que é por causa do sistema ser proporcional que há votos que não elegem deputados - na verdade há muitos mais votos desperdiçados num sistema maioritário (estou convecido que no Reino Unido a maior parte dos votos não contam para eleger deputado nenhum e que a maioria dos eleitores acabam por não ter verdadeiramente nenhum deputado que os represente), sendo muito mais prováveis os casos de "maiorias invertidas" (se o Expresso escrevesse "apesar de se seguir o sistema de representação proporcional" em vez de "como se segue..." já faria algum sentido).
Já há umas semanas tinham uma notícia sobre a Catalunha, em que diziam que a coligação separatista não tinha a maioria absoluta dos votos, mas que devido ao sistema proporcional poderia eleger a maioria dos deputados - como se num sistema maioritário não fosse acontecer a mesma coisa (na verdade, suspeito que se num sistema maioritário o partido mais votado tiver 40% dos votos e o segundo mais votado 15%, o resultado será o partido mais votado eleger os deputados quase todos).
Friday, September 18, 2015
"Como" ou "apesar"?
Publicada por Miguel Madeira em 17:52
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