Tuesday, September 29, 2020

O fascismo como reação ao socialismo

Além de ser a opinião mais que ortodoxa sobre o assunto, é também a tese de um recente paper - War, Socialism and the Rise of Fascism: An Empirical Exploration, por Daron Acemoglu, Giuseppe De Feo, Giacomo De Luca e Gianluca Russo (NBER Working Paper No. 27854):

The recent ascent of right-wing populist movements in many countries has rekindled interest in understanding the causes of the rise of Fascism in inter-war years. In this paper, we argue that there was a strong link between the surge of support for the Socialist Party after World War I (WWI) and the subsequent emergence of Fascism in Italy. We first develop a source of variation in Socialist support across Italian municipalities in the 1919 election based on war casualties from the area. We show that these casualties are unrelated to a battery of political, economic and social variables before the war and had a major impact on Socialist support (partly because the Socialists were the main anti-war political movement). Our main result is that this boost to Socialist support (that is “exogenous” to the prior political leaning of the municipality) led to greater local Fascist activity as measured by local party branches and Fascist political violence (squadrismo), and to significantly larger vote share of the Fascist Party in the 1924 election. We document that the increase in the vote share of the Fascist Party was not at the expense of the Socialist Party and instead came from right-wing parties, thus supporting our interpretation that center-right and right-wing voters coalesced around the Fascist Party because of the “red scare”. We also show that the veterans did not consistently support the Fascist Party and there is no evidence for greater nationalist sentiment in areas with more casualties. We provide evidence that landowner associations and greater presence of local elites played an important role in the rise of Fascism. Finally, we find greater likelihood of Jewish deportations in 1943-45 and lower vote share for Christian Democrats after World War II in areas with greater early Fascist activity.
Como disse, isso é a visão mais que ortodoxa sobre o fascismo, que será uma movimento de reação contra o socialismo - é uma visão que vai desde os marxistas ortodoxos (o fascismo como "ditadura aberta da burguesia") até Ernest Nolte, passando por Ludwing von Mises. Há exceções, como Bruno Rizzi (que considerava tanto o fascismo como o comunismo soviético como exemplos de uma tendência para o gestores não-proprietários substituírem  os capitalistas como a classe dominante) e imagino que tmbém os liberais como Hayek; e semi-exceções como os trotskistas (que consideram que o fascismo começa como uma movimento revolucionário da classe média tanto contra a classe operária como contra o grande capital, mas que só sobe ao poder quando é recuperado pelo grande capital como instrumento de luta contra o socialismo). Será que seria possível fazer também estudos similares ao paper acima para testar essas exceções e semi-exceções?

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