Friday, September 11, 2020

Os EUA à beira de uma insurreição? (II)

A respeito disto, eu imagino 4 situações que possam dar origem a uma revolta armada nos EUA nos próximos tempos:


a) Biden ganhar o voto popular mas Trump o colégio eleitoral, sobretudo se a "vitória" de Biden no sufrágio individual for por uma margem maior que a de Hillary

b) Haver alguma polémica (estilo Florida em 2000) decisiva para o resultado, e um decisão do Supremo, com todos os juizes "liberais" votando contra, dar a presidência a Trump

c) Biden for eleito, mas, antes da tomada de posse morrer ,algum juiz do Supremo Tribunal (RBG?) e os o presidente e o senado cessantes nomearem à pressa um conservador para o lugar

d) Trump ser reeleito e decretar alguma "ordem executiva" procedendo ao que na prática sejam mudanças constitucionais, como o número de imigrantes ilegais deixar de contar para a distribuição de lugares no congresso (bem, ele já tentou isso, mas talvez tentando mudar uns detalhes) ou os filhos de imigrantes ilegais deixarem de ser automaticamente cidadãos (ainda mais se isso for conjugado com com a) ou b))

e) Biden ser eleito e os Democratas terem a maioria no Senado e na Câmara e aproveitarem isso para fazer mudanças constitucionais de facto, como aumentarem o número de membros da Câmara dos Representantes (o que diminuiria o peso dos pequenos estados no Colégio Eleitoral - e até na própria Câmara, devido à regra que cada estado tem que ter no mínimo um representante), promoverem Porto Rico ou a cidade de Washington a estados ou aumentarem o número de membros do Supremo Tribunal (o que signficaria que os novos membros seriam Democratas) - tudo coisas que podem ser feitas por legislação ordinária sem mexer na constituição, mas que mudariam significativamente as regras do jogo

Neste cenários, só no último imagino uma rebelião vinda da direita; em todos os outros seria vinda da esquerda.

Ver também o post de 2012, Cenário para um guerra civil nos EUA.

1 comment:

João Vasco said...

No ponto b) a coisa pode nem chegar a passar tanto pelos juízes do Supremo Tribunal. Nuns tantos estados decisivos ainda não se contaram os votos por correio, o Trump está à frente e ordena a destruição IMEDIATA dos votos (alegando que são fraudulentos), sem apelo nem agravo.

O que quer que se siga a essa ordem (obviamente ilegal) - seja ela executada ou não - vai pôr os EUA à beira de uma insurreição.
E o lado que se insurge vai depender de se a ordem é executada ou não.