Wednesday, June 03, 2009

Ainda sobre o "caso Martim" - começam os disparates

Numa coisa este caso já está a ficar parecido com o "Esmeralda": nos disparates que começam a ser ditos.

Um exemplo - este post da "Familia Loureiro da Silva" e este suposto artigo de Ricardo Araújo Pereira (bem, este é um cómico, aceita-se que diga disparates de vez em quando).

Explicita (no 1º caso) ou implicitamente (no 2º), fazem referência a este acordão do Tribunal de Relação de Lisboa (também foi referido por vários comentadores nos fóruns que proliferam). Mas essa gente será analfabeta ou terá alguma forma de atraso cognitivo? Senão, veja-se o tal acordão:

58) O irmão da progenitora do menor, L, que é 7 anos mais novo, desde os 11 anos de idade que demonstrou um comportamento problemático ao nível da toxicodependência, mantendo um relacionamento difícil com a mãe e irmã. – relatório de fls. 213 e ss

59) Aos 23 anos de idade o L é detido por prática de crime de homicídio encontrando-se há três anos a cumprir uma pena de 9 anos no Estabelecimento Prisional. – relatório de fls. 213 e ss

(negritos meus)

O irmão da mãe da criança é 7 anos mais novo que ela, e aos 23 anos foi detido - conclusão a que qualquer pessoa com um QI superior ao de um repolho chega: a mãe em questão neste acordão tem pelo menos 30 anos. Ou seja, ESTE ACORDÃO NÃO TEM NADA A VER COM ESTE CASO (a mãe do Martim Leonardo tem 15 anos).

Outra passagem:

21) Após algum tempo, eram a sua mãe e o companheiro desta quem pagava a renda à progenitora, mas com a morte desse companheiro a situação material deixou de o proporcionar, pelo que a casa foi deixada e a progenitora voltou para a casa da avó materna do menor, sua mãe. – relatório de fls. 41 e ss

(...)

23) A progenitora do menor encontrou depois emprego no Hospital de Cascais, mas foi dispensada algum tempo mais tarde devido a conflitos com outras trabalhadoras. – relatório de fls. 41 e ss

24) O seu trabalho seguinte teve a duração de alguns meses e foi num cinema de Carcavelos explorado por T, onde iniciou um relacionamento amoroso com o filho da patroa, de 37 anos de idade e doente psiquiátrico. Devido à ingestão de álcool, deteriorou-se a relação laboral e a progenitora viu-se dispensada. – relatório de fls. 41 e ss

25) Então grávida, inicialmente verbalizava que o pai da criança era o filho da patroa. Contactou-o para lhe comunicar que dele estava grávida. – relatório de fls. 41 e ss

Veja-se a sequência - a "progenitora do menor" primeiro foi viver com um homem de 37 anos, depois foi trabalhar no Hospital de Cascais, depois no Cinema de Carcavelos, e foi nessa altura que ficou grávida. Atendendo que a mãe do Martim teve-o aos 13 anos, vê-se que é impossível que se esteja a falar da mesma pessoa - duvido que o Hospital de Cascais contrate funcionários com 11 ou 12 anos de idade.

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