O Ricardo Campelo Magalhães afirma que, nos EUA, neste momento a população empregada está ao mesmo nível que nos anos 50/60; a Priscila Rêgo e o João José Cardoso respondem e o RCM contra-responde.
Independentemente das críticas e contra-criticas que foram feitas de parte a parte, quero notar uma coisa (ou várias) - além de o emprego estar ao mesmo nível, os salários reais são provavelmente muito mais altos; e a produtividade também é muito maior; e se haver erros nas contas, provavelmente são para baixo, porque é sempre díficil apanhar nas estatísticas o aumento do nível de vida provocado pela inovação tecnológica.
E se fizermos a comparação, não com os anos 50/60, mas com os séculos XV e XVI, provavelmente a evolução será ainda mais positiva (seja a comparação feita com as tribos índias da época, seja com a Inglaterra da época).
Mas o que leva a se considerar uma situação como uma crise não é o bem-estar comparado com o passado distante (afinal, até na Grande Depressão provavelmente vivia-se muito melhor do que durante o Império Romano, mas não é por isso que deixamos de falar na "crise dos anos 30"); na prática, o que define uma crise é, não tanto a situação que as coisas estão "mal", mas sobretudo a sensação que as coisas estão "a piorar" - e aí temos a grande diferença entre os anos 60 e o momento actual: nos primeiros (com muitos altos e baixos) e tendência global era para a população empregada subir, enquanto que neste século a tendência tem sido para descer (no fundo, é uma das situações em que a derivada interessa mais do que a função original).
Friday, June 22, 2012
O emprego e os anos 50/60
Publicada por Miguel Madeira em 23:52
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