De vez em quando, nomeadamente nos blogs, surge a tese de que Allende, embora eleito, se comportaria como um "ditador" (p.ex. aqui).
Ora, segundo os relatórios (download em .xls aqui) da Freedom House, uma instituição que penso insuspeita de simpatias "esquerdistas" (o seu Board of Trustees até tem muita gente de direita), em 1972, o Chile tinha um indíce de "liberdades civis" de 2 (sendo 1 o máximo e 7 o mínimo), o mesmo grau de, por exemplo, a Finlândia, Irlanda, Itália, Malta ou San Marino. Em termos de "representação politica" (já não um indíce de "liberdade", mas de "democracia"), tinha um 1, ficando, p.ex., à frente da Finlândia (não me perguntem qual o critério da FH para chegar a essa conclusão).
Outros exemplos: durante o governo de Allende, o jornal "El Mercurio", o principal porta voz da direita foi impedido de publicar, mesmo nos dias após a intentona de 29 de Junho de 1973? Quando houve as manifestações das "panelas vazias" contra Allende a policia de choque dispersou as manifestantes? Não!
Muitas vezes, os vendedores da tese do "ditador Allende" falam das "violências e ilegalidades" cometidas por apoiantes de Allende, mas, quando se vai ver as listas de "violências e ilegalidades" que publicam, são compostas esmagadoramente por ocupações de terras e empresas. Ora, independentemente da opinião que tenhamos sobre as ocupações (eu sou a favor, a direita e o PC costumam - por razões distintas - ser contra, e foram-no no Chile), uma ocupação não é uma violação das liberdades civis ou politicas (que, na minha opinião, é o que distingue um "ditador").
É verdade que (como frequentemente refere Claudio Tellez do Insurgente) houve casos de proprietários rurais mortos pelo Movimiento de Izquierda Revolucionária durante ocupações de terras, mas muitas dessas mortes aconteceram no contexto de confrontos físicos (nomeadamente tiroteios) entre os proprietários e os "sem-terra", ou seja, não se tratou propriamente de "assassínios a sangue-frio" de adversários políticos.
E, se vamos falar de violência politica, os extremistas de direita da Patria y Libertad e grupos afins têm uma grande quota parte da que ocorreu durante o governo de Allende (p.ex., o assassinio do chefe do exército, René Schneider, ainda antes da posse presidencial).
Ora, segundo os relatórios (download em .xls aqui) da Freedom House, uma instituição que penso insuspeita de simpatias "esquerdistas" (o seu Board of Trustees até tem muita gente de direita), em 1972, o Chile tinha um indíce de "liberdades civis" de 2 (sendo 1 o máximo e 7 o mínimo), o mesmo grau de, por exemplo, a Finlândia, Irlanda, Itália, Malta ou San Marino. Em termos de "representação politica" (já não um indíce de "liberdade", mas de "democracia"), tinha um 1, ficando, p.ex., à frente da Finlândia (não me perguntem qual o critério da FH para chegar a essa conclusão).
Outros exemplos: durante o governo de Allende, o jornal "El Mercurio", o principal porta voz da direita foi impedido de publicar, mesmo nos dias após a intentona de 29 de Junho de 1973? Quando houve as manifestações das "panelas vazias" contra Allende a policia de choque dispersou as manifestantes? Não!
Muitas vezes, os vendedores da tese do "ditador Allende" falam das "violências e ilegalidades" cometidas por apoiantes de Allende, mas, quando se vai ver as listas de "violências e ilegalidades" que publicam, são compostas esmagadoramente por ocupações de terras e empresas. Ora, independentemente da opinião que tenhamos sobre as ocupações (eu sou a favor, a direita e o PC costumam - por razões distintas - ser contra, e foram-no no Chile), uma ocupação não é uma violação das liberdades civis ou politicas (que, na minha opinião, é o que distingue um "ditador").
É verdade que (como frequentemente refere Claudio Tellez do Insurgente) houve casos de proprietários rurais mortos pelo Movimiento de Izquierda Revolucionária durante ocupações de terras, mas muitas dessas mortes aconteceram no contexto de confrontos físicos (nomeadamente tiroteios) entre os proprietários e os "sem-terra", ou seja, não se tratou propriamente de "assassínios a sangue-frio" de adversários políticos.
E, se vamos falar de violência politica, os extremistas de direita da Patria y Libertad e grupos afins têm uma grande quota parte da que ocorreu durante o governo de Allende (p.ex., o assassinio do chefe do exército, René Schneider, ainda antes da posse presidencial).
1 comment:
muita malta tenta fazer isto. nada de novo. de certa forma é quase uma forma de desculpabilização do apoio que os eua deram ao pinochet, algo necessario para os "pro americanos" primarios.
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