No Rabbit's blog, Luis Pedro argumenta que "tentar colocar [o nacional-socialismo] como de direita é algo forçado" e que o "nacional-socialismo, como o fascismo italiano, devem mais a Marx, a Lenine e a Rousseau do que a Burke, a Bastiat ou a Tocqueville".
A mim parece-me que o nacional-socialismo alemão é inequivocamente de direita, e o fascismo italiano, embora até tivesse alguns genes de esquerda, também fez uma politica claramente de direita (quanto aos "nacionais-revolucionários", de Nasser e Perón a Olanta Humalla, passando pelo baathismo, já admito que são mais dificeis de qualificar, podendo talvez, alguns deles, ser postos na "esquerda").
Analisando os argumentos de Luis Pedro, em primeiro lugar, ele escolhe logo, para representar a direita, pensadores "atípicos" - se excluirmos Burke, os outros dois têm pouco a ver com a tradição direitista "clássica" (quando foi deputado, Bastiat até se sentava na esquerda - embora, claro, o conceito de esquerda mudou um bocado de 1848 até hoje). Possivelmente, Luis Pedro escolheu esses autores porque é a "direita" com que ele mais se identifica, mas o facto de nazis e fascistas não serem da direita "dele" não que dizer que não sejam de direita (se, para representar a direita, escolhessemos os contra-revolucionários franceses ou alemães, não seria dificil encontrar semelhanças com o fascismo).
No caso do nacional-socialismo alemão, as suas raizes ideológicas estão claramente "à direita": a principal influência intelectual do nazismo foi a "revolução conservadora" alemã, um movimento auto-proclamado "conservador" (é certo que os "conservadores revolucionários" não gostavam dos nazis, mas os nazis admiravam os "conservadores revolucionários"). O "Partido dos Trabalhadores Alemães" (o antepassado do Partido Nacional-Socialista) foi fundado, para combater a revolução alemã de 1918, por influência da "Sociedade de Thule", um grupo que misturava o misticismo esotérico com o conservadorismo político.
Em termos de alianças partidárias, o partido com que mais frequentemente os Nacionais-Socialistas se aliavam era com o Partido Nacional-Popular Alemão (DNVP), o antigo Partido Conservador de Bismarck. Se o DNVP, o partido da aristocracia tradicional prussiana, não era de "direita", não sei o que seria "direita"; e se os nazis se aliavam preferencialmente a esse partido, é um bom indicio para os pôr também na "direita". Aliás, quando o moderno NPD foi criado na Alemanha, tanto os neo-nazis como os sobreviventes do DNVP foram para lá, o que indica que as diferenças talvez nem fossem tantas assim.
Os nacionais-socialistas tinham "socialista" no nome, mas tinham um "nacional" atrás, e isso muda muita coisa (como pôr "popular" à frente de "democracia"): o que o "nacional" quer dizer é, exactamente, que já não se trata de um socialismo de "luta de classes", de "tirar aos ricos para dar aos pobres", mas de um "socialismo" de "colaboração de classes", de o Estado pôr as diferentes classes sociais a "trabalhar em conjunto" para "objectivos comuns". A mim parece-me que o "nacional-socialismo" tem mais em comum com o "conservadorismo tradicional" (e a sua visão de uma sociedade hierárquica e paternalista, em que as classes baixas devem respeitar e obedecer às classes altas, e estas "tratar bem" as classes baixas) do que com o "socialismo tradicional" (com o seu igualitarismo e luta de classes). De certa forma, talvez se possa dizer que o ideal do nazismo, do fascismo, da "revolução conservadora", etc. era restaurar uma organização social de tipo medieval, mas no contexto duma economia industrial moderna (aliás, é revelador o sucesso desse tipo de ideias em países como a Alemanha ou o Japão - países que saltaram quase directamente do feudalismo para a indústria pesada, sem uma revolução social pelo meio).
É um facto que os nazis e fascistas praticavam o intervencionismo económico, mas isso não basta para os qualificar de "esquerda": até há pouco tempo, os partidos "conservadores" também eram fortemente intervencionistas - mesmo os conservadores ingleses, talvez o partido conservador mais "liberal", foram fundados a partir dos defensores do proteccionismo agricola. O que caracteriza a "esquerda" é o elemento igualitarista e redistributivo do intervencionismo estatal, que não é significativo nas ideologias nazi e fascista (aliás, tal como a direita não tem que ser "liberal", a esquerda também não tem forçosamente que ser intervencionista).
É certo que, sobretudo no principio dos anos 20, os nazis tinham um discurso hostil ao "capital financeiro", mas mesmo esse género de atitude ("industriais e operários - bons; banqueiros - maus") também não é raro entre os conservadores mais ideológicos, que consideram a propriedade sólida (terras, fábricas) superior à propriedade fluida (dinheiro, títulos) - a versão actualizada do conservadorismo dos séc. XVIII e XIX, que considerava a riqueza em terra superior à riqueza em dinheiro (e a nobreza superior à burguesia). Afinal, até nos EUA, aonde o conservadorismo é muito mais favorável aos capitalistas do que no resto do mundo, os ultra-conservadores, como a John Birch Society, falam contra os "banqueiros internacionais", a familia Rockefeller, etc.
Quanto ao fascismo, ainda que até tenha tido mais influência esquerdista (Mussolini tinha sido socialista, muitos fascitas tinha sido inspirados pelo sindicalismo revolucionário e por Georges Sorel) as suas politicas (e base de apoio) até foram ainda mais parecidas com o conservadorismo típico do que o nazismo.
Finalmente, leia-se o que fascistas assumidos escrevem, como esta entrevista de Rodrigo Emilio, aonde mistura sem grandes problemas referencias fascistas e conservadoras-tradicionalistas, ou blogs como o Fascismo em Rede, em que não é raro citar autores do campo monárquico-tradicionalista.
Eu até reconheço razão aos liberais numa coisa: associar o liberalismo ao fascismo, por serem ambos de direita, não faz grande sentido (afinal, o fascismo é capaz de ter sido a tentativa de fundir o conservadorismo e o socialismo contra o liberalismo). Mas como grande parte dos liberais que há por aí são liberais-conservadores (o que talvez nem seja o caso do Luis Pedro), já podem ser considerados "parentes" do fascismo (devido à influência conservadora em ambos).
A mim parece-me que o nacional-socialismo alemão é inequivocamente de direita, e o fascismo italiano, embora até tivesse alguns genes de esquerda, também fez uma politica claramente de direita (quanto aos "nacionais-revolucionários", de Nasser e Perón a Olanta Humalla, passando pelo baathismo, já admito que são mais dificeis de qualificar, podendo talvez, alguns deles, ser postos na "esquerda").
Analisando os argumentos de Luis Pedro, em primeiro lugar, ele escolhe logo, para representar a direita, pensadores "atípicos" - se excluirmos Burke, os outros dois têm pouco a ver com a tradição direitista "clássica" (quando foi deputado, Bastiat até se sentava na esquerda - embora, claro, o conceito de esquerda mudou um bocado de 1848 até hoje). Possivelmente, Luis Pedro escolheu esses autores porque é a "direita" com que ele mais se identifica, mas o facto de nazis e fascistas não serem da direita "dele" não que dizer que não sejam de direita (se, para representar a direita, escolhessemos os contra-revolucionários franceses ou alemães, não seria dificil encontrar semelhanças com o fascismo).
No caso do nacional-socialismo alemão, as suas raizes ideológicas estão claramente "à direita": a principal influência intelectual do nazismo foi a "revolução conservadora" alemã, um movimento auto-proclamado "conservador" (é certo que os "conservadores revolucionários" não gostavam dos nazis, mas os nazis admiravam os "conservadores revolucionários"). O "Partido dos Trabalhadores Alemães" (o antepassado do Partido Nacional-Socialista) foi fundado, para combater a revolução alemã de 1918, por influência da "Sociedade de Thule", um grupo que misturava o misticismo esotérico com o conservadorismo político.
Em termos de alianças partidárias, o partido com que mais frequentemente os Nacionais-Socialistas se aliavam era com o Partido Nacional-Popular Alemão (DNVP), o antigo Partido Conservador de Bismarck. Se o DNVP, o partido da aristocracia tradicional prussiana, não era de "direita", não sei o que seria "direita"; e se os nazis se aliavam preferencialmente a esse partido, é um bom indicio para os pôr também na "direita". Aliás, quando o moderno NPD foi criado na Alemanha, tanto os neo-nazis como os sobreviventes do DNVP foram para lá, o que indica que as diferenças talvez nem fossem tantas assim.
Os nacionais-socialistas tinham "socialista" no nome, mas tinham um "nacional" atrás, e isso muda muita coisa (como pôr "popular" à frente de "democracia"): o que o "nacional" quer dizer é, exactamente, que já não se trata de um socialismo de "luta de classes", de "tirar aos ricos para dar aos pobres", mas de um "socialismo" de "colaboração de classes", de o Estado pôr as diferentes classes sociais a "trabalhar em conjunto" para "objectivos comuns". A mim parece-me que o "nacional-socialismo" tem mais em comum com o "conservadorismo tradicional" (e a sua visão de uma sociedade hierárquica e paternalista, em que as classes baixas devem respeitar e obedecer às classes altas, e estas "tratar bem" as classes baixas) do que com o "socialismo tradicional" (com o seu igualitarismo e luta de classes). De certa forma, talvez se possa dizer que o ideal do nazismo, do fascismo, da "revolução conservadora", etc. era restaurar uma organização social de tipo medieval, mas no contexto duma economia industrial moderna (aliás, é revelador o sucesso desse tipo de ideias em países como a Alemanha ou o Japão - países que saltaram quase directamente do feudalismo para a indústria pesada, sem uma revolução social pelo meio).
É um facto que os nazis e fascistas praticavam o intervencionismo económico, mas isso não basta para os qualificar de "esquerda": até há pouco tempo, os partidos "conservadores" também eram fortemente intervencionistas - mesmo os conservadores ingleses, talvez o partido conservador mais "liberal", foram fundados a partir dos defensores do proteccionismo agricola. O que caracteriza a "esquerda" é o elemento igualitarista e redistributivo do intervencionismo estatal, que não é significativo nas ideologias nazi e fascista (aliás, tal como a direita não tem que ser "liberal", a esquerda também não tem forçosamente que ser intervencionista).
É certo que, sobretudo no principio dos anos 20, os nazis tinham um discurso hostil ao "capital financeiro", mas mesmo esse género de atitude ("industriais e operários - bons; banqueiros - maus") também não é raro entre os conservadores mais ideológicos, que consideram a propriedade sólida (terras, fábricas) superior à propriedade fluida (dinheiro, títulos) - a versão actualizada do conservadorismo dos séc. XVIII e XIX, que considerava a riqueza em terra superior à riqueza em dinheiro (e a nobreza superior à burguesia). Afinal, até nos EUA, aonde o conservadorismo é muito mais favorável aos capitalistas do que no resto do mundo, os ultra-conservadores, como a John Birch Society, falam contra os "banqueiros internacionais", a familia Rockefeller, etc.
Quanto ao fascismo, ainda que até tenha tido mais influência esquerdista (Mussolini tinha sido socialista, muitos fascitas tinha sido inspirados pelo sindicalismo revolucionário e por Georges Sorel) as suas politicas (e base de apoio) até foram ainda mais parecidas com o conservadorismo típico do que o nazismo.
Finalmente, leia-se o que fascistas assumidos escrevem, como esta entrevista de Rodrigo Emilio, aonde mistura sem grandes problemas referencias fascistas e conservadoras-tradicionalistas, ou blogs como o Fascismo em Rede, em que não é raro citar autores do campo monárquico-tradicionalista.
Eu até reconheço razão aos liberais numa coisa: associar o liberalismo ao fascismo, por serem ambos de direita, não faz grande sentido (afinal, o fascismo é capaz de ter sido a tentativa de fundir o conservadorismo e o socialismo contra o liberalismo). Mas como grande parte dos liberais que há por aí são liberais-conservadores (o que talvez nem seja o caso do Luis Pedro), já podem ser considerados "parentes" do fascismo (devido à influência conservadora em ambos).
17 comments:
lá por não serem liberais no senso estrito, não significa que não sejam de direita.
alias a organização economica de tipo fascista e nazi é conhecida como corporativismo, faz lembar algo?
de resto, se lermos os textos dessa malta reconhecemos muito bem laivos de conservadorismo e pensamento de direita no seu "melhor", com goethe à mistura.
Citando Benito Mussolini: "O fascismo devia ser chamado corporativismo, porque é uma fusão do Estado e do poder corporativo."
ao contrario da esquerda, tanto o partido nazi alemão como o partido fascista italiano encaravam o controlo estatal como forma de eliminar o conflito nas relações laborais. e não o fim das classes.
"conservador revolucionário" é uma contradição.
Os nazis nunca foram, nem na palavra, nem na prática, pela manutenção das instituições existentes. Nunca foram conservadores.
Entre revolucionário e conservador, um nazi está muito mais próximo dum revolucionário. O facto de ser uma revolução para trás, faz dele, parafraseando Rui Ramos, um revolucionário ao contrário, mas não um anti-revolucionário.
Não foram elitistas, sempre falaram das "massas". Não foram individualistas, sempre falaram do Povo.
Já agora, acho que Salazar, esse sim, era um ditador de direita, que não se identificava quase nada (sobretudo depois da 2ª guerra já nem lhes presta lip service) com as ideias das massas, da revolução, da guerra gloriosa..., mas que era, ao extremo, um conservador.
(para o agitador: citando Adolf Hitler: "Entre o Marxismo e o Nazismo não há diferenças fundamentais.")
O nazismo alemão ou o fascismo italiano eram movimentos da direita. Eram assim reconhecidos pelos outros partidos ou movimentos, e pelos regimes instituídos. Salazar, por exemplo, encontrava afinidades com Mussolini que nunca encontrou com os regimes parlamentares (que desprezava) ou com os regimes comunistas (que odiava profundamente).
Aliás, concordo com o Miguel Madeira quando ele diz que:
«o ideal do nazismo, do fascismo, da "revolução conservadora", etc. era restaurar uma organização social de tipo medieval». Só acrescento que este era também o ideal do salazarismo ou do franquismo. A diferença é que a Alemanha e a Itália dos anos 20 e 30 estavam num estádio de desenvolvimento industrial que impedia qualquer veleidade de regresso à «ordem medieval» sonhada.
caro luis pedro,
não compreende o raciocinio dos nazis... não falavam em elites, mas defendiam a existencia de elites e a sua manutenção em cargos de poder.
quando falava em povo referia-se a volks, é uma coisa diferente.
basta ver os textos de indole nazi, está tudo lá escrito e descrito.
hitler deve ter afirmado isso num golpe populista para angariar votos de trabalhadores ou então algures na sua mente retorcida pensasse assim, mas as diferenças são muitas e evidentes.
alias os nazis tem como alvo preferido os marxistas e outros.
«"conservador revolucionário" é uma contradição.»
quando muito, será um paradoxo, mas não uma contradição insanável: uma pesso pode perfeitamente defender os valores da Ordem, Tradição e Autoridade sem gostar da ordem concreta em que vive momentaneamente - pode achar essa ordem demasiado "desordenada". Os "conservadores revolucionários" eram "revolucionários" contra Weimar, mas "conservadores" porque baseavam a sua oposição nas tradições alemãs e prussianas.
Spengler até disse qualquer coisa como "ser conservador não é defender a ordem momentanea, é defender os valores eternos".
Aliás, mesmo entre os conservadores e tradicionalistas mais "normais" dessa época (i.e., monárquicos, clericais, etc.), a maior parte eram contra a ordem insituida - o Integralismo Luisitano, a Action Française, os monárquicos espanhois, etc., eram todos contra a "ordem momentanea" em que viviam.
E, hoje em dia, o que mais há por aí é conservadores com um discurso anti-ordem momentanea: pelo desmantelamento do Estado Social, contra o "politicamente correcto" (seja lá o que isso fôr), etc.
«citando Adolf Hitler: "Entre o Marxismo e o Nazismo não há diferenças fundamentais."»
Acho que se formos à procura, encontrariamos mais facilmente nazis (e talvez o próprio Hitler) dizendo "entre marxismo e capitalismo não há diferenças fundamentais" (com várias combinações, alternado "marxismo" com "bolchevismo" e "capitalismo" com "liberalismo")
"A diferença é que a Alemanha e a Itália dos anos 20 e 30 estavam num estádio de desenvolvimento industrial que impedia qualquer veleidade de regresso à «ordem medieval» sonhada. "
Penso que a diferença não seria só essa: os fascistas e os nazis não se limitavam a "aceitar" a industrialização - defendiam-na entusiasticamente.
1) Que os nazis fossem o alvo de marxistas coloca o nazis tanto à direita como o socialismo agrário que também era o alvo de ataques marxistas. As esquerdas sempre se envolveram em picardias, muitas vezes até à morte.
Os comunistas e os nazis degladiavam-se por outra razão fundamental: tinham as mesmas bases de apoio.
2) Defender entusiasticamente a industrialização era algo que colocava, novamente, os nazis perto dos marxistas.
3) Acho mesmo muito difícil que se encontre hitler a afirmar-se um liberal. Várias são, no entanto, as suas afirmações de ser um socialista de uma espécie ou outra.
4) Eu sei que a concepção volkisch não é exactamente a concepção de povo de Marx. Mas, e volto à minha tese inicial, encontramos ecos dela nos actuais movimentos indígenas da América do Sul que são apoiados à esquerda.
5) Podemos citar um autor monárquico que, no séc XVIII, era conservador para apoiar as nossas posições, mas isso não faz de nós um conservador.
Quando Burke defende a aristocracia, fá-lo duma base que hoje é indefensável, a da tradição (t minúsculo). Defender a mesma sociedade que ele defendia, não é uma posição conservador.
6) Havia elementos que os nazis e os fascistas italianos foram buscar às direitas (sobretudo quanto ao papel da igreja). Não foram regimes puros, mas os elementos de esquerda estão lá.
"1) Que os nazis fossem o alvo de marxistas coloca o nazis tanto à direita como o socialismo agrário que também era o alvo de ataques marxistas. As esquerdas sempre se envolveram em picardias, muitas vezes até à morte."
Penso que o argumento do agitador até era o oposto: que os marxistas eram o alvo dos nazis.
"Os comunistas e os nazis degladiavam-se por outra razão fundamental: tinham as mesmas bases de apoio."
Não sei se teriam: li algures que, na alemanha de Weimar "quando alguém ia para o desemprego, se era operário, tornava-se comunista; se era de classe média, tornava-se nazi". Creio também que há estudos indicando que grande parte do eleitorado nazi vei dos partidos centristas.
"2) Defender entusiasticamente a industrialização era algo que colocava, novamente, os nazis perto dos marxistas."
E de mais um monte de ideologias políticas (à esquerda e à direita) e em oposição a outro monte delas (à esquerda e à direita)
"3) Acho mesmo muito difícil que se encontre hitler a afirmar-se um liberal. Várias são, no entanto, as suas afirmações de ser um socialista de uma espécie ou outra."
Há muitos fascistas que se afirmaram "tradicionalistas" ou "reaccionários" (o meu ponto não é que o nazismo ou o fascismo tenham raizes liberais, mas sim conservadoras/tradicionalistas)
"4) Eu sei que a concepção volkisch não é exactamente a concepção de povo de Marx. Mas, e volto à minha tese inicial, encontramos ecos dela nos actuais movimentos indígenas da América do Sul que são apoiados à esquerda."
Eu até creio que Marx não tinha nenhuma "concepção de povo" - apenas de classes. Mas o conceito de "Volk" (que tem muito a ver com história e tradições partilhadas) até me parece tipicamente conservador.
caro luis pedro,
a direita não se esgota no liberalismo ou no conservadorismo, existe o liberalismo radical e o conservadorismo radical.
assim como a esquerda não se esgota no marxismo, ou no estalinismo.
marx não tinha conceito de povo como algo aparte, ou como uma coisa em si, para ele tratava-se apenas do conjunto de individuos.
e tratou apenas das relações socio-economicas entre eles.
hitler usava e abusava de citações e pensadores alemães, basta ver o uso que fez de nietzche e outros.
o nazismo recusava a luta de classes, o ponto base de marx.
Dado que todos ja disseram o essencial, deixo um link:
http://armadilhaparaursosconformistas.blogspot.com/2006/03/jogos-de-palavras.html
«os fascistas e os nazis não se limitavam a "aceitar" a industrialização - defendiam-na entusiasticamente»
Sim. E eram expansionistas, se necessário pela via militar. Mas tanto o Salazar como o Franco herdaram impérios coloniais. O que não foi o caso do Hitler ou do Mussolini.
Hitler não era conservador . Hitler era liberal .
Sim Hitler era socialista.
Hitler era liberal . Nunca foi conservador . E como disseram ” o nazismo era uma ideologia de extrema direita ”
Mentira . O nazismo era ideologia liberal e socialista , é bem fácil provar isso .
Nos arquivos sexuais nazistas encontramos …
* Nazistas eram a favor de orgias e incestos .Inclusive faziam-se inúmeras orgias com milhares de pessoas com o “puro sangue ariano “.
( conservadores de direita são contra orgias e incestos / liberais de esquerda são a favor )
Leftism: from de Sade and Marx to Hitler and Marcuse
“Leftism, From de Sade and Marx to Hitler and Marcuse”,
(Esquerdismo: a partir de Sade e Marx a Hitler e Marcuse)
Quem quiser fazer o Download .
http://mises.org/resources/6581/Leftism-From-de-Sade-and-Marx-to-Hitler-and-Marcuse
O partido nazista era assumidamente socialista .
Outro livro mostrando como o nazismo era socialista de esquerda .
“Esquerdismo Revisited: De Sade e Marx a Hitler e Pol Pot .
“O autor explica longamente a origem esquerdista do nacional-socialismo, assim como o comunismo. Ele disseca metodicamente a mentalidade de esquerda, enquanto rastreamento basicamente tudo o que ele vê como de esquerda, de volta para a Revolução Francesa e é rescaldo . Ao contrário da crença popular, o fascismo é um movimento de esquerda. Uniformidade imposta e a exaltação do estado acima de tudo é uma invenção de esquerda que tem as mesmas origens como o comunismo. Mussolini era um ex-socialista. Os nazistas viam todos os comunistas alemães como recrutas em potencial. Eles também foram aristocrata, anti-tradição e anti-capitalista. As regras direito pela autoridade, as regras deixadas por coerção. Há uma diferença. materialismo, do racismo igualitarismo, o nacionalismo exacerbado, totalitarismo e são todos de esquerda.”
http://www.amazon.com/Leftism-Revisited-Sade-Marx-Hitler/dp/0895265370
quem construiu a democracia foram os conservadores , desde Platão , Aristóteles , Sócrates , Sêneca , até John Locke e Jean-Jacques Rousseau .Inclusive os direitos e deveres que temos hoje foram construídos através do conservadorismo , isso se encaixa em toda a advocacia , como no DIREITO NATURAL e o DIREITO INDIVIDUAL , feito por conservadores . Quem construiu a democracia , os liberais ? os jacobinos ? Não , quem construiu a democracia foram os conservadores . O direito natural e individual para se manter uma liberdade justa a todos , é impor limites a todos . E o que vemos são grupos liberais tentando abaixar a idade de consentimento , legalização e descriminalização de drogas , compra e venda de órgãos humanos , são justamente os grupos liberais que atrapalham as liberdades individuais e coletivas quando fazem marcha da maconha ao lado de crianças e adolescentes .Temos que ter o bom senso para distinguir o que deve ser conservado e o que não deve .
Do outro lado existem pesquisas que mostram que liberais são mais propensos a sofrerem de doenças mentais .
http://neuropolitics.org/defaultoct05.asp
Alguns trechos da matéria : Política Radium : O Liberal Tendência para os transtornos depressivos,Na edição do mês passado de Neuropolitics.org , discutimos a tendência mais forte para os liberais a apresentar uma grande variedade de transtornos de ansiedade. Este era político do rádio , e uma forte evidência de variações neurológicas entre liberais e conservadores, em média.A depressão é um termo genérico usado para resumir uma série de doenças psicológicas, tais como transtorno depressivo maior, distimia (depressão crônica leve), transtorno bipolar, cyclothemia (leve transtorno bipolar), Seasonal Affective Disorder (SAD), e depressão pós-parto.Em nossa pesquisa mais recente, os liberais em geral, eram 64% mais propensas a relatar depressão maior, 320% mais probabilidade de relatar o transtorno bipolar, 50% mais probabilidade de relatar depressão leve, e 113% mais probabilidade de relatar Seasonal Affective Disorder.Eles também foram mais propensos a usar uma variedade de anti-ansiedade e depressivos drogas, tais como ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação) – 86% a mais provável, e Anti-ansiedade drogas – 159% a mais provável. SNRIs (Norepinefrina Inibidores Seletivos da Recaptação) e Tricyclics também foram utilizados em uma taxa mais elevada, mas não em números significativos tanto para liberais ou conservadores.
no gráfico abaixo, os liberais de ambos os sexos mostram uma elevação no Transtorno Afetivo Sazonal.
Outro estudo realizado no EUA , revelou que é mais provável que um liberal seja pedófilo que um conservador .
No meu ver os únicos valores duvidosos são os liberais , alguns grupos liberais querem a legalização da pedofilia ( tom o carrol , shotacon , nambla ) .
Liberais querem compra e venda de órgãos humanos , legalização de drogas . Os únicos valores duvidosos são justamente os dos liberais .
http://www.hyscience.com/archives/2008/09/modern_liberali.php
Liberalismo , as causas psicológicas da loucura política.
” Dr. Lyle Rossiter, Jr., MD, escreveu um livro sobre a irracionalidade do liberalismo moderno sendo o produto de psicopatologia: a neurose de transferência maciça encenados em arenas políticas do mundo, com efeitos devastadores sobre as instituições da liberdade: ”
"Hitler não era conservador . Hitler era liberal .
Sim Hitler era socialista."
Afinal, era socialista ou era liberal?
Para falar a verdade, eu até poderia aceitar que se caracteriza-se o nacional-socialismo como uma tentativa de fazer a sintese entre o socialismo e o conservadorismo contra o liberalismo, ideia que até não é rara na história alemã (veja-se a aliança entre Bismark e Lassalle; a tendência dos autores do Romantismo Alemão para serem ou reaccionários ou revolucionários, mas sempre contra o capitalismo industrial e o regime parlamentar moderado; o apoio dos "socialistas de catedra" ao regime imperial; ou a popularidade do "historicismo económico" - uma teoria largamente alemão - tanto entre a direita tradicionalista como entre alguma "nova esquerda").
Mas chamar "liberal" ao nazismo (uma doutrina que é quase o oposto polar do liberalismo; mas está tudo doido?)...
De qualquer forma, se o nazismo é de esquerda, porque é que, nos anos 20/30, o seu aliado preferencial nas eleições era o partido conservador (o DNVP)? O porque é que os deputados nazis se sentavam no lado direito do reichtag?
E, nas questões politicas "quentes" da época na Alemanha (Tratado de Versailles, derrota na I Guerra, Repulica de Wemar, "perigo vermelho"), a posição nazi era praticamente idêntica à da extrema-direita tradicional (basicamente "O exercito alemão estava a ganhar a guerra, mas foi apunhalado nas costas pelos politicos e pelos bolcheviques; a Républica de Weimar é um regime de traidores, que assinaram a capitulação de Versailles e que são incapazes de manter a ordem nas ruas contra o vermelhos" - defender isto era a marca distintiva da direita alemã, e os nazis defendiam isto, logo eram de direita.
Muito do argumento para demonstrar que o nazismo seria de esquerda consiste em ir buscar questões que são importantes HOJE e dizer que nessas questões os nazis defendiam as mesmas posições que a esquerda (às vezes chegam ao ridículo de referir o "ambientalismo" - quando a oposição à sociedade industrial era, tradicionalmente, uma marca tipica da direita, só tendo passado para a esquerda muito recentemente); mas seria como incluir Kant na filosofia russa... (só porque hoje em dia a cidadde dele fica na Rússia).
"quem construiu a democracia foram os conservadores , desde Platão , Aristóteles , Sócrates , Sêneca , até John Locke e Jean-Jacques Rousseau ."
É dificil discutir a ideologia dos filósofos clássicos (ou, já agora, o seu contributo para a democracia; Platão era o anti-democrata por excelência, embora também não me parece que ele fosse um conservador).
Mas, dos modernos, não me parece nem que Locke nem que Rosseau fosse conservadores - o primeiro era um típico liberal clássico (nem sequer seria um liberal-conservador, como David Hume ou Edmund Burke, que defendiam as liberdades inglesas como um produto particular da história e tradições inglesas; Locke defendia-as mais como sendo a expressão do direito natural abstracto e universal).
Quanto a Rosseau, seria quase um radical de esquerda.
Para quem venha cá chegado do blog do Luciano Ayan
http://ventosueste.blogspot.pt/2012/08/nacional-socialismo-esquerda-e-direita.html
Post a Comment