Ainda a respeito da aquisição original, Rui Botelho Rodrigues escreve mais algumas coisas, entre as quais:
Primeiro, gostava de salientar a distinção entre «uso» e «transformação». É que o processo de apropriação, como eu o entendo, não é apenas o simples uso, mas a transformação de um recurso natural de forma a acrescentar-lhe valor – um pedaço de terra coberto de vegetação selvagem não é o mesmo que uma plantação. Um ser humano pode utilizar a vegetação selvagem (por exemplo, colher frutos ou vegetais) sem o transformar: na verdade, o que acontece é que subtrai recursos, não acrescenta. Outro ser humano que transforme o terreno selvagem em propriedade produtiva fez o contrário: acrescentou recursos através do seu trabalho.Eu ainda estou trabalhando em mais uns posts sobre a questão da ética argumentativa (uma combinação de muito trabalho no mundo real, desdobramento blogosférico e, sobretudo, procrastinação aguda estão a atrasá-los).
O ponto do uso vs. transformação até me parece bastante pertinente; no entanto, tinha uma questão acerca dele - um agricultor itinerante (daquele modelo "queimar mata » plantar durante uns anos » mudar-se para outra zona"); considera-se "uso" ou "transformação"?
[E, já agora, volto a citar o meu post Aquisição de propriedade sobre bens em “estado de natureza, que acho que gira muito à volta dessa questão e também algum outro material a montante e jusante]
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