Saturday, July 08, 2006

O DDT e a malária

N'O Insurgente, BrainstormZ, num post sobre a malária, cita um artigo do Ludwing von Mises Institute argumentando que a luta contra a malária falhou devido à proibição do uso de DDT, pesticida usada para combater o mosquito que transmite a malária (ou paludismo).

Só que o que foi proibido, nos anos 70, foi o uso do DDT como pesticida agricola - o seu uso para combate a doenças (nomeadamente a malária) continuou, o que parece deitar por terra o argumento de Lew Rockwell (o autor do tal artigo).

Na verdade, até há algumas razões para crer que o uso agricola do DDT terá contribuído para a expansão da malária. Porquê? Porque, quanto mais se usa o DDT na agricultura, mais DDT existirá no ecosistema em geral. Ora, a existência de DDT "difuso" no ambiente contribui para o aparecimento, entre as várias espécies animais, de estripes resistentes ao pesticida, nomeadamente de mosquitos Anopheles resistentes. Ou seja, quanto mais DDT é utilizado, menor é a eficiência de uma dose de DDT, o que leva a que, quanto mais o DDT for utilizado na agricultura, menor será a eficiência do DDT utilizado na luta contra a malária.

Nada que não conheçamos da vida quotidiana - se uma pessoa toma um dado medicamento muitas vezes, ele acaba por fazer menos efeito do que faria se tomado só nos casos de maior necessidade.

2 comments:

Anonymous said...

o ddt é uma porcaria, mais um daqueles produtos aprovados à pressa, como ainda hoje acontece.

apareceu um livrinho a manda-lo para as urtigas, e instalou-se o escandalo.

o ddt ainda é usado nos paises pobres (o que hoje em dia é uma estupidez completa). o ddt é toxico e bioacumulavel.
ao longo da cadeia alimentar a sua concentração vai aumentando, boaumentação.

não se morre pela doença, mas morre-se pela cura.

o resto é senso comum.

Anonymous said...

o artigo, no fundo, tem um objectivo: lixar os ambientalistas.