Wednesday, April 16, 2008

O problema do monopólio da terra: Mises à esquerda

A partir da tradução publicada por Guilherme Roesler no acao-humana.blogspot.com de um grande texto (Kevin Carson) a merecer a maior atenção (Os Quatro Grandes Monopólios de Tucker: O Monopólio da Terra capítulo 5 do livro Studies in Mutualist Political Economy").

Mises: " Em nenhum lugar e época a propriedade em larga-escala de terra veio através do trabalho das forças econômicas no mercado. É o resultado de esforço militar e político. Fundada pela violência, foi mantida pela violência e por ela apenas. Assim que os latifúndios são colocados na esfera das transações de mercado eles começam a se fragmentar, até que desapareçam completamente. Nem em sua formação ou em sua manutenção forças econômicas operaram. As grandes fortunas de terra não surgiram através da superioridade econômica da propriedade em larga escala, mas por anexação violenta fora do terreno das trocas... A origem não econômica das fortunas da terra é claramente revelada pelo fato de que, como uma regra, a expropriação pela qual foram criadas não altera de forma alguma o modo de produção. O antigo dono continua no solo sob um título legal distinto e continua coma produção."

3 comments:

Anonymous said...

Isto não é sempre verdade. A minha família detem um terreno com mais de 5 hectares na Bairrada, numa região onde raramente um terreno chega a um hectare. Naquela região, aquele terreno de 5 hectares é praticamente um latifúndio. Mas não houve qualquer violência na sua aquisição: foi tudo fruto de compras e trocas efetuadas pelo meu avô e pelo meu pai, no sentido de obter um terreno maior que permitisse economias de escala na sua lavoura.

Luís Lavoura

Miguel Madeira said...

Penso que Von Mises estivesse a falar de terrenos de milhares de hectares, ou coisa assim.

hm said...

faz sentido que se fale nestes termos para a fundação da propriedade. A estrutura territorial moderna foi engendrada na época medieval. De que modo? pelo uso da força. Intimidação, submissão ou violência. Todas as "grandes propriedades" tem passados violentos das quais existem relatos precisos. A primeira fragmentação deu-se obviamente com as heranças sucessivas. Neste assim o caso do avô do Luis Lavoura trata-se de uma aquisição digamos já mais moderna e legítima de algo que foi apropriado pela força em epocas mais antigas.